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terça-feira, 3 de agosto de 2021

Transplante uterino: uma alternativa para mulheres que nasceram sem este órgao, com mal formação ou que tiveram que retirá-lo de forma inesperada

 Ainda em fase experimental no Brasil, o médico e pesquisador Dani Ejzenberg compartilha informações sobre o procedimento e a necessidade de financiamento para alcançar mais pacientes


A maternidade continua fazendo parte dos sonhos de muitas mulheres, porém, para aquelas diagnosticadas com a Síndrome de Rokitansky, esse caminho é bastante diferente. Esta síndrome que compromete o sistema reprodutor feminino em graus variados ocorre durante a vida intra uterina afetando o desenvolvimento do útero e do canal vaginal.Pode acometer também os ossos, o coração e o sistema urinário.

No entanto, isso já não é mais um impedimento para a maternidade. Os avanços nas pesquisas científicas oferecem novas possibilidades que vão além da adoção e do útero de substituição, como o transplante de útero. Atualmente, a técnica vem passando por aprimoramentos para a redução de tempo entre a retirada e o implante, e a simplificação das medicações utilizadas para evitar a rejeição do órgão, explica o Dr. Dani Ejzenberg, ginecologista obstetra e especialista em reprodução humana.

Ejzenberg atua como médico supervisor e pesquisador no Centro de Reprodução Humana da Disciplina de Ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, e é parceiro do Instituto Roki - iniciativa de acolhimento e compartilhamento de informações para mulheres com Síndrome de Rokitansky.

Segundo o médico, o transplante se tornou uma alternativa para a maternidade em 2014, quando um grupo de pesquisadores da Suécia realizaram uma série de nove procedimentos com doadoras vivas. A primeira operação de sucesso, com doadora falecida, foi realizada pelo seu grupo no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP em 2016, com o nascimento do bebê em dezembro de 2017. "Até hoje já ocorreram mais de 20 nascimentos na Suécia, Brasil, Estados Unidos, Líbano, Índia, Alemanha, França, China e República Tcheca", aponta Ejzenberg.


Legislação e pesquisa

No Brasil, o transplante de útero ainda é considerado um procedimento experimental, por isso a técnica é oferecida somente no campo de pesquisa, porém, com o aumento de casos bem sucedidos, a expectativa é que seja liberada em breve para a realização em centros especializados.

O transplante uterino pode ser realizado de duas formas: com doadora viva ou falecida. O primeiro permite uma avaliação aprofundada da doadora e um prazo curto entre a retirada e o implante - porém o procedimento envolve custos maiores, riscos cirúrgicos para a doadora, além da necessidade de um candidato disposto a doar. "O transplante com a doadora falecida exige equipes de prontidão para a retirada do órgão e agilidade para a chegada da receptora e realização do transplante", afirma Ejzenberg.


Recomendações

O transplante uterino para a gestação é temporário e indicado para as pacientes com Síndrome de Rokitansky que nasceram sem útero; com hipoplasia uterina (quando possuem graves malformações uterinas); ou que perderam o órgão de forma inesperada (na gestação ou no parto, por causa de câncer, como complicação de cirurgia ginecologica) .

"Para receber o transplante é sugerido que a paciente tenha até 40 anos e apresente boas condições de saúde", recomenda Ejzenberg. As mulheres que desejam doar precisam ter até 57 anos, serem saudáveis e preferencialmente ter tido filhos. As etapas para o tratamento incluem avaliação médica da doadora e da receptora, fertilização in vitro, a cirurgia do transplante uterino, seguimento pós-transplante, , transferência de embriões, acompanhamento pré-natal e parto. "Na Suécia, o custo do tratamento inteiro vai de 50 a 100 mil euros por caso, como foi nos primeiros 9 pacientes". Baseado nos dois casos iniciais realizados no Hospital das Clínicas, o custo estimado no Brasil é de 25 a 30 mil dólares.

Por enquanto, ainda não é possível às pacientes transplantadas engravidarem pelo método tradicional porque as tubas uterinas não são transplantadas, explica Ejzenberg. A manutenção do útero para uma segunda gestação é permitida, desde que continue com os medicamentos para evitar a rejeição do órgão.

O médico alerta que o procedimento oferece os mesmos riscos de outras cirurgias do mesmo porte, como sangramento, infecções, lesões de órgãos próximos e perda do órgão transplantado. Também há o risco do corpo rejeitar o órgão durante a gestação que pode ser contornado com a medicação apropriada. Os cuidados são semelhantes aos realizados após outros tipos de transplantes. "Mas não há registro de complicações graves após o transplante uterino e parto", tranquiliza.

O Centro de Reprodução Humana da Disciplina de Ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP atende casais de forma gratuita desde o início de suas atividades, em 2003. Devido aos custos envolvidos nesta pesquisa, os profissionais da unidade estão em busca de financiamento para a realização de novos transplantes.

 


Instituto Roki


Adenomiose: o que é, sintomas e tratamento

A adenomiose é uma alteração que ocorre dentro da cavidade do útero, na transição do endométrio para o miométrio.

Apesar de não tão frequente, a adenomiose pode atrapalhar muito a qualidade de vida da mulher, inclusive dificultando uma possível gestação.

