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sábado, 18 de março de 2023

Com apoio da FAPESP e do Banco Industrial do Brasil, o Centro Nacional de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental foi inaugurado em evento realizado na quarta-feira (foto: Freepik)

 

Centro Nacional de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM) foi lançado oficialmente em evento realizado na última quarta-feira (15/03), no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FM-USP).

Iniciativa conjunta do Departamento de Psiquiatria da FM-USP e da FAPESP, o CISM deverá combinar atividades de pesquisa, buscando os fatores que originam e precipitam os transtornos mentais, com o desenvolvimento de intervenções digitais que possam promover a saúde mental da população de forma mais inovadora e escalável. Além disso, se propõe a estudar a implementação de intervenções comprovadamente efetivas no Sistema Único de Saúde (SUS), de modo a garantir que o conhecimento gerado pela ciência em saúde mental se traduza em benefícios reais à população.

Reunindo pesquisadores das faculdades de medicina da USP, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), as mais produtivas em saúde mental da América Latina, o CISM já conta com um expressivo leque de parcerias ou assessorias internacionais, entre elas as das universidades Harvard e Yale, nos Estados Unidos.

Além do substancial aporte financeiro provido pela FAPESP, sua criação contou com recursos do Banco Industrial do Brasil (BIB). No âmbito da FAPESP, o CISM ficará alocado entre os Centros de Pesquisa em Engenharia/Centros de Pesquisa Aplicada (CPEs/CPAs) mantidos pela Fundação.

Em apresentação feita durante o evento, Eurípedes Constantino Miguel Filho, vice-chefe do Departamento de Psiquiatria da FM-USP e coordenador do projeto, informou com mais detalhes como serão os três eixos estruturantes do CISM.

“No Eixo 1, ‘Neurociência Populacional’, teremos um estudo de coorte [acompanhamento de um grupo de voluntários] que buscará identificar os fatores de risco importantes na origem dos transtornos mentais. No Eixo 2, ‘Intervenções Digitais’, queremos criar um ambiente de inovação em que identificamos as necessidades da população em saúde mental e partimos para a prototipagem e desenvolvimento de aplicativos que possam dar conta destes problemas, sendo devidamente testados do ponto de vista de sua eficácia clínica. No Eixo 3, ‘Ciência da Implementação’, pretendemos implementar intervenções baseadas em evidências no Sistema Único de Saúde de duas cidades do Estado de São Paulo, Jaguariúna e Indaiatuba. O objetivo final é oferecer soluções testadas para serem disseminadas pelo país e adotadas como políticas públicas”, disse.

Referência internacional

A expectativa é que o modelo do CISM não apenas extrapole as fronteiras paulistas, podendo motivar iniciativas semelhantes em outros Estados brasileiros, mas também se torne uma referência internacional, principalmente, mas não apenas, para países de baixa e média rendas per capita.

Miguel Filho lembrou que os transtornos mentais afetam cerca de 30% da população na megalópole de São Paulo. Esse número foi levantado por uma pesquisa realizada há mais de dez anos, mas que continua referencial na área (leia mais em: agencia.fapesp.br/15215/).

“Além disso, entre todas as condições médicas, os transtornos mentais se destacam por representar uma grande carga de doença para a população, por serem frequentes, iniciarem cedo na vida e causarem incapacidade e sofrimento”, ressaltou.

Um dado quase sempre ignorado é que os transtornos mentais têm início precoce, tendo seu pico de incidência entre os 14 e 15 anos de idade. Por outro lado, o acesso ao tratamento é limitado. Estudo que utilizou uma base de dados de mais de 60 mil indivíduos no Brasil mostrou que, por ocasião do levantamento, apenas 20% das pessoas com depressão haviam recebido algum tipo de tratamento. E que uma porcentagem importante da população mais vulnerável não estava recebendo ajuda. Esses números sobrelevam a importância do CISM para o sistema de saúde brasileiro.

Na sequência da apresentação, Luis Augusto Rohde, professor titular do Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da UFRGS, desenvolveu o tema das tecnologias digitais em saúde mental, contemplado pelo Eixo 2. E afirmou que, embora os aplicativos dedicados à saúde mental tenham explodido no mercado, apenas 2% deles são respaldados por pesquisas. “Além disso, 90% dos usuários abandonam os aplicativos em um prazo de dez dias”, disse.

A proposta de criação do “Hub Saúde Mental Digital” visa superar esse quadro, tornando-se um centro de referência nacional para incubação e aceleração de soluções digitais inovadoras em saúde mental. E, em parceria com o INOVA-HC (núcleo de inovação tecnológica do hospital), estabelecer um centro de acreditação para soluções digitais inovadoras em saúde mental.

O detalhamento do Eixo 3 foi feito por Paulo Rossi Menezes, professor titular do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP). Ele informou que aproximadamente 50% das intervenções médicas que têm eficácia cientificamente comprovada não chegam à prática clínica. E que o tempo médio necessário para a implementação gira em torno de 20 anos. Ou seja, não basta produzir conhecimento de qualidade, é preciso saber como colocá-lo em prática – o que torna a própria implementação uma ciência.

Além de Miguel Filho, Rohde e Menezes, a coordenação do CISM conta com a participação de Jair de Jesus Mari, professor titular do Departamento de Psiquiatria da Unifesp.

No evento de lançamento, entre várias autoridades, estiveram presentes Vahan Agopyan, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo; Carlos Gilberto Carlotti Júnior, reitor da USP; Eloisa de Oliveira Bonfá, diretora da FM-USP; Carlos Alberto Mansur, CEO do BIB; Marco Antonio Zago, presidente do Conselho Superior da FAPESP; e Luiz Eugênio Mello, diretor científico da Fundação.

Zago contou que a proposta original do CISM, que vinha com a doação privada do BIB, não correspondia exatamente ao modelo dos CPEs/CPAs, que é hoje o maior programa de cooperação entre universidades e empresas do Brasil, com um investimento de R$ 1,5 bilhão.

