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sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Infecção urinária em mulheres: previna-se



Ao menos uma vez na vida, 50% das mulheres sofrerão com infecção do trato urinário (ITU). Dessas, 25% terão o problema de maneira recorrente, isto é, ao menos três vezes ao ano. A enfermidade atinge principalmente a bexiga, mas pode acometer também os rins.

“A infecção do trato urinário é bastante frequente na mulher e isso se deve a fatores anatômicos do corpo feminino, como a uretra curta e a proximidade com a vagina e o ânus”, esclarece o ginecologista Jorge Milhem Haddad, chefe do Setor de Uroginecologia e Assoalho Pélvico da Disciplina de Ginecologia HCFMUSP, presidente da Sociedade Brasileira de Uroginecologia e Assoalho Pélvico, representante latino-americano da Associação Internacional de Uroginecologia e membro da SOGESP (Associação de Ginecologia e Obstetrícia de São Paulo).

Alguns fatores favorecem o surgimento da infecção, como beber pouca água, segurar a urina, não esvaziar a bexiga antes e depois da relação sexual, incontinência urinária, aumento do volume residual (prolapso genital) e o desequilíbrio da flora vaginal. Este último, comum na atrofia vaginal em mulheres na pós-menopausa, favorece a proliferação bacteriana na vagina pela diminuição dos Bacilos de Doderlein - bactérias importantes no equilíbrio vaginal.

“Na realidade, a causa é, normalmente, a subida da bactéria pela uretra até a bexiga ou os rins. Deve-se ressaltar que na grande maioria das vezes são bactérias intestinais”, explica Haddad.

Entre os sintomas mais comuns, ele destaca o desconforto e o ardor ao urinar, a frequência urinária, a dor suprapúbica e a urgência miccional.
“Devemos lembrar que existem casos da infecção que não apresentam sintomas e que não devem ser tratados a não ser em gestantes ou em pacientes com baixa imunidade”, ressalta.

Quando a infecção ocorre pela primeira vez, o tratamento pode ser realizado baseado apenas na queixa clínica. Mas, se for recorrente, o médico deve solicitar exames de urina específicos e, em alguns casos, ultrassonografia de vias urinárias.

“O tratamento do episódio agudo deve ser com antibiótico em dose única ou de curta duração para diminuir a chance de resistência bacteriana e efeitos colaterais de uma intervenção de longa duração”, pontua o ginecologista.

Já para os episódios recorrentes, recomenda-se o tratamento da ITU aguda da mesma forma seguindo sempre o antibiograma e também, tratamento profilático para diminuição dos episódios de infecção. Para a profilaxia, as recomendações são: diminuir os fatores de risco citados quando possível, o uso de estrógeno local em mulheres na pós-menopausa e a imunoterapia por via oral.

Se não houver uma diminuição dos episódios com estas medidas, pode-se recomendar a terapia com antibióticos diária em sudoses por seis meses.

Além do comprometimento da qualidade de vida, a infecção urinária dificulta até mesmo o relacionamento do casal. A doença pode ainda acometer até os rins e causar pielonefrites e, em casos raros, septicemia (infecção generalizada).

Haddad ressalta que o problema pode interferir até na vida sexual da paciente.

“Atrapalha pelo desconforto em ter relações sexuais durante a ITU e, também por poder existir uma relação entre a atividade sexual com o aparecimento da infecção. Nestas condições, pode-se até mesmo tratar com profilaxia antibiótica depois da atividade sexual”, finaliza.





Radiação faz mal à saúde? Entenda como a tecnologia reduziu os riscos



 Os exames radiológicos são solicitados apenas em caso de necessidade para evitar perigos para a saúde do paciente


Se não fosse por ela, muitos problemas odontológicos e também de saúde jamais seriam diagnosticados. A radiação foi uma tecnologia que trouxe esperança aos pacientes, embora, por muito tempo, seus efeitos tenham sido considerados perigosos.
O raio X como conhecemos hoje surgiu em 1895. Em 1913, surgiu o mamógrafo, que permitiu identificar lesões mamárias nas mulheres. E, em 1970, foi a vez do tomógrafo aparecer, revolucionando os cuidados médicos.
A principal vantagem desse tipo de equipamento é que o paciente não precisa se submeter a procedimentos invasivos na hora de detectar uma lesão ou uma doença em fase inicial. No caso da odontologia, eles podem ser usados para analisar a arcada dentária antes de fixar um aparelho, por exemplo, além de muitos outros usos, dos mais simples aos mais sofisticados.
Os aparelhos funcionam de forma parecida, utilizando a radiação eletromagnética do tipo alfa, beta e gama para gerar as imagens que você vê nos exames. Todos esses aparelhos utilizam um tipo de radiação conhecida como ionizante.
O risco da ionização é que os elétrons se desprendem dos átomos e moléculas, alterando sua estrutura e tornando-os negativos. Em grande escala, essa alteração é a base para o aparecimento de doenças como tumores e câncer. 