O que causa adenomiose?

A verdade é que ainda pouco se sabe sobre por que a adenomiose acontece. O que sabemos é que a doença está relacionada a algumas alterações enzimáticas e também cirurgias no útero, como cirurgias intrauterinas e cesáreas.

Sabemos também que ela tende a acometer mais pacientes por volta dos 40 a 50 anos de idade, podendo também atingir mulheres mais jovens (nestes casos, tende a ser mais forte).


O que é a adenomiose?

A adenomiose é uma alteração que ocorre dentro da cavidade do útero. Nela, acontece uma quebra entre o endométrio (camada interna do útero) e o miométrio (camada externa do útero), ou seja, as células endometriais infiltram o miométrio. Isso pode acontecer em um só local – o que chamamos de adenomiose focal – ou em toda a camada externa, causando uma lesão mais extensa – chamada adenomiose difusa.

Toda vez que a paciente menstrua essa região (o miométrio) sangra também, o que leva a uma inflamação no útero, resultando em dor e aumento de sangramento.


Quais os principais sintomas?

Os sintomas comuns variam de mulher para mulher. Quando a doença está mais avançada ela trará mais sintomas, já quando é mais restrita os sintomas são mais leves. Em geral, temos:

Cólicas intensas no período da menstruação;

Menstruação aumentada, inclusive com coágulos;

Dor na relação (em algumas pacientes).

É importante dizer, no entanto, que algumas mulheres podem não apresentar qualquer sintoma.


Qual o exame que detecta a adenomiose?

O principal deles é o ultrassom transvaginal. Com ele avaliamos a cavidade endometrial e a transição do endométrio para o miométrio. Depois, temos a histerossonografia, que aumenta a especificidade do ultrassom, e a ressonância magnética. E, claro, um exame clínico é fundamental. 

Para fecharmos um diagnóstico é preciso sempre de uma biópsia, confirmando que de fato existe a adenomiose.


Qual o tratamento?

O tratamento é um pouco complexo e pode ser demorado. Podemos utilizar alguns medicamentos, como tratamento hormonal ou também bloqueio hormonal.

O tratamento mais eficaz é a histerectomia, que é a retirada do útero, mas, claro, não se trata de uma possibilidade para mulheres que estão pensando em engravidar ou pretendem ser mães algum dia. Nestes casos, recomendamos outro tipo de cirurgia, como a videolaparoscopia, principalmente, ou por ablação com ultrassonografia de alta frequência (HIFU).

 

 

Dr. Rodrigo Ferrarese -  especialista é formado pela Universidade São Francisco, em Bragança Paulista. Fez residência médica em São Paulo, em ginecologia e obstetrícia no Hospital do Servidor Público Estadual. Atua em cirurgias ginecológicas, cirurgias vaginais, uroginecologia, videocirurgias; (cistos, endometriose), histeroscopias; ( pólipos, miomas), doenças do trato genital inferior (HPV), estética genital (laser, radiofrequência, peeling, ninfoplastia), uroginecologia (bexiga caída, prolapso genital, incontinência urinaria) e hormonal (implantes hormonais, chip de beleza, menstruação, pílulas, Diu...).  Mais informações podem ser obtidas pelo perfil @dr.rodrigoferrarese ou  pelo site https://drrodrigoferrarese.com.br/

Instagram @dr.rodrigoferrarese


Estimulação transcraniana potencializa benefício do exercício aeróbico no andar de paciente com Parkinson


Resultado foi obtido em estudo realizado por pesquisadores da Unesp com 20 voluntários. Tratamento indolor é feito com eletrodos posicionados em regiões específicas do crânio e que liberam uma corrente elétrica de baixa potência (Os pontos 1 e 2 marcam o local em que são posicionados os eletrodos e a região em amarelo é a que recebe a estimulação transcraniana; imagem: acervo do pesqisador)

 

A estimulação transcraniana por corrente contínua potencializou o benefício do exercício aeróbico e melhorou o andar de pacientes com Parkinson imediatamente após a sessão. Houve ganho na variabilidade da marcha, no tempo de reação e no controle executivo do andar.

O resultado foi observado em estudo feito por pesquisadores do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no campus de Rio Claro, com 20 voluntários. O artigo foi publicado na revista científica Neurorehabilitation & Neural Repair.

Os participantes compareceram a duas sessões de 30 minutos de exercícios aeróbicos (ciclismo em intensidade moderada) combinados com diferentes condições de estimulação transcraniana (tDCS, na sigla em inglês) ativa ou placebo, com intervalo de uma semana.

Antes e imediatamente após cada sessão, foram avaliadas funções cognitivas e a atividade cerebral durante o andar. Parâmetros espaço-temporais também foram incluídos na análise para acompanhar a quantidade e o comprimento do passo e medir a velocidade da marcha. No estudo, cruzado randomizado e duplo-cego, houve controle por placebo.

“Em comparação com a pré-avaliação, os participantes diminuíram a variabilidade do tempo do passo, reduziram o tempo de reação simples e de escolha, além de aumentar a atividade na área do cérebro estimulada durante a caminhada após o exercício aeróbico combinado à tDCS ativa”, escrevem os pesquisadores no artigo, que teve apoio da FAPESP.