“O professor Luiz Eugênio Mello trabalhou intensamente, junto com o Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente da FAPESP, para formatar esse centro que estamos lançando aqui agora. E é isso que eu quero comemorar, a capacidade de nossos diferentes atores de obter os resultados que importam para a sociedade”, sublinhou Zago.

 

José Tadeu Arantes
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/novo-centro-da-usp-pretende-combinar-pesquisa-em-saude-mental-com-atendimento-digital-a-populacao/40916/


Os perigos de se automedicar para amenizar a ansiedade

 Viviani Milan Ferreira Rastelli, Professora do curso de Farmácia da Universidade Cruzeiro do Sul, esclarece dúvidas, fatos e riscos sobre a automedicação 

 

A ansiedade é uma resposta natural do corpo humano para várias situações do cotidiano. Mas quando causa um sofrimento exagerado e significativo, pode ser uma indicação de um transtorno mental que precisa de tratamento. E aí entra um aspecto importante: a automedicação, envolvendo medicamentos controlados já inseridos no contexto familiar do doente, para tratar sintomas de ansiedade e depressão. 

Para se ter uma ideia, o uso de medicamentos ansiolíticos e antidepressivos aumentou nos últimos anos. O Conselho Federal de Farmácia (CFF) mostrou que em 2020, durante da pandemia da Covid-19, as vendas de antidepressivos e estabilizantes de humor aumentaram 14%. A OMS apontou que, em 2019, o Brasil era o país com o maior número de pessoas ansiosas do mundo. 

A Profa. Dra. Viviani Milan Ferreira Rastelli, do curso graduação em Farmácia da Universidade Cruzeiro do Sul, acredita que a ansiedade seja o mal da sociedade moderna pelo imediatismo e pela sobrecarga que os avanços tecnológicos causam, como a hiperconectividade. “Quanto mais nossas atividades são facilitadas pela tecnologia, mais nos sobrecarregamos e ficamos cada vez mais sem tempo para nós mesmos. Essa é a principal razão para que as pessoas se mediquem por conta própria”, afirma.  

Todo medicamento possui efeitos indesejáveis e, quando ingerido de forma incorreta, pode causar mais malefícios que benefícios ao organismo. Exemplos são o uso indiscriminado de antibióticos, que vem gerando uma resistência bacteriana, o que compromete a eficácia dos tratamentos. E, no caso de ansiolíticos ou antidepressivos, ser completamente ineficaz, já que não há um acompanhamento multiprofissional com psiquiatras, psicólogos, profissionais de educação física, entre outros. 

“A automedicação pode mascarar sintomas de casos mais graves, podendo levar ao aparecimento de efeitos adversos em decorrência das interações medicamentosas; e muitas vezes pode amenizar somente os sintomas sem tratar a causa da ansiedade”, ressalta. 

Ainda, Rastelli ressalta que todo e qualquer distúrbio psicológico deve ser acompanhado por profissionais qualificados. “A pessoa que se sente ansiosa deve procurar um terapeuta que a ajudará na identificação da causa de sua ansiedade. Se for necessário, será encaminhada para um psiquiatra que fará a prescrição de medicamentos. Poderá utilizar de terapias ocupacionais, dança e medicina integrativa para auxiliar nesse processo”, finaliza.

 


Universidade Cruzeiro do Sul
https://www.cruzeirodosul.edu.br/


Dia Mundial do Sono: Brasileiros dormem mais que a média global segundo pesquisa

Apesar de dormir mais, os brasileiros também mantêm o mau hábito do tempo de tela para ajudar a adormecer


Uma pesquisa global feita pela ResMed com mais de 20.000 indivíduos em mais de dez países em janeiro de 2023 (Allison+Partners Performance+Intelligence ResMed Global Sleep Survey) destacou os hábitos e condições de sono em todo o mundo. A pesquisa faz parte de uma campanha global chamada “Desperte o seu melhor” cujo objetivo é trazer dados e discussões sobre a importância da saúde do sono. As pessoas podem verificar o risco de terem apneia do sono fazendo um teste em www.resmed.com.br/desperteoseumelhor e ter acesso a dicas e ferramentas para se informar sobre a saúde do seu sono.

Em uma semana típica, os consumidores relatam dormir aproximadamente 7 horas por noite, sendo os brasileiros os que mais descansam com uma média de 7,8 horas e os japoneses os que menos descansam com 6,5 horas de sono. Parece que as gerações mais jovens (geração z e millennials) e aqueles que trabalham remotamente estão mais dispostos a dormir mais, como mostra a pesquisa.

Embora o tempo que as pessoas passam dormindo seja diferente em todo o mundo, a pesquisa mostra que a maioria dos consumidores (64%) está satisfeito com a quantidade de sono e 62% com a qualidade. Os homens são os mais propensos a ficarem satisfeitos com a quantidade e a qualidade do sono (68% e 66% contra 60% e 58% das mulheres e pessoas não binárias). Indianos e brasileiros são os mais satisfeitos entre as nacionalidades pesquisadas.

Entre as emoções positivas associadas ao acordar pela manhã, os consumidores mais frequentemente dizem que se sentem revigorados (16%) e calmos (15%). Os entrevistados brasileiros, que dormem mais em média, dizem que geralmente acordam sentindo-se revigorados (27%), enquanto os entrevistados japoneses são os mais propensos a dizer que se sentem confusos/nebulosos (21%).

A pesquisa também aponta que o tempo de tela (por exemplo, assistir TV, jogar, navegar nas redes sociais etc.) antes de dormir é um hábito relatado pelos consumidores para ajudá-los a adormecer (45%), seguido da leitura (31 %) e passar tempo com um ente querido/animal de estimação (20%). Os brasileiros seguem esse padrão em 49%, 34% e 20%, respectivamente, nessas atividades. Outra ação habitualmente praticada pelos consumidores é o exercício, sendo os homens os que mais recorrem ao exercício antes de dormir para os ajudar a adormecer (18% vs. 13% das mulheres e não-binários).

