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terça-feira, 25 de agosto de 2020

Auto avaliação em home office é baixa

 40% dos funcionários em home office se deu nota abaixo de 7


Em pesquisa feita pelo Instituto Deândhela com 624 pessoas sobre a realidade do home office, a maioria das empresas (72%) aderiu ao modelo de trabalho remoto, mas os próprios funcionários avaliam que a produtividade em casa não está boa, se auto avaliando com nota 6 ou abaixo (40%). Descobrir o que pode ser melhorado e onde está o problema nessa adaptação é a chave para melhorar essa percepção e ter colaboradores mais realizados.

A especialista em produtividade, Tathiane Deândhela, compartilha algumas dicas:

  1. Passar um batom ou fazer a barba mesmo em casa

Esse passo, além de ajudar na autoestima do funcionário, também contribui para que as outras pessoas vejam uma imagem melhor na câmera durante reuniões. “Muitas vezes só o fato de se arrumar, como passar um batom para as mulheres ou fazer a barba para os homens, já muda a forma como a pessoa se enxerga e se sente e isso aumenta a confiança dela durante um dia de trabalho. ”, revela Deândhela.

  1. Faça um planejamento do dia com perspectiva real do tempo das atividades

Tathiane desenvolveu uma ferramenta que batizou de Time Model Canvas. Uma planilha na qual é possível colocar tudo no papel e facilitar a visualização. “O grande diferencial é que esse planejamento ajuda a pessoa a se blindar de distrações e da procrastinação, colocando metas possíveis, recompensas e penalidades, para atuar no subconsciente da pessoa e ajudar a não se sabotar mais. Anotar o tempo de todas as tarefas do dia, mesmo as menores, como cuidar do cachorro, aguar as plantas, preparar um lanche, etc. Manter uma rotina com horários equilibrados de trabalho, descanso e lazer é fundamental. ”, conta a especialista.

  1. Eliminar a procrastinação e manter o foco em uma atividade de cada vez

Um dos principais vilões da produtividade é a procrastinação. Quem trabalha em casa ou tem sua própria empresa tem grandes chances de sofrer desse problema. “Se você tem claro seus objetivos do dia e da semana e quais são as consequências que a procrastinação terá nesse planejamento fica mais difícil deixar esse problema tomar conta. Quando não se conclui as tarefas nos prazos cria-se inconscientemente uma culpa, que causa uma sobrecarga no sistema nervoso que pode afetar a saúde”, complementa.

  1. Produtividade personalizada para equilibrar atividades profissionais e pessoais

Cada um precisa avaliar quais são as técnicas que funcionam para sua rotina, para suas necessidades e fazer destas técnicas hábitos. “Muito se fala de produtividade hoje em dia, mas nem tudo funciona para todo mundo. A pessoa precisa se conhecer, saber qual o seu perfil para realizar suas metas”, conta Deândhela.

  1. Identificar as interrupções e organizar o aumento de carga de trabalho no isolamento

A cada interrupção de foco, o cérebro pode demorar até 14 minutos para voltar ao que estava fazendo. Por isso é tão importante que se programe as tarefas mais importantes do dia para momentos sem interrupção, assim a produtividade será maior e o trabalho flui de uma forma mais tranquila. “Com o home office é difícil não ter interrupções durante todo o período de trabalho, evitar distrações e não se sobrecarregar com várias atividades é fundamental. Por isso a dica é dar o seu melhor naquele período que é possível eliminar os ladrões do tempo e no restante do dia fazer as tarefas de forma mais leve”, finaliza a especialista.

 



Tathiane Deândhela - escritora e especialista em produtividade. Escreveu os livros "Faça o tempo trabalhar para você" que está na 5ª edição e "Faça o tempo enriquecer você".

 

Quebec recruta brasileiros para oportunidades de emprego e estudo

Mesmo diante da pandemia do coronavírus, empresas e instituições de ensino de Quebec e região realizarão um processo de recrutamento virtual


A região da cidade de Quebec, no Canadá, está gradualmente retomando suas atividades de recrutamento. A Québec na Cabeça, iniciativa da agência de desenvolvimento econômico Québec International, acaba de anunciar o lançamento de um processo de recrutamento on-line em que trabalhadores e estudantes brasileiros podem participar. 

As inscrições vão até o dia 14 de setembro e as entrevistas de seleção, que serão realizadas em modo virtual, estão previstas para outubro de 2020. Há vagas nas áreas de tecnologia da informação e transformação alimentar, além de programas de estudo de nível técnico e profissionalizante de 11 instituições da cidade de Quebec e região que oferecem mais de 60 cursos diferentes.

“Tendo pandemia ou não, setores como o de tecnologia têm alta demanda. Ainda não temos muitas informações sobre o processo seletivo, pois tudo depende da evolução da Covid-19, mas ele será on-line, inclusive as entrevistas”, destaca Daniel Braun, presidente da Cebrusa, um das empresas que está auxiliando os candidatos na preparação para o processo de recrutamento.

Para participar, o currículo do interessado precisa ser redigido em francês e as entrevistas também serão feitas no mesmo idioma. “A Cebrusa disponibiliza serviços de formação e apoio aos candidatos, como a preparação para as entrevistas e a redação do currículo e da carta de apresentação", diz Braun.

Segundo ele, os candidatos que quiserem participar dessa iniciativa de recrutamento podem se preparar com a Cebrusa. “A programação pode ser modificada de acordo com a evolução da situação relacionada à Covid-19 em Quebec e também no resto do mundo, mas a previsão é que a seleção dos candidatos seja feita em outubro, por isso é importante o candidato já começar a sua preparação para todas as etapas e a Cebrusa dá todo o auxílio