Um dos orientadores do trabalho, Rodrigo Vitório explica que, para permitir a comparação sem viés, os voluntários receberam intervenções ativas e, em dias separados, uma espécie de placebo, ou seja, estimulação simulada por apenas dez segundos, enquanto nos pacientes pesquisados o tempo foi de 20 minutos. Metade da amostra fez a sequência ativa-placebo, e a outra metade, placebo-ativa.

A estimulação transcraniana é feita por meio de dois pequenos eletrodos retangulares, posicionados em locais específicos do crânio. O aparelho, portátil e movido a bateria, é ligado aos eletrodos fixados sobre o couro cabeludo, criando um circuito elétrico que atravessa o cérebro. A corrente é muito baixa, 2 miliampere (mA), mas suficiente para estimular os neurônios, deixando-os preparados para atuar caso o organismo demande um movimento.

“Mesmo com as limitações do tamanho da amostra, vimos que a estimulação transcraniana aumentou a atividade do córtex pré-frontal, uma área do cérebro que pacientes com Parkinson usam mais para controlar o andar do que indivíduos saudáveis. Com uma única sessão associada ao exercício, observamos melhoras, inclusive das funções cognitivas”, diz Vitório, que atualmente é pesquisador da Faculdade de Ciências e Saúde da Universidade Northumbria (no Reino Unido).

Em entrevista à Agência FAPESP, ele afirma que um dos objetivos do trabalho era entender os efeitos da técnica de estimulação cerebral após estudos anteriores realizados por grupos do qual fez parte já demonstrarem que o exercício aeróbico ajuda na atividade motora de pacientes com Parkinson.

“A estimulação transcraniana, além de segura, se mostra promissora no sentido de potencializar os efeitos de intervenções e tratamentos. Já é prescrita, por exemplo, em casos de depressão”, diz Vitório.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontavam que cerca de 1% da população mundial com idade superior a 65 anos tinha Parkinson em 2019. No Brasil, por não haver uma notificação compulsória de casos, estima-se que 250 mil pessoas sejam afetadas.


O que é

A doença de Parkinson leva a uma degeneração do sistema nervoso central, crônica e progressiva, causada pela queda da produção de dopamina, substância que atua na transmissão de mensagens entre as células nervosas (neurotransmissor).

A dopamina contribui na realização de movimentos voluntários do corpo de forma automática, ou seja, não é preciso pensar no movimento que os músculos devem fazer. Na falta dela, o indivíduo perde o controle motor. Os medicamentos indicados para tratamento da doença geralmente atuam no sentido de repor a dopamina.

Pacientes com Parkinson têm degenerações específicas em áreas do cérebro envolvidas nesse controle automático dos movimentos. Para compensar esse déficit, usam recursos de atenção. Na pesquisa, o exercício aeróbico associado à estimulação aumentou essa capacidade compensatória dos voluntários.

Entre os principais sintomas da doença estão lentidão motora, rigidez em articulações do punho, cotovelo, ombro, coxa e tornozelo, tremores de repouso nas mãos, chegando ao desequilíbrio. Por isso, melhorar o andar desses pacientes pode fazer diferença na qualidade de vida, evitando quedas, por exemplo.

Recentemente, um outro grupo de pesquisadores da Unesp, no campus de Bauru, concluiu que a sinergia do comprimento do passo de pacientes com Parkinson durante a travessia de obstáculos é 53% menor do que em pessoas saudáveis da mesma idade e peso.

Essa sinergia se refere à capacidade do sistema locomotor de adaptar o movimento – combinando fatores como velocidade e posicionamento do pé – quando é preciso cruzar um obstáculo, como subir a guia da calçada (leia mais em agencia.fapesp.br/36083/).

O artigo Aerobic Exercise Combined With Transcranial Direct Current Stimulation Over the Prefrontal Cortex in Parkinson Disease: Effects on Cortical Activity, Gait, and Cognition está disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/15459683211019344?journalCode=nnrb.

 

 

 

Luciana Constantino

Agência FAPESP

https://agencia.fapesp.br/estimulacao-transcraniana-potencializa-beneficio-do-exercicio-aerobico-no-andar-de-paciente-com-parkinson/36481/


Índices de aleitamento materno crescem no Brasil, indica Ministério da Saúde

Em apoio ao Agosto Dourado, Hospital São Camilo SP realiza ações de conscientização sobre a importância da amamentação à saúde das crianças


Dados do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani) 2020, do Ministério da Saúde, indicam que, no último ano, 53% das crianças brasileiras foram amamentadas no primeiro ano de vida, sendo mais de 45% delas alimentadas exclusivamente com leite materno nos primeiros seis meses.

Os números apontam para um crescimento em comparação aos inquéritos anteriores. Em uma avaliação dos últimos 34 anos, entre 1986 e 2020, houve um aumento de cerca de 1,2% ao ano no índice de amamentação exclusiva em crianças de até seis meses de idade.

Para o Dr. Hamilton Robledo, pediatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, o fato reforça a importância de campanhas como a do Agosto Dourado, que incentiva o aleitamento materno por meio de uma série de ações que promovem os benefícios da prática à saúde da mãe e do bebê.