Em relação aos aspectos de saúde do sono, apenas 51% dos entrevistados dizem que seu médico já perguntou proativamente sobre a qualidade do sono. Índia (35%) e Brasil (29%) são os países onde parece que os médicos estão mais preocupados em saber essas informações. O conhecimento sobre os padrões de sono difere entre os países, embora em geral a maioria dos indivíduos não considere o ronco um sinal de sono bom (62%), a maioria dos brasileiros concorda com isso (78%).

 


ResMed
ResMed.com.br
@ResMedBrasil


Cirurgiã dentista alerta para as promessas de “facetas premium em curto prazo”

Doutora em Reabilitação oral, Talita Dantas, explica que o problema dessas promessas que tomam conta das redes sociais é a negligência no cuidado das gengivas antes de iniciar o tratamento

 

“Mudo o seu sorriso em quatro horas” é uma das promessas feitas por profissionais atualmente nas redes sociais para vender as facetas de resina, uma opção de tratamento estético dos dentes anterior à febre das lentes de contato dental que tomaram conta do mercado nos últimos anos. A principal diferença entre elas, além do material, é justamente o processo artesanal da faceta de resina, confeccionada no consultório, ao contrário das lentes que são feitas em laboratório. 

Justamente por exigir habilidades técnicas do profissional é que a cirurgiã dentista e doutora em Reabilitação Oral, Talita Dantas, alerta para as promessas de tratamento rápido. “Estamos vivendo o momento das resinas premium, de tratamentos feitos em três ou quatro horas e o paciente precisa ficar muito atento a esse e vários outros detalhes. Porque não podemos construir prédio sobre terreno em areia movediça. Então, antes colocar facetas de resina, precisamos entender o que está por baixo. Além disso, resina não pode ter contato com umidade, não podem ter excesso na gengiva e é preciso higienização adequada. Isso o paciente não vê nas redes sociais, mas a gente vê lá no consultório quando precisa remover tudo para refazer do zero”, explica Talita. 

Segundo ela, o que aparece nas redes sociais são dentes extremamente brancos, até com a promessa falsa de película protetora e com gengivas totalmente inflamadas porque não houve cuidado técnico na hora de executar. “Quatro horas talvez seja um período adequado para fazer algumas facetas, mas não conseguimos nesse tempo conversar com o paciente para saber seus desejos, fazer um planejamento detalhado, moldar as facetas e dar o acabamento ideal. Costumo dizer que resina não aceita desaforo, é um trabalho minucioso, então o paciente precisa ficar atento com o que está sendo negligenciado para ter esse tratamento rápido”, diz.

 

Principais diferenças entre facetas de resina e lente de contato de porcelana 

·      Material e técnica de execução: as lentes de contato dental são feitas de porcelana e as facetas podem ser porcelana ou resina composta (polímero). As facetas de resina são feitas no consultório, diretamente na boca do paciente, muitas vezes sem preparo do dente, enquanto as de porcelana necessitam de um laboratório e do preparo dental. 

·      Procedimentos mais ou menos invasivos: as lentes de resina são procedimentos menos invasivos porque como não exige moldagem para enviar ao laboratório, não é preciso desgaste para adequar o dente para receber uma peça. Porém, cada caso é um caso e ausência de preparo e desgaste não significa sucesso, nem reversibilidade. 

·      Estabilidade e cobertura de cor: as peças de porcelana têm estabilidade de cor e são basicamente inertes à ação de corantes ou ácidos, sem sofrer pigmentação ou alteração. Já as resinas - por mais bem-acabadas, executadas e polidas -, são polímeros e estão sujeitos à ação da alimentação, corantes e ácidos, podendo ter cor e formato alterados. 

·      Manutenção: assim como qualquer pessoa precisa ir ao dentista a cada seis meses, ambos os tratamentos exigem frequência de manutenção. É preciso lembrar que são próteses na boca e é preciso evitar comer unha, morder tampinha de caneta, comer osso de galinha, nada disso é recomendável (mesmos cuidados que é preciso ter com os dentes). 

·      Custo e tempo de produção: tendo o laboratório como intermediário, o custo e tempo de produção da lente de porcelana se elevam por causa das etapas de preparo, moldagem e depois cimentação. No caso da resina, a possibilidade é executar em poucas sessões, dependendo da quantidade de dentes. “No entanto, transformar em disputa de quem faz em menos tempo é um prejuízo para o paciente”, alerta Talita.

 

Qual delas é melhor?

Segundo a especialista, depende das queixas, do perfil e da intenção do paciente. “Quem é esse paciente? Ele é jovem sem nenhuma restauração nos dentes? Ou ele é uma pessoa mais velha que já teve várias intervenções? São dentes que precisam de desgaste ou não? A perspectiva é por um procedimento que nunca mais vai precisar trocar ou que dá para reparar facilmente se fraturar? Tudo isso precisa ser levado em conta. Teremos pacientes sem indicação para lente de porcelana - como os pacientes muito jovens e que não queremos fazer nada muito invasivo - e teremos o paciente sem indicação para lente de resina, que tem muitas restaurações profundas ou dentes extremamente escurecidos e que não tem muita higienização”, finaliza.


Como o álcool afeta o cérebro e traz consequências no comportamento

 

A ingestão de bebidas alcoólicas afeta diretamente os neurotransmissores do cérebro, fazendo com que eles sejam liberados em quantidades diferentes do normal e aumentem o ácido gama-amino-butírico, que provoca desinibição e a dopamina, que dá uma sensação de euforia após as primeiras doses.

Quem explica é o Dr. Fernando Gomes, médico neurocirurgião e neurocientista do Hospital das Clínicas de SP. 

“Apenas duas pequenas doses de álcool podem causar alterações nas áreas cerebrais responsáveis pelo processamento de informação”, fala o médico. 

Esse estrago acontece porque quando o álcool etílico, presente nas bebidas alcoólicas, entra no corpo, um dos efeitos é que as células do cérebro sejam danificadas e algumas morram já que essa é uma substância solúvel em água que se acumula em volumes críticos nos órgãos onde o sangue é mais abundante. E o cérebro é um desses órgãos. 