Riscos reduzidos
Mesmo com a evolução dos equipamentos usados para tratar a saúde dos pacientes, esse inconveniente não desapareceu por completo, embora tenha sido reduzido – e muito – graças a novas tecnologias agregadas.
Na verdade, todas as pessoas estão sujeitas a receber radiação indiretamente devido a TVs, monitores, detectores de incêndio e detectores de metal. No entanto, a radiação na medicina é a principal fonte de exposição humana a radiações ionizantes, segundo a Organização das Nações unidas (ONU).
O principal perigo está no efeito acumulativo da radiação. Mesmo com todos os cuidados, os profissionais que trabalham todos os dias com esse tipo de radiação podem desenvolver problemas nos olhos, tireoide, medula óssea e sistema reprodutor.
Para os pacientes, o risco é mínimo, pois o contato deles com essas grandes máquinas é muito raro. Portanto, você não precisa recusar a realização de um exame odontológico - ou qualquer outro - devido à exposição radiológica.
Além disso, é importante ressaltar que quanto maior a área que será “fotografada” pelos equipamentos, maior é a quantidade de radiação necessária, e vice-versa. No caso de toda a arcada dentária, a quantidade será muito inferior àquela usada para fazer um raio X de uma perna quebrada.
Os profissionais da saúde reconhecem os riscos – mesmo que mínimos – das radiações para os pacientes. Se o seu dentista está solicitando a realização de um exame radiológico, confie que ele está fazendo isso com parcimônia.
Como paciente, você deve eliminar o hábito de solicitar exames ao profissional. Muitas vezes, pressionados pelos pacientes, os dentistas (e até mesmo os médicos) concordam com a realização de um exame desnecessário. 

É possível reduzir os riscos ainda mais
No consultório do dentista, algumas medidas podem ser tomadas para minimizar a exposição aos raios ionizantes:
- Pacientes e profissionais sempre devem usar os meios de proteção obrigatórios segundo as autoridades de saúde, como o avental de chumbo.
- Se o paciente realizou um exame radiológico recentemente, é essencial alertar o profissional de saúde.
- Gestantes não devem se submeter a exames radiológicos, exceto em casos extremamente necessários, avaliados por um especialista. A recomendação também é válida para crianças.
- O profissional deve se posicionar em local seguro, a cerca de dois metros da fonte de radiação, ou vestir o avental de chumbo. Ele nunca deve ficar na direção do feixe dos raios ou atrás do paciente.
- Os dentistas têm de investir na própria atualização técnico-científica, que permitirá escolher os melhores equipamentos com baixo nível de radiação sem abrir mão da qualidade da imagem, como o sensor rx digital odontológico.
- Os aparelhos precisam estar com a manutenção em dia.
- Os consultórios devem utilizar a proteção radiológica, aparelhos capazes de monitorar e medir a taxa de radiação no ambiente.
- Para os profissionais ocupacionalmente expostos, é obrigatório o uso do dosímetro, aparelho que controla a radiação recebida durante o exercício da profissão.



Sociedade Brasileira de Pediatria divulga cuidados que devem ser tomados na vacinação de crianças e de adolescentes contra a febre amarela




Os pais, cuidadores e pediatras devem estar preparados para a vacinação de crianças e adolescentes em áreas de risco para a febre amarela. É preciso estar atento aos riscos de efeitos adversos, aos critérios para receber o insumo e aos cuidados a serem observados no recebimento de doses fracionada. Esses e outros alertas constam de documento preparado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por meio de seus Departamentos Científicos de Infectologia e de Imunizações, que está sendo divulgado nesta sexta-feira (26).

O texto ressalta, por exemplo, que o uso de doses fracionadas da vacina de febre amarela pode ser feito em crianças a partir de 2 anos de idade, desde que não apresentem condições clínicas especiais. Naquelas com idades inferiores a essa, a SBP defende que seja aplicada a dose padrão. O mesmo vale para o caso de crianças que forem fazer uma viagem internacional, cujo destino seja um país que exija o Certificado Internacional de Vacinação para ingresso.