O médico, que também integra o Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria São Paulo (SPSP), explica que o leite materno é o alimento mais completo para as crianças, atendendo a todas as necessidades nutricionais necessárias.

“O leite da mãe é a primeira vacina do bebê, contribuindo para reduzir em 13% a mortalidade infantil nos primeiros 5 anos de vida”, frisa.

O especialista destaca, a seguir, as principais vantagens da amamentação tanto para a mãe quanto para o bebê. Confira!



Para o bebê

- Reduz cólicas devido à fácil digestão;

- Previne anemia, sendo rico em ferro;

- Reduz o risco de desenvolvimento de doenças respiratórias, como bronquiolite, asma, gripe e resfriado;

- Fortalece o sistema imunológico, prevenindo quadros de infeções;

- Ajuda no desenvolvimento adequado da arcada dentária, evitando problemas na fala e com a respiração;

- Previne raquitismo e doenças reumáticas;

- Evita problemas gastrointestinais, pois protege a mucosa intestinal;

- Diminui risco de desenvolvimento de alergias alimentares, como à proteína do leite de vaca, por exemplo;

- Contribui para o desenvolvimento intelectual.


Para a mãe

- Ajuda a prevenir doenças como osteoporose e câncer de mama, do endométrio e do ovário;

- Auxilia na perda de peso após o parto;

- Previne hemorragias no útero e anemia;

- Diminui riscos de desenvolver diabetes e doenças cardíacas.

Além destes benefícios, o pediatra do Hospital São Camilo também explica que o ato de amamentar contribui para o fortalecimento do vínculo afetivo entre a mãe e o bebê.

“O leite materno é tão importante que a ONU e a Organização Pan-Americana de Saúde [Opas], apoiadas pela Sociedade Brasileira de Pediatria, recomendam iniciar a amamentação nos primeiros 60 minutos de vida, como forma exclusiva de alimentação até 6 meses de idade e de maneira complementar, quando possível, até os 2 anos de idade”, destaca.

Com o objetivo de estimular essa prática, a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo adere à Campanha Mundial de Amamentação iluminando as fachadas das unidades Santana, Ipiranga e Pompeia de dourado durante todo o mês de agosto.

A Instituição também abordará o tema no decorrer do mês, divulgando conteúdos em suas redes sociais e canais de comunicação interna, promovendo o debate e a informação a todos os seus públicos.



Hospital São Camilo

@hospitalsaocamilosp

Seconci-SP alerta sobre como é vital manter o controle do colesterol

 

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, quatro em cada dez adultos no país sofrem com o nível elevado de colesterol

 

Por ocasião do Dia Nacional de Combate ao Colesterol (8 de agosto), a endocrinologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), dra. Carolina Spissirits Gomes de Amorim, destaca a importância de se manter o controle do colesterol, para evitar problemas cardiovasculares, que podem deixar sequelas graves e até mesmo levar à morte.

Segundo pesquisas da Sociedade Brasileira de Cardiologia, quatro em cada dez adultos no país sofrem com o nível elevado de colesterol, 67% da população brasileira desconhecem seus níveis de colesterol e a grande maioria só realiza exames diagnósticos a partir dos 45 anos.

O diagnóstico tardio ou a falta do tratamento necessário para abaixar os níveis da Lipoproteína de Baixa Densidade (LDL), popularmente conhecida como “colesterol ruim”, pode desencadear futuras complicações de saúde. O acúmulo de LDL provoca o entupimento das artérias, predispondo a doenças cardiovasculares, como infarto, derrame ou AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Por se tratar de uma doença silenciosa, que não apresenta sintomas, dra. Carolina afirma que é fundamental a realização de exames periódicos. “Diante dos resultados, o médico poderá indicar o tratamento mais adequado, que pode envolver a prescrição de medicamentos. Cada paciente é único e são avaliados diversos critérios, como idade, se há outras doenças associadas, como diabetes e hipertensão, o histórico clínico do paciente, ou seja, se ele já teve algum problema cardiovascular, entre outros fatores”.

O controle passa pela adoção de medidas dietéticas. “Preparar os alimentos cozidos ou assados, evitando frituras, substituir a carne vermelha pelas brancas, como frango e peixe; evitar os alimentos embutidos, como linguiça, presunto, salame e mortadela, e os alimentos industrializados”, indica dra. Carolina.

Um problema recorrente que a médica tem presenciado nos atendimentos é o do paciente tomar a medicação para o controle do colesterol, por um período, como três meses, por exemplo, e depois parar por conta própria. “As medicações para essa doença são muito seguras e apresentam poucos efeitos colaterais e estes são leves, em sua maioria. O fato de suspendê-las sem orientação médica é que pode trazer riscos para a saúde”, alerta a endocrinologista.

Dra. Carolina ressalta também o papel dos exercícios físicos para o controle do colesterol. “A recomendação é fazer 150 minutos de atividade física divididos em no mínimo três vezes por semana. Se a prática for diária, o mínimo é de 30 minutos”.

Ela lembra que, no Seconci-SP, os trabalhadores da construção das empresas contribuintes têm acesso a equipe multidisciplinar, composta por endocrinologistas, cardiologistas e nutricionista, que poderá prescrever o tratamento mais adequado para cada caso, para que o colesterol não se torne um risco para sua saúde.