O córtex cerebral é a área responsável por todos os processos do pensamento, de informação e consciência. “O dano acumulado causado pelo álcool nessa parte dificulta o pensamento logico racional e o desenvolvimento normal da fala, na forma de caminhar ocorrem em função dos transtornos sofridos na área da coordenação motora e no controle inibitório -- área responsável pelo conhecido popularmente como ‘juízo’”, alerta Dr. Fernando. 

Em altas doses, quando o álcool afeta o bulbo (parte do tronco cerebral que regula a respiração e a circulação) há risco de bloqueio na respiração. Mas, na maioria das vezes, antes disso acontecer a sonolência aparece, e muitas pessoas sentem vontade de dormir após beber e por isso (e também por sorte) acabam não chegando ao coma alcoólico. 

Passado isso, vem a temida ressaca. Essa é reposta do organismo à folia que aconteceu no metabolismo. É aí que o corpo sofre uma série de mudanças biológicas. O resultado é um conjunto típico de sintomas da intoxicação. 

A explicação é fisiológica: para metabolizar o excesso de álcool, o organismo acaba sobrecarregando todos os órgãos envolvidos no processo, em especial o fígado, já que é nele que são produzidas enzimas para metabolizar o etanol e, durante a bebedeira, este órgão “absorve” também a ideia de que precisa trabalhar “bêbado” e acaba pedindo mais álcool porque entra em crise de abstinência. O resultado é dor de cabeça, desidratação, enjoo, diarreia e extremo cansaço.

 

Os estudos comprovam 

Cada grama de álcool consumida chega a envelhecer o cérebro precocemente em um dia e meio, segundo um estudo divulgado no último dia 30 de janeiro no Scientific Reports feito por pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia (USC). Os cientistas usaram dados estruturais de imagens de exames ressonância magnética de mais de 12 mil pessoas para calcular a idade cerebral prevista de quem possui o hábito de ingerir álcool, comparando com a idade relativa do cérebro.

Os resultados também mostraram anos a menos para a massa cinzenta devido aos sinais de deterioração do órgão. E apesar das descobertas, os cientistas concluíram que outros fatores também podem levar ao envelhecimento acelerado, como a genética e o estilo de vida.



Dr Fernando Gomes - Professor Livre Docente de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas de SP com mais de 2 milhões de seguidores. Professor Livre Docente de Neurocirurgia, com residência médica em Neurologia e Neurocirurgia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, é neurocirurgião em hospitais renomados e também coordena um ambulatório relacionado a doenças do envelhecimento no Hospital das Clínicas.
drfernandoneuro


Transtorno bipolar: como a doença afeta os idosos

A psicóloga Tais Fernandes explica como o transtorno atinge essa faixa etária


Dia 31 de março é conhecido como O Dia Mundial do Transtorno Bipolar, mesmo dia do aniversário de do pintor Vincent Van Gogh, que fora diagnosticado como possível portador do transtorno afetivo Bipolar. O objetivo da data é chamar a atenção da sociedade para as questões relacionadas aos paradigmas existentes da doença.


Trata-se de um transtorno psiquiátrico que pode causar grande sofrimento em quem é acometido por ele e em familiares, amigos e cuidadores que convivem constantemente com esse indivíduo. É importante manter-se atualizado a respeito da sintomatologia característica do transtorno.


De acordo com a psicóloga Tais Fernandes, do Grupo Said, empresa de cuidadores de idosos, o diagnóstico ocorre com maior prevalência na adolescência e na fase adulta, e em menor escala em crianças e idosos, mas ainda acontece. Segundo a Fundação Allan Kardec, em idosos, a doença atinge de 10% a 25% dos pacientes com transtorno de humor. Se caracteriza por oscilações de humor, com momentos depressivos e outros de mania ou hipomania.


 

“Existem dois tipos de Transtorno Bipolar, o tipo I e o tipo II, onde no primeiro a pessoa passa por momentos de depressão e de mania e no segundo há momentos de hipomania e depressão”, complementa a psicóloga.


 

Nos episódios de depressão, o idoso tende a se isolar, procura ficar mais na cama, muitas vezes há perda de apetite e alterações no sono. Já nos momentos de hipomania, o paciente costuma ficar mais alegre, um tanto eufórico, com mais energia que o habitual. “Já na mania ele tem a excitabilidade e euforia mais intensas, com risco a ter condutas que o colocam em risco. Para que esses episódios sejam classificados dentro da bipolaridade, é necessário que os sintomas persistam por no mínimo 4 dias”.


Para auxiliar idosos que estão passando pelo transtorno, Tais afirma que a família e os cuidadores do idoso precisam entender que neste processo eles também são afetados pelos sintomas, uma vez que participam da rotina e acompanham o decorrer dos episódios. Mas é necessário seguir os cuidados médicos indicados e em casos de medicação, se atentar para que sejam tomados de forma correta. “


O Grupo Said busca ter um olhar humanizado na terceira idade, dedicamos a eles o melhor cuidado para que se sintam amparados e compreendidos em todas as instâncias. Estamos sempre dispostos a cooperar para o desenvolvimento dos nossos idosos e a ouvir a família e cuidadores”, finaliza a psicóloga.

Grupo Said

Lollapalooza 2023: Dicas de saúde para aproveitar o festival

Confira as principais recomendações, segundo especialista, para ter uma experiência agradável no evento de música alternativa mais aguardado do ano

 

O Lollapalooza, o maior festival de música alternativa do país, está se aproximando. Dos dias 24 a 26 de março, os fãs poderão desfrutar de muita música, dança, comida e bebida. No entanto, para curtir o evento de verdade, é necessário prestar atenção na alimentação, na hidratação, no conforto das roupas e sapatos, além de reservar um tempo para descansar. Confira as dicas:

 

Hidratação é fundamental!

Segundo a Dra. Sara Morhbacher, clínica geral do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a maior preocupação deve ser com a hidratação, especialmente para aqueles que vão curtir os shows sob o sol. “É preciso beber muita água, de boa procedência, e evitar o compartilhamento de garrafas com outras pessoas. Além disso, é recomendado evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, já que elas podem contribuir para a desidratação”, explica. 

