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segunda-feira, 17 de junho de 2019

Novos tratamentos para enxaqueca. Cura à vista?

 Foto: Banco de Imagens


Da toxina botulínica aos anticorpos monoclonais. Com novos tratamentos disponíveis, podemos falar que estamos perto da cura para enxaqueca?


Chegou ao Brasil, recentemente, o primeiro medicamento desenvolvido exclusivamente para o tratamento da Enxaqueca. A notícia é muito positiva, já que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, 30 milhões de brasileiros sofrem desse tipo de dor de cabeça. Além disso, é considerada a décima doença mais incapacitante e acomete cerca de 15% da população mundial. 

O médico neurologista Dr. Gustavo Franklin afirma que o momento atual é promissor para pacientes que sofrem dessa doença. “Com certeza estamos presenciando um momento único no tratamento de enxaqueca, que podemos chamar até de revolução”. 

O chamado revolucionário medicamento é Erenumab, do laboratório Novartis. Esse medicamento é o primeiro a ser comercializado no mundo para enxaqueca, da classe dos anticorpos monoclonais. “Eles agem combatendo diretamente as substâncias que causam a enxaqueca, ou seja, atuam na origem da dor”, explica o especialista. Segundo ele, além desse, outras medicações com mecanismos de ação semelhantes, mas de outros laboratórios, também estão para chegar no futuro e os resultados dos estudos até então são promissores. 

Aqui no Brasil, o remédio recebeu o nome comercial de Pasurta e o tratamento com ele consiste na aplicação de injeções subcutâneas mensais. Os estudos realizados mostraram que pacientes com enxaqueca refratária, tiveram uma redução média de 50% nos dias de crise de cefaleia. “Inicialmente, o medicamento será indicado para pacientes resistentes a tratamentos anteriores. Mas, talvez, no futuro, posse ser usado em qualquer paciente com enxaqueca e como primeira escolha”, comenta o neurologista. 

E, embora não possam ser considerados uma cura, o surgimento cada vez de novos medicamentos e tratamentos nos dão a confiança – e a esperança- de que estamos na direção certa. 


Outras alternativas

O novo medicamento é promissor, mas ainda não é a opção mais acessível. Mas é importante saber que existem outras alternativas para tratar a enxaqueca reduzindo a intensidade e a frequência dos episódios para melhorar a qualidade de vida do paciente. “Além de medicamentos de baixo custo e de uso via oral, que ajudam a controlar a cefaleia, a toxina botulínica é um dos tratamentos mais recomendados atualmente”, comenta Franklin.

“A toxina botulínica, cuja marca mais popular é o Botox®, é uma substância que age inibindo a liberação de neurotransmissores envolvidos na dor, o que diminui ou interrompe completamente as dores”. O especialista comenta que esse tratamento pode ser realizado em qualquer paciente que sofra de enxaqueca, independente de já ter tentado outras alternativas. “No entanto, a eficácia é variável e pode ser necessário reaplicar a toxina com doses maiores para obter o efeito desejado”.

Também é importante ressaltar que esse não é um tratamento definitivo. “A toxina botulínica começa a fazer efeito entre 5 e 15 dias após a aplicação e tem duração média de 3 a 4 meses. Por isso, deve ser reaplicada após esse período, a partir de uma reavaliação da sua eficácia e ajuste da dose caso seja necessário”.


Quando a dor de cabeça pode ser mais do que uma enxaqueca?

Em alguns casos, a dor de cabeça pode indicar outras doenças além da enxaqueca. “É importante que o paciente fique atento àquela dor que o acorda de madrugada, quando é seguida por desmaio, quando aparece associada à fraqueza em um braço ou perna; dores súbitas, que atingem o máximo da intensidade rapidamente - tipicamente em menos de um minuto - dores intensas consideradas ‘a pior dor da vida’; acompanhadas defebre, vômitos e enrijecimento da nuca”. Em todas essas situações, é necessário investigar mais profundamente as causas por trás da dor.

Independentemente das características da dor, sempre é indispensável passar pela avaliação de um neurologista para receber o tratamento adequado.


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