Agosto Verde Claro: alerta para a importância do diagnóstico precoce dos linfomas

O linfoma é um tipo de câncer do sistema linfático, dividido em linfoma de Hodgkin (LH) e linfoma não-Hodgkin (LNH). As dificuldades no diagnóstico de linfoma podem levar a tratamentos errados. Para alertar e divulgar informações sobre esse câncer é realizada a campanha Agosto Verde Claro, instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Uma pesquisa realizada pelo Observatório de Oncologia demonstra que o linfoma costuma ser diagnosticado tardiamente no Brasil: mais da metade (58%) descobriu a doença em estágio avançado, com diagnóstico mais tardio em 60% dos homens e 57% das mulheres. O levantamento foi feito com pacientes atendidos pelo SUS entre 2008 e 2017. 

Segundo dados do INCA, são aproximadamente 3 mil novos casos de linfoma de Hodgkin ao ano. Pode acometer pessoas em qualquer faixa etária, porém é mais comum entre adolescentes e adultos jovens (15 a 29 anos), adultos (30 a 39 anos) e idosos (75 anos ou mais). Os homens têm maior propensão a desenvolver  do que as mulheres. Já o linfoma não-Hodgkin provoca 12 mil novos casos por ano e pode ocorrer em crianças, adolescentes e adultos. De modo geral, o LNH torna-se mais comum à medida que as pessoas envelhecem. O LH se divide em quatro subtipos e o LNH em mais de 80, entre os quais temos os linfomas de baixo grau, grau intermediário e alto grau. 

Sintomas e dificuldades no diagnóstico

De acordo com Ana Carolina Cardoso, médica especialista em hematologia e transplante de medula óssea, que integra o OncoCenter Dona Helena, em Joinville (SC), os sintomas mais comuns observados em pacientes com linfoma são aumento de volume dos linfonodos (gânglios) no pescoço, região axilar, região inguinal, entre outros; perda de peso; febre inespecífica; sudorese noturna; cansaço; aumento do volume do abdômen; tosse, falta de ar; e dor no abdômen ou no tórax. “É importante lembrar que esses sinais e sintomas não são específicos da doença, por isso uma avaliação médica é essencial para avaliação da necessidade de coleta de exames complementares”, reforça a especialista.

Na maioria dos pacientes não se encontra uma causa para o diagnóstico de linfoma, porém existem alguns fatores de risco para o desenvolvimento da doença. A profissional menciona que um sistema imune comprometido por doenças genéticas hereditárias ou uso de drogas imunossupressoras (usadas nos paciente pós transplantes, por exemplo) pode causar a doença. “Pacientes HIV positivos, principalmente os portadores da imunodeficiência pela doença, também têm maior risco de desenvolver linfomas. Alguns vírus como Epstein-Barr e HTLV1 e da bactéria Helicobacter pylori também têm risco aumentado para alguns tipos de linfoma. Também pode ser fator de risco a exposição a agrotóxicos, benzeno, solventes, radiação ionizante etc.”, aponta.

 

 

A importância da detecção precoce para o tratamento

 

A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar um tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento. “A detecção pode ser feita através de exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento) mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença”, explica a médica.  “Não há evidência científica de que o rastreamento para linfomas traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado”, salienta.

 

Os exames para confirmação do diagnóstico são o histopatológico e a imunohistoquímica, feitos através da biópsia do local acometido. Segundo a especialista, após a confirmação do diagnóstico, outros exames podem ser solicitados, como biópsia de medula óssea, punção lombar, Pet SCAN, tomografias e ressonância magnética. A estratégia de tratamento dependerá do tipo específico do linfoma. “A maioria dos linfomas é tratada com quimioterapia (oral ou intravenosa), associação de imunoterapia (medicamentos que têm um alvo específico) e quimioterapia, ou radioterapia. No caso dos linfomas indolentes, as opções de tratamento variam desde apenas observação clínica até tratamentos bastante intensivos, dependendo da indicação médica”, observa Ana Carolina.

 

A medicina tem avançado muito nos tratamentos dos linfomas, mas para que se tenha êxito, é muito importante que a doença seja descoberta o quanto antes. “As taxas de cura variam de acordo com o subtipo do linfoma. De forma geral as chances de cura são, em média, de 60 a 70% nos linfomas não Hodgkin e podem chegar até 90% nos linfomas de Hodgkin”, evidencia.  Se não tratado, as complicações mais comuns são de lise tumoral (espontânea ou após o início do tratamento), compressão vascular pelo tumor, dor, neutropenia (geralmente decorrente da quimioterapia), anemia e trombocitopenia.


 

Como prevenir?

 

“Assim como em outras formas de câncer, uma dieta rica em verduras, frutas e pobre em alimentos industrializados e embutidos pode ter efeito protetor contra o linfoma. Eliminar exposições químicas potencialmente carcinogênicas, principalmente no ambiente de trabalho, ou substituir por produtos menos nocivos ou de menor risco também são formas de prevenção”, aponta Ana Carolina Cardoso, médica especialista em hematologia e transplante de medula óssea, que integra o OncoCenter Dona Helena, em Joinville (SC).