A especialista também destaca a importância de prestar atenção na quantidade de cafeína consumida em energéticos, já que o excesso aumenta a chance de arritmias cardíacas, principalmente para quem tem predisposição. 

“A nossa preocupação com os energéticos é a cafeína, que a em doses exageradas pode fazer o coração trabalhar de maneira acelerada ou descompassada. A dose máxima recomendada de cafeína é de 420 mg por dia. Uma lata de energético tem cerca 114 mg. Portanto, o ideal é não abusar dos energéticos, principalmente para aqueles que tenham problemas cardíacos”, destaca a especialista. 

Além disso, “é fundamental ir ao banheiro quando sentir vontade, para eliminar o excesso de líquido no organismo e deixar o corpo mais leve e confortável”, completa.

 

Comida para dar energia

Para garantir energia durante os shows, é recomendado consumir comidas leves, como saladas e frutas, ou alimentos menos gordurosos e de fácil digestão. “Então, a dica é comer alimentos compostos basicamente por carboidratos, de fácil digestão e proporcionam maior conforto durante o show, além de evitar frituras e alimentos com muito queijo, que são mais pesados”, ressalta. 

É importante prestar atenção nas condições de higiene dos estabelecimentos onde você vai comprar sua comida, garantindo que estejam limpos e com alimentos em boas condições de conservação e dentro dos prazos de validade. 

“O local deve estar limpo e apresentar condições mínimas de higiene para evitar o contágio por uma bactéria ou, até mesmo, uma virose alimentar. Se o alimento precisa estar refrigerado, prestar atenção se ele realmente estava onde deveria antes de consumir”, aconselha a especialista.”

 

Roupas confortáveis

Para a médica, o conforto é a chave para ter uma experiência agradável. Isso significa que é essencial evitar peças apertadas e sapatos que machuquem os pés ou com salto, que podem causar lesões. E optar por roupas leves que permitam a transpiração do corpo, especialmente se o festival ocorrer em dias quentes. “Se tiver sol é aconselhável usar protetor solar e algum tipo de cobertura física, como chapéus e bonés”, completa. 

Outra dica, é montar um kit de primeiros socorros com medicamentos básicos para prevenir ou tratar eventuais dores de cabeça, musculares e outros imprevistos.

 

Descansar faz parte do show

Mesmo que o Lollapalooza seja uma maratona de shows e atividades intensas, é necessário que o público cuide do seu corpo e bem-estar. “O ideal é não negligenciar o sono e dar um tempo para descansar e recuperar as energias. Afinal, uma experiência completa em um festival depende não só da música e diversão, mas também do cuidado com a saúde física e mental”, explica a médica.

Com essas dicas, o público do Lollapalooza pode garantir uma experiência inesquecível e segura durante os dias de festival.

 

Hospital Alemão Oswaldo Cruz
www.hospitaloswaldocruz.org.br/


Porque a obesidade precisa ser tratada

As pessoas estão cada dia mais com suas vidas agitadas e com suas agendas comprometidas. Seja com o trabalho, com os estudos, com a casa, com os filhos ou, até mesmo, com tudo junto. Com a falta de tempo para uso pessoal, as pessoas ficam condicionadas a realizar tarefas o dia inteiro, e sequer olhar para o espelho e notar a sua imagem, tanto do aspecto externo como interno.

A sobrecarga de tarefas gera uma cadeia de desorganização na vida pessoal do indivíduo. As principais consistem em dormir pouco, comer tranqueiras, ser estressado, e, possivelmente, sedentário. Essa vida acima descrita é a rotina atual de milhões de pessoas pelo planeta. O botão do automático está ativo praticamente 24 horas – o que já se tornou uma prática comum e inconsciente.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2025, a projeção é de que 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade, ou seja, com um índice de massa corporal (IMC) acima de 30.

O resultado é que as pessoas estão sofrendo muito com a obesidade e com o sobrepeso e o mercado do emagrecimento e opiniões diversas vem confundindo as pessoas que ficam sem direcionamento, arriscando a vida tentando o fazer sozinhos, como: tomar medicação da moda sem prescrição (OZEMPIC) e/ou fazendo horas de jejum, e/ou cortando algum alimento das suas refeições. O corpo precisa ser nutrido de alimentos importantes e só profissionais especializados para orientar de forma personalizada e correta.

Pós pandemia, mais precisamente, pós confinamento, aumentou muito a busca das pessoas em melhorar seu bem estar tanto fisicamente quanto esteticamente. O motivo foi porque as empresas voltaram para o presencial e a aparência voltou de novo a ser importante para os relacionamentos interpessoais.

 Aumentou demais também a quantidade de pais trazendo os filhos adolescentes, que se tornaram obesos no período de confinamento, sem atividade física e à  livre demanda de fast food. Este período da vida que já é complexo, por conta das inúmeras mudanças acontecendo no corpo, e o agravante do excesso de peso mexe muito com a auto-estima dos jovens.

É de extrema importância a abordagem e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar para TRATAR a obesidade e o sobrepeso, que desde 2020, entrou na lista de risco de vida segundo a OMS devido a grande lista de comorbidades metabólicas.

Atuo há 5 anos coordenando uma equipe com: Nutricionista, Personal trainer e psicólogo e esteticistas, tratando o todo, in e out, afinando mente e corpo. Uma equipe alinhada e que aborda o paciente numa mesma linguagem e com propósito de ensinar, que é possível sim, reprogramar novos hábitos saudáveis, independente da idade e sexo, a conquistarem uma melhora de qualidade e estilo de vida. Só assim, é possível se sustentar magro, uma vez incorporado e treinado estes novos hábitos.

  

Adriana Mariano - fisioterapeuta dermato funcional e estrategista em emagrecimento.