ESTUDOS - O cuidado recomendado pelos pediatras decorre do fato de que não há estudos do uso dessa dosagem para crianças menores de dois anos, gestantes e pessoas imunocomprometidas, que, portanto, deverão receber a dose padrão. “É importante reconhecer que ainda existem lacunas importantes em relação ao uso de doses fracionadas da vacina de febre amarela, como por exemplo, duração da proteção oferecida; imunogenicidade em populações específicas - crianças menores de 2 anos, gestantes e indivíduos que vivem com HIV; incidência de eventos adversos; e experiência com aplicação subcutânea de doses fracionadas com outras vacinas além da vacina 17DD de Biomanguinhos”, cita o documento.

A campanha de vacinação com utilização da dose fracionada será realizada entre o fim de janeiro e o início de março em determinados municípios dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, conforme pactuação com as equipes responsáveis pelas vigilâncias epidemiológicas locais e avaliação de risco realizada conjuntamente com o Ministério da Saúde.  Para aumentar ainda mais a segurança de pacientes e familiares, a Sociedade Brasileira de Pediatra destaca alguns pontos que devem ser observados na hora de receber a dose no posto de saúde.


INTERFERENCIA - Um dos itens que merecem atenção é o recebimento de diferentes vacinas ao mesmo tempo ou um no curto período. De acordo com os pediatras, para evitar interferência na proteção conferida pelas vacinas, a vacina para febre amarela não deve ser administrada simultaneamente com a tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba) ou tetra viral (contra sarampo, rubéola, caxumba e varicela) em crianças menores de 2 anos de idade.

“Para crianças que não receberam a vacina para febre amarela nem a tríplice viral ou tetra viral, a orientação é que recebam a dose da vacina febre amarela e agendem a vacina tríplice viral ou tetra viral para pelo menos 30 dias depois. As demais vacinas do calendário podem ser administradas no mesmo dia que a vacina febre amarela”, explica o presidente do Departamento Científico de Imunizações, dr Renato Kfouri.


MEDICAÇÕES - Dentre outros grupos que não devem ser imunizados contra a febre amarela estão os das crianças com menos de seis meses de idade; e o das pessoas que fazem uso de medicações anti-metabólicas ou medicamentos modificadores do curso da doença (Infliximabe, Etanercepte, Golimumabe, Certolizumabe, Abatacept, Belimumabe, Ustequinumabe, Natalizumabe, Canaquinumabe, Tocilizumabe, Ritoximabe e outros terminados com MOMAB, XIMAB, ZUMAB ou UMAB). A regra também se aplica para os transplantados de órgãos sólidos e indivíduos com doença oncológica em quimioterapia e ou radioterapia.

No caso de mulheres moradoras de área com transmissão ativa da febre amarela e que estiverem amamentando criança menor de 6 meses de idade, pode ser administrada uma dose fracionada. No entanto, o aleitamento materno deve ser suspenso por 10 dias após a vacinação. Não se recomenda a vacinação de mulheres nessas condições, residentes em áreas sem transmissão ativa da febre amarela.


REAÇÕES - A SBP lembra ainda que crianças e adolescentes, bem como adultos, com história de reação alérgica grave ao ovo e a gelatina, podem receber a vacina após avaliação médica e em ambiente com condições de atendimento de urgência/emergência. Mulheres em idade fértil vacinadas devem evitar a gravidez até 30 dias após a vacinação. Em textos com uma síntese sobre o tema, distribuídos aos pediatras (material disponível no site da entidade), é possível ver todas as recomendações dos especialistas sobre o tema.

No documento, a SBP informa ainda que a vacina febre amarela é, de maneira geral, bem tolerada. Segundo os especialistas, a partir do terceiro ou quarto dia da vacinação, observa-se em aproximadamente 2% a 5% dos vacinados sinais como febre, dor de cabeça, dores musculares, entre outros sintomas.

“Eventos adversos graves (reações anafiláticas, doença viscerotrópica e doença neurológica) foram raramente associados à vacina. No Brasil, entre 2007 e 2012, foram relatados aproximadamente um evento adverso grave em cada 250 mil doses administradas. Nos Estados Unidos, entre 2000 e 2006, o sistema de vigilância de eventos adversos após vacinas (VAERS) identificou uma taxa de 4,7 eventos adversos graves para cada 100 mil doses de vacina distribuídas”, traz a síntese.



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