 


 

Onco Center Dona Helena


Anvisa aprova Cabometyx® para o tratamento de câncer de fígado

Estudo aponta aumento da sobrevida dos pacientes e redução no tamanho do tumor


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) acaba de aprovar o Cabometyx® (levomalato de cabozantinibe), como medicamento para uso oral para o tratamento de adultos com hepatocarcinoma que falharam ao tratamento prévio com sorafenibe. O medicamento já havia sido aprovado no país para o tratamento do câncer de rim avançado ou metastático. O Cabometyx® também já é comercializado nos Estados Unidos e na Europa.

"A partir de agora, os pacientes com câncer de fígado passam a ter mais uma opção importante para tratar a neoplasia. Embora não existam estatísticas atualizadas no Brasil, o câncer de fígado tem alta letalidade no país. Além disso, este câncer não apresenta sintomas no início, algo que dificulta o diagnóstico", destaca Dra. Luciana Povegliano, líder de Oncologia Médica da Ipsen Brasil, empresa responsável pelo medicamento.

A aprovação tem como base o CELESTIAL, estudo clínico multicêntrico, randomizado 2:1, duplo-cego, controlado por placebo, em pacientes diagnosticados com hepatocarcinoma, que é o tipo mais agressivo e mais incidente de câncer de fígado1,2,3. Neste estudo, 470 indivíduos Child Pugh A (escala que de classificação de doenças hepáticas) previamente tratados com sorafenibe, receberam 60 mg de cabozantinibe uma vez por dia, enquanto 237 indivíduos no grupo controle receberam placebo.

O estudo mostrou mediana da sobrevida global (SG) de 10,2 meses no braço cabozantinibe e de 8 meses no braço placebo, mostrando um benefício de SG de 2,2 meses para cabozantinibe1,2,3. O grupo tratado com o Cabometyx® apresentou uma mediana de 5,2 meses sem que o tumor progredisse quando comparado à mediana de 1,.9 meses dos indivíduos que receberam placebo1,2,3.

Os algoritmos mais recentes sugeridos pela ESMO - European Society for Medical Oncology e pela NCCN - National Conprehensive Cancer Network demonstram a indicação terapêutica do cabozantinibe no tratamento sistêmico do HCC avançado de 2ª linha4,5. A ESMO coloca como a indicação de uso de Cabometyx® nos pacientes BCLC-C (escala de classificação de nódulos hepáticos) nível 1A, enquanto a ESMO indica como categoraia 1 o uso de cabozantinibe em segunda linha nos pacientes com hepatocarcinoma.

Sobre o câncer de fígado

Duas vezes mais frequente em homens, o câncer de fígado pode ser primário, quando começa no próprio órgão ou metastático, quando se origina em outra parte do corpo, e com a evolução da doença, migra para o fígado¹. O metastático é mais incidente¹. É responsável por cerca de 90% de todos os cânceres de fígado e houve mais de 840.000 novos casos de câncer de fígado em todo o mundo em 2018. É o quinto câncer mais comum e a segunda causa mais frequente de morte relacionada ao câncer em todo o mundo.6,7

No início, a neoplasia é silenciosa, os sinais e sintomas aparecem em estágios mais avançados e consistem em dor abdominal, massa abdominal, distensão abdominal, perda de peso inexplicada, perda de apetite, mal-estar, icterícia (tonalidade amarelada na pele e nos olhos) e ascite (acúmulo de líquido no abdômen) ¹. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o número total de mortes no país, em 2019, relacionados ao câncer de fígado é de 10.902 pessoas, sendo 6.317 homens e 4.584 mulheres8.

Além de hábitos inadequados de vida, como a obesidade que pode levar ao diabetes e ao excesso de gordura no fígado e consumo exagerado de álcool que pode resultar em cirrose, os vírus das hepatites B e C também estão entre as causas do câncer de fígado.


Sobre Cabometyx (cabozantinibe)

Cabometyx está atualmente aprovado em vários países no mundo para o tratamento de carcinoma renal avançado de risco intermediário ou baixo não tratado anteriormente e para o tratmento hepatocarcinoma em adultos que já foram tratados previamente com sorafenibe.

 


Ipsen

 

Referências:
1.Abou-Alfa, G.K., et al. Cabozantinib in patients with advanced and progressing hepatocellular carcinoma. NEJM. 2018;379:54-63. Available at: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1717002. Accessed August 2019. 2. Signorovitch, J.E., et al. Matching-adjusted indirect comparisons: a new tool for timely comparative effectiveness research. Value Health. 2012;15(6):940-7. Available at https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22999145. Accessed August 2019 3. Bruix, J., et al. Regorafenib for patients with hepatocellular carcinoma who progressed on sorafenib treatment (RESORCE): a randomized, double-blind, placebo-controlled, phase 3 trial. Lancet. 2017;389(10064):56-66. Available at: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(16)32453-9/fulltext. Accessed August 2019 4. Vogel A, Martinelli E. "ESMO Guidelines Committee, Updated treatment recommendations for hepatocellular carcinoma (HCC) from the ESMO Clinical Practice Guidelines," Annals of Oncology (2021)

5. NCCN version 5 disponível em https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx Acesso em março de 2021.

6. European Association for the Study of the Liver. EASL Clinical Practice Guidelines: Management of hepatocellular carcinoma. J Hepatol. 2018;69(1):182-236. Available at: https://www.journal-of-hepatology.eu/article/S0168-8278(18)30215-0/pdf. Accessed October 2020

7. American Institute of Cancer Research. Liver cancer statistics. Available at: https://www.wcrf.org/dietandcancer/cancer-trends/liver-cancer-statistics. Accessed October 2020.