Especialista alerta para a importância do diagnóstico precoce para a Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ) em bebês

 Ortopedista pediátrico destaca a urgência do aprimoramento da triagem neonatal para identificar a condição ainda nos primeiros dias de vida da criança

 

Uma das principais preocupações dos especialistas é ter a certeza de que o recém-nascido não tem Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ) - amplo espectro de alterações que atingem o quadril em crescimento, desde anomalia na formação até a luxação da articulação, como explica o ortopedista pediátrico David Nordon. “O quadril tem a forma de uma bola e soquete, com curva na qual se encaixa o fêmur. Nesta doença, a curva se torna uma rampa, o fêmur escorrega por ela em diferentes graus. O grande problema é que os graus mais leves da condição podem passar despercebidos por muitos meses após o nascimento, o que leva a doença a se tornar cada vez mais grave.”

Ainda de acordo com o médico, que também é professor da disciplina de Saúde Pública da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – Campus Sorocaba – PUC Sorocaba e supervisor do Programa de Residência Médica de Ortopedia e Traumatologia da PUC-SP, a triagem instituída em maternidades (“teste do quadrilzinho”) é insuficiente para o diagnóstico. “O exame não é 100% confiável. Estas displasias que passam despercebidas na vida adulta, podem se tornar um desgaste articular 30 ou 40 anos antes do que seria esperado para um adulto. Portanto, é pelo ultrassom a maior possibilidade de diagnóstico preciso. Com a mudança na triagem neonatal, é possível perceber grande diferença na quantidade de diagnósticos. Estima-se que a prevalência seja de aproximadamente 1% de diagnósticos com exame físico e 5% com ultrassom”, comenta Nordon. 

No Brasil, de acordo com estudos publicados, a incidência de displasia está entre 0,2% e 1,7%, envolvendo quadril luxado e subluxado (instável). O médico afirma que o quadro seria diferente se a prática do ultrassom fosse considerada. “O ultrassom é um exame barato e muito acessível como método de triagem para todos os bebês”, diz. 

O médico ainda destaca que as causas da DDQ não são totalmente conhecidas, mas já é sabido pelos especialistas que há relação com a genética, apontando o histórico familiar como um fator de risco importante. A condição também é mais comum em meninas, que somam aproximadamente 80% dos casos. Bebê em apresentação pélvica (sentado na barriga) e a presença de pouco líquido no útero durante a gestação são outros fatores extremamente relevantes. “O hábito que alguns povos têm de enrolar os seus recém-nascidos como um “charuto”, a utilização de andadores e alguns modelos de carregadores podem contribuir para o aparecimento da DDQ em pacientes nascidos com quadris normais. Todo cuidado é pouco”, alerta Nordon. 

Como tratamento, o médico explica que, na infância, o suspensório de Pavlik pode ser usado até os seis meses de idade e apresenta excelentes resultados. “Casos em que esse método não funciona, ou em crianças mais velhas que seis meses de idade, existe a necessidade de se realizar cirurgia, que pode ser muito longa e complicada. Por isso, o melhor é diagnosticar precocemente e iniciar tratamento o quanto antes”, finaliza Nordon. 

 

David Nordon - médico ortopedista pediátrico pelo HC FMUSP - Supervisor do Programa de Residência Médica de Ortopedia e Traumatologia da PUC-SP, Professor da disciplina de Saúde Pública da PUC-SP (Campus Sorocaba) e de ortopedia e medicina preventiva do Estratégia MED (curso preparatório On-line para provas de Residência Médica), Mestrando da USP, Pesquisador do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas (HCFMUSP) e idealizador do Projeto Pequenos Passos, projeto filantrópico de tratamento de Pé Torto Congênito.


Cirurgias convencionais x cirurgias robóticas: entenda as principais diferenças entre os dois tipos de procedimentos

Novas tecnologias, que atuam de forma centrada no cirurgião, expandem-se pelo país. Somente o robô ROSA® Knee System, da multinacional norte-americana Zimmer Biomet, já participou de 1.500 procedimentos nos últimos dois anos e está presente em 18 hospitais, de 10 cidades e oito estados brasileiros.

 

À medida que a tecnologia segue atrelada às atualizações e aprimoramentos constantes da área da saúde, novas técnicas e soluções têm contribuído exponencialmente para a melhora da qualidade de vida e bem-estar da população brasileira. No âmbito dos procedimentos cirúrgicos, por exemplo, o advento da robótica tem permitido ganhos cada vez mais evidentes, tanto aos pacientes que necessitam passar pelas cirurgias, quanto às equipes médicas, que contam com tais inovações para ampliar o índice de sucesso e otimização do tempo dedicado a essas atividades.  

No entanto, muitas pessoas ainda têm dúvidas de como seriam realizados esses procedimentos assistidos por robôs. Afinal, essas máquinas operam sozinhas? Por que são importantes? Quais as principais diferenças entre as cirurgias tradicionais e as robóticas?  

Conforme apontam diferentes especialistas, o apoio das plataformas robóticas para a realização de procedimentos como as artroplastias de joelho – uma solução aos pacientes que sofrem de artrose severa e necessitam de intervenção para substituir a articulação do joelho por próteses ortopédicas -,  tem permitido uma nítida evolução no que diz respeito à precisão e eficiência dessas cirurgias, que passaram a ser feitas de maneira muito mais personalizada, de acordo com a anatomia única de cada paciente. 

Segundo Dr. Mauro Meyer, médico ortopedista especialista em cirurgia do joelho no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre (RS), embora as próteses de joelho tenham ótimos resultados, a maior dificuldade nas cirurgias convencionais é conseguir o alinhamento exato dos componentes durante o procedimento, uma barreira que foi superada com o auxílio do robô. 

 “Antes o médico faz uma série de cálculos, por exemplo, dos movimentos de rotação do quadril, joelho, tornozelo. O robô soma e cruza esses dados com os dos exames de imagens e analisa como estão ligamentos, tendões, musculatura. Com a precisão do sistema robótico, temos tido tempos menores de internação, o paciente faz a movimentação do joelho com mais facilidade e isso causa menos dor no pós-operatório, menos uso de analgesia, maior conforto para que o paciente possa ir para casa mais rápido e maior longevidade dessa prótese”, comenta.  

Benefícios e experiências positivas que também são compartilhadas pelo Dr. Afonso Paulo Almeida Magalhães Neto, médico ortopedista e traumatologista, especialista em cirurgia do joelho e ombro nos Hospitais Orizonti e São Lucas, em Belo Horizonte (MG).     

“O grande benefício da robótica é a precisão, previsibilidade, segurança, respeito às partes moles e cirurgias extremamente personalizadas para o melhor resultado ao paciente, tudo isso sem tirar a autonomia do médico. Já realizei mais de duzentas cirurgias com o apoio da robótica desde maio do ano passado e posso dizer, com segurança, que foi a maior evolução nas artroplastias de joelho dos últimos vinte anos”, pontua. 
 
De acordo com
Dr. Marco Demange, médico ortopedista especialista em cirurgia do joelho e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), essa precisão, inclusive, é um dos fatores cruciais para o sucesso desses procedimentos. 

 “A cirurgia colaborativa permite captar informações antes da cirurgia, por meio de exames de imagem especiais como a X-Atlas, uma radiografia panorâmica com esferas metálicas que permitem calcular o tamanho dos componentes da cirurgia, entre eles, a inclinação e o alinhamento das próteses à anatomia óssea, para que o planejamento prévio seja feito em um software exclusivo. Durante a cirurgia, o médico pode captar novamente todos os dados do formato do joelho, especialmente para fazer ajustes finos, de maneira que o sistema robótico colaborativo permita a remoção das saliências ósseas para maior precisão, de forma personalizada para cada paciente”, destaca o profissional. 

Os atributos e o sucesso das cirurgias citados pelos profissionais, devem-se muito a tecnologias como o robô ROSA® Knee System, por exemplo, desenvolvido pela multinacional líder mundial em saúde musculoesquelética, Zimmer Biomet, que já atingiu o marco de 1.500 cirurgias realizadas no Brasil, em um curto espaço de dois anos.  

Composto por uma tecnologia que integra braços robóticos a softwares avançados, que realizam o planejamento pré-operatório em 3D e fornecem dados intraoperatórios, em tempo real, sobre tecidos moles e anatomia óssea do paciente, o ROSA® foi projetado para facilitar a precisão do corte ósseo e a análise de amplitude de movimento no ato cirúrgico. Centrada no cirurgião, trata-se de uma tecnologia que contribui, principalmente, para que as cirurgias aconteçam de forma personalizada, com a colocação otimizada das próteses ortopédicas, de acordo com a anatomia única de cada paciente.  

Atualmente, a plataforma já está disponível em 18 hospitais, de 8 estados e 10 diferentes cidades do país, em localidades como São Paulo (capital e S.J do Rio Preto), Rio de Janeiro (capital), Bahia (Salvador), Pernambuco (Recife), Minas Gerais (Belo Horizonte), Paraná (Curitiba e Londrina, a primeira cidade não capital a receber a tecnologia), Distrito Federal (Brasília) e Rio Grande do Sul (Porto Alegre). 

  

ROSA® Knee - sistema cirúrgico assistido por robô, projetado para ajudar os cirurgiões na realização da cirurgia de substituição total do joelho, com recursos para auxiliar nas ressecções ósseas, bem como avaliar o estado dos tecidos moles para facilitar o posicionamento do implante no período intraoperatório. O sistema fornece uma análise contínua de dados para auxiliar na tomada de decisões complexas e permite que os cirurgiões usem a tecnologia de computador e software para posicionar instrumentos cirúrgicos, permitindo grande precisão durante os procedimentos. O ROSA® Knee apresenta o protocolo de imagem X-Atlas™ - que fornece imagens pré-operatórias baseadas em raios-X para criar um modelo 3D e plano da anatomia óssea de um paciente - e mapeamento intraoperatório em tempo real da anatomia e movimento de um paciente, para ajudar os cirurgiões a personalizarem procedimentos e otimizarem a colocação do implante. 


Zimmer Biomet
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Down é Up

 Dia Mundial da Síndrome de Down. Eles podem, eles querem, eles fazem acontecer 

 

Á data do Dia Mundial da Síndrome de Down foi fixada em 21 de março, pois remete ao fato genético da trissomia do cromossomo 21. É um movimento de conscientização global para celebrar a vida das pessoas com esta Síndrome e também para lhes garantir as mesmas liberdades e oportunidades que as demais pessoas têm.

Olhinhos puxados, alegres e sempre dispostos a interagir. Eles dançam, jogam, encenam, produzem peças de arte. Assim podem ser descritos as crianças, adolescentes e jovens com síndrome de Down que participam das atividades no Instituto Gabi, organização que atua há 22 anos na inclusão de PCD e doenças rara, na zona sul de São Paulo.

Estima-se que existam cerca de 270 mil pessoas com Síndrome de Down no Brasil. E a cada 700 nascimentos, 1 bebê nasce com esta condição genética. Foi descrita há pouco mais de 150 anos, quando John Langdon Down, em 1.866, se referiu pela primeira vez como um quadro clínico com identidade própria.

Boa parte destas pessoas apresenta algum tipo de atraso no desenvolvimento. É importante salientar que a síndrome de down não é uma doença e, sim, uma condição genética inerente à pessoa, associada a algumas questões de saúde que devem ser acompanhadas desde o nascimento e exigem acompanhamento de equipe multidisciplinar.


Teoria e prática

O dia a dia no acolhimento e na reabilitação de PCD e doenças raras do Instituto Gabi e o embasamento da literatura mostram que o convívio e a participação social são fatores essenciais para a conquista da autonomia das pessoas com síndrome de down.

A inclusão na escola é primordial, porque promove o desenvolvimento humano e social entre todos daquele ambiente, é muito importante que esta ação supere alinha do cuidado e chegue a efetiva prática pedagógica com todos da turma, com atividades flexibilizadas e o trabalho colaborativo, por exemplo; onde todos da classe se ajudam, inclusive o estudante com SD.


Legislação e direitos

A Lei Brasileira da Inclusão (lei 13.146/15) que institui o Estatuto da Pessoa com Deficiência garante ao portador da Síndrome de Down o direito à educação, saúde, trabalho, cultura e esporte. Há leis gerais e federais relacionadas a benefícios e isenções, à saúde, educação, trabalho, acessibilidade. Destacam-se

  • Benefício de Prestação Continuada (BPC) ...
  • Auxílio-doença.
  • Aposentadoria para portadores de Síndrome de Down. ...
  • Isenção no Imposto de Renda. ...
  • Uso do passe Passe Livre em transporte interestadual. ...
  • Vaga especial no estacionamento. ...
  • Tirar Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e dirigir.

 

Francisco Sogari - jornalista, Mestre em Comunicação e Fundador do Instituto Gabi


Dia Mundial da Saúde Bucal: CEJAM alerta para importância dos cuidados com a higiene oral

Especialista chama a atenção para doenças sistêmicas que podem apresentar sinais na boca 

 

O cuidado com a saúde bucal é de extrema importância, pois uma boca saudável não proporciona apenas um sorriso bonito, mas também auxilia nas diversas funções, como fala, mastigação e até mesmo respiração.

No Dia Mundial da Saúde Bucal, lembrado em 20 de março, o CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" faz um alerta para a importância dos cuidados com a higiene da boca.

Conforme o Dr. Francis Tsurumaki, supervisor de saúde bucal no CEJAM, a saúde oral interfere diretamente na saúde geral do indivíduo. “Sabemos que muitas doenças sistêmicas podem apresentar sinais e sintomas na boca, por este motivo devem ser levadas a sério”, destaca.

O especialista afirma que, dentre os cuidados para garantir um sorriso bonito e saudável, além de uma boca livre de doenças, é necessário escovar os dentes e anexos (língua e bochecha) após cada refeição; fazer uso de enxaguatórios bucais e fio dental, diariamente; diminuir a ingestão de alimentos cardiogênicos (açúcares); evitar fumar e consumir bebidas alcoólicas; e realizar visitas regulares ao cirurgião dentista.

“A falta de cuidado bucal pode acarretar proliferação de fungos e bactérias, que causam doenças orais e trazem prejuízos às estruturas da boca, podendo, até mesmo, acarretar o surgimento de doenças do corpo ou agravamento de doenças já existentes”, alerta. 

De acordo com o Dr. Francis, a realização periódica do autoexame oral e a verificação de caroços, manchas ou outras alterações na mucosa são de suma importância. “Ao primeiro sintoma suspeito, se faz necessário a busca por atendimento.”

Na cidade de São Paulo, o CEJAM gerencia junto à prefeitura 29 unidades de saúde bucal, sendo dois Centros de Especialidades Odontológicas, um Pronto Atendimento Odontológico 24 horas e 26 Unidades Básicas de Saúde (UBS) com atendimento odontológico.

Todos os consultórios contam com infraestrutura adequada para atendimento aos pacientes, considerando divisórias, consultórios climatizados, mobiliários novos e equipamentos de última geração. Os profissionais são qualificados e buscam o atendimento humanizado em toda a sua prática diária.



CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”


Piolhos: conheça formas mais eficazes de prevenção

Foto: reprodução
Insetos pequenos, sem asas e que se alimentam de sangue, essas são as características do parasita Pediculus humanus, o piolho. A contaminação ocorre pelo contato direto ou pelo uso de bonés, chapéus, escovas de cabelo, pentes ou roupas de pessoas contaminadas.


Dentre os sintomas, os principais são: intensa coceira no couro cabeludo, principalmente na parte de trás da cabeça, podendo chegar ao pescoço e tronco; também podem surgir pontos avermelhados como picadas de mosquito; presença do parasita (piolho) e de seus ovos (lêndeas), que aparecem como pequenos pontos esbranquiçados grudados aos fios de cabelo.

O dermatologista Gustavo Martins, reforçou a questão da prevenção a Pediculose, que é o nome científico da infestação por piolhos.

“Para prevenir, o ideal é evitar o compartilhamento de roupas, toalhas, acessórios de cabelo e outros objetos de uso pessoal, bem como evitar o contato direto com pessoas infectadas pelo parasita”, iniciou.

Ainds conforme o especialista, as crianças são, com frequência, as mais infectadas principalmente na escola. “Por isso o recomendado é que sejam sempre examinadas e que passem o pente fino para evitar que a infestação se propague; as que usam cabelos compridos devem prendê-los para ir à escola”, disse.

Ainda conforme Gustavo, é fundamental também que a escola seja comunicada sempre que alguma criança apresentar o problema. Dessa forma, todos que por ventura estejam contaminados podem ser tratados ao mesmo tempo e o ciclo de recontaminação é interrompido.

“Sobre tratamento, o principal é a lavagem dos cabelos com shampoos e aplicação de loções específicas para pediculose. Em alguns casos pode ser necessária a medicação oral, prescrita por um médico dermatologista. Ainda a remoção total dos piolhos e lêndeas com pente fino ou manualmente, um por um, pois os medicamentos não matam os ovos do parasita”, alertou.

Martins explica por fim que é importante que todos que convivam com a pessoa acometida pela pediculose sejam examinados e se necessário tratados, para evitar a reinfestação. “O corte dos cabelos, ao contrário do que se pensou por muito tempo, não é necessário”, finalizou.

 

Dr. Gustavo Martins - médico graduado pela Universidade Federal de Santa Maria-RS. É dermatologista e cirurgião dermatológico com titulação pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e Associação Médica Brasileira. Há 12 anos atua na área de tricologia e transplante capilar, sendo um dos primeiros brasileiros a realizar a técnica FUE, na qual são retirados unidades foliculares. Possui mais de mil pacientes operados, com vasta experiência no ramo. Palestrou nos maiores congressos nacionais e internacionais sobre transplante capilar e tricologia. Possui dezenas de artigos científicos publicados em revistas renomadas.


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