8. Inca. Disponível em https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-figado. Acesso em março de 2021.

9. Cabometyx® Bula do Produto. Bulário ANVISA. [última verificação em 12/03/2021].


Principais apresentações da Alzheimer’s Association International Conference (AAIC 2021)

Pesquisa apresentada no Congresso Internacional da associação de Alzheimer (AAIC) sugere que a covid-19 está associada à disfunção cognitiva de longo prazo e aceleração da patologia e dos sintomas da doença de Alzheimer. Esses estudos estão entre várias pesquisas inovadoras apresentadas na AAIC 2021.

"Esses novos dados apontam para tendências que mostram que as infecções pelo coronavirus levam a um declínio cognitivo duradouro e até mesmo aos sintomas de Alzheimer", disse Heather Snyder, PhD, vice-presidente de relações médicas e científicas da Associação de Alzheimer americana. "Com mais de 190 milhões de casos e mais de 4 milhões de mortes em todo o mundo, a covid-19 devastou o mundo inteiro. É imperativo que continuemos a estudar o que esse vírus está fazendo com nossos corpos e cérebros. "

 

Outros dados apresentados na AAIC 2021 incluem:

Melhorar a qualidade do ar pode reduzir o risco de demência.

A prevalência global de demência deve quase triplicar para mais de 152 milhões até 2050.

Adultos transgêneros e de gênero não binário nos Estados Unidos são mais propensos a relatar piora da memória e pensamento, limitações funcionais e depressão do que as pessoas cisgênero.

Comunidades de cor, historicamente sub-representadas nas pesquisas sobre demência, estão mais dispostas a participar se forem convidados, se quiserem contribuir para o objetivo do estudo ou se tiverem um membro da família com demência.

Com a aprovação acelerada do FDA de aducanumabe (Aduhelm, Biogen / Eisai) para comprometimento cognitivo leve (MCI) e doença de Alzheimer leve, há uma nova energia e interesse em outros tratamentos na linha de terapia de Alzheimer / demência.

Os relatórios AAIC 2021 incluíram novos dados e análises dos medicamentos anti-amilóides em investigação, donanemab (Eli Lilly) e lecanemab (Biogen / Eisai), além de uma ampla variedade de outras abordagens, incluindo: estratégias anti-tau, anti-inflamatórias e alvos de neuroproteção, bem como medicina regenerativa.

"Na Alzheimer Association, uma organização de saúde voluntária líder na pesquisa, atendimento e apoio à doença de Alzheimer, acreditamos que estamos vivendo em uma nova era de avanços. Este ano, estamos vendo dezenas de novas abordagens de tratamento na AAIC que estão ganhando impulso em testes clínicos", disse Maria C. Carrillo, PhD, diretora científica da Associação de Alzheimer. "É uma doença cerebral complexa e provavelmente vai precisar de várias estratégias de tratamento que abordem a doença de maneiras diferentes ao longo de seu desenvolvimento. Esses tratamentos, uma vez descobertos e aprovados, podem ser em conjunto poderosas terapias.

AAIC é o principal fórum anual para a apresentação e discussão das últimas pesquisas sobre Alzheimer e demência. O evento de conferência híbrida neste ano foi realizado virtualmente e pessoalmente em Denver, Colorado, e atraiu mais de 11.000 participantes, incluindo mais de 3.000 apresentações científicas.

 

A covid-19 tem sido associada a disfunção cognitiva de longo prazo e aceleração dos sintomas da doença de Alzheimer

Desde o início da pandemia da covid-19, muito se aprendeu sobre o SARS-CoV-2. No entanto, permanecem dúvidas sobre o impacto de longo prazo do vírus em nossos corpos e cérebros. Novos dados apresentados no AAIC 2021 da Grécia e da Argentina sugerem que os idosos frequentemente experimentam declínio cognitivo de longo prazo, incluindo falta persistente de olfato, após a recuperação da infecção pelo coronavírus.

Esses novos dados são os primeiros relatórios de um consórcio internacional, incluindo a Associação de Alzheimer e equipes de quase 40 países, que estão investigando os efeitos de longo prazo da covid-19 no sistema nervoso central.

 

Vários estudos sugerem que melhorar a qualidade do ar reduz o risco de demência

Uma boa qualidade do ar pode aprimorar a função cognitiva e reduzir o risco de demência, de acordo com vários estudos apresentados no AAIC 2021. Os principais resultados incluem:

Reduções em partículas finas (PM 2.5) e poluentes relacionados ao tráfego (NO2) ao longo de 10 anos foram associadas a diminuição de 14% e 26%, respectivamente, no risco de demência e declínio cognitivo mais lento em mulheres americanas idosas, com base nos resultados do Women's Health Initiative Memory Study: Cognitive Health Epidemiology Outcomes (WHIMS-ECHO).

Em um estudo francês, uma redução na concentração de PM 2.5 em 10 anos foi associada a uma redução de 15% no risco de demência por todas as causas e a uma redução de 17% no risco de Alzheimer.

A exposição de longo prazo aos poluentes do ar foi associada a níveis mais elevados de beta amiloide em uma grande coorte dos Estados Unidos, mostrando uma possível conexão biológica entre a qualidade do ar e as mudanças físicas no cérebro que definem a doença de Alzheimer, de acordo com uma equipe da Universidade de Washington.

 

Previsão que os casos globais de demência tripliquem até 2050

Espera-se que as tendências positivas no acesso à educação global diminuam a prevalência de demência em todo o mundo em 6,2 milhões de casos até 2050. Enquanto isso o tabagismo, alto índice de massa corporal e o açúcar elevado no sangue possam aumentar a prevalência quase na mesma proporção: 6,8 milhões de casos. Uma equipe da Universidade de Washington modelou essas projeções a partir de dados de saúde coletados e analisados ​​por um consórcio global de pesquisadores entre 1990 e 2019 como parte do estudo Global Burden of Disease. Na AAIC 2021, também foi relatado:

A cada ano, cerca de 350.000 pessoas desenvolvem demência de início precoce (antes dos 65 anos) em todo o mundo, de acordo com pesquisadores na Holanda. Atendendo à necessidade de serviços para essa população, a Associação de Alzheimer ajudou a lançar o Estudo Longitudinal da Doença de Alzheimer de Início Precoce (LEADS) para examinar a progressão da doença de início precoce.

De 1999 a 2019, a taxa de mortalidade nos EUA por Alzheimer na população geral aumentou significativamente de 16 para 30 mortes por 100.000, um aumento de 88%, de acordo com pesquisadores da Emory University.

 

Adultos transgêneros têm maior probabilidade de apresentar comprometimento cognitivo subjetivo e depressão

Adultos transgêneros e de gênero não binários nos Estados Unidos são mais propensos a relatar problemas de memória e raciocínio, limitações funcionais e depressão, em comparação com adultos cisgêneros (não transgêneros), de acordo com dois estudos relatados em AAIC 2021. Os principais resultados incluem:

Adultos transgêneros, ou pessoas que se identificam com um gênero diferente daquele atribuído a eles no nascimento, tinham quase duas vezes mais probabilidade de relatar perda de memória (comprometimento cognitivo subjetivo ou CCC).

Também apresentaram mais do que o dobro da probabilidade de relatar limitações funcionais relacionadas ao CCC, como capacidade reduzida de trabalhar, ser voluntário ou socializar, de acordo com pesquisadores da Emory University.

A prevalência de depressão foi significativamente maior para adultos transgêneros e de gênero não binários (indivíduos que se identificam fora do binário masculino / feminino) (37%) em comparação com adultos cisgêneros (19,2%), de acordo com uma equipe da Universidade de Wisconsin.

Pouco se sabe sobre demência e declínio cognitivo entre indivíduos transgêneros. No entanto, os adultos transgêneros experimentam um maior número de fatores de risco para demência, incluindo doenças cardiovasculares, depressão, diabetes, uso de tabaco ou álcool e obesidade. As desigualdades sociais também podem desempenhar um papel no aumento do risco de declínio cognitivo.

 

Abordando a diversidade nos ensaios clínicos da doença de Alzheimer

No AAIC 2021, o National Institute on Aging (NIA), parte dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, lançou uma nova ferramenta online, o Outreach Pro, para ajudar pesquisadores e médicos a aumentar a conscientização e a participação em ensaios clínicos na doença de Alzheimer e outras demências, especialmente entre comunidades tradicionalmente sub-representadas.

Outros resultados importantes relatados pela primeira vez na AAIC 2021 incluem:

Indivíduos historicamente sub-representados estão mais propensos a se voluntariar para um ensaio clínico se forem convidados a participar (85%), quiserem contribuir para o objetivo da pesquisa (83%) ou tiverem um membro da família com a doença (74%), de acordo com uma equipe da Universidade de Wisconsin.

Também foi constatado que os entrevistados afro-americanos, latinos e nativos americanos são muito mais propensos a se voluntariar se convidados por uma pessoa do mesmo grupo étnico e estão mais preocupados do que os brancos com a interrupção do trabalho e das responsabilidades familiares, com disponibilidade de transporte, e nos cuidados com os filhos.

Os critérios de exclusão de ensaios clínicos de Alzheimer comumente usados ​​têm o potencial de afetar desproporcionalmente afro-americanos e hispânicos / latinos, o que pode explicar seu número reduzido de inscrições em pesquisas, de acordo com pesquisadores do NIA.

 

Sobre o Congresso Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC)

O Congresso Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC) é o maior encontro mundial de pesquisadores com foco no estudo do Alzheimer e outras demências.

Como parte do programa de pesquisa da Associação de Alzheimer, o AAIC atua como um catalisador para gerar novos conhecimentos sobre demência e promover uma comunidade vital de pesquisa universitária.

 


Rubens De Fraga Júnior - professor titular da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná. Médico especialista em geriatria e gerontologia pela SBGG.

 

Fonte: AAIC 2021 https://alz.org/aaic/releases_2021/overview.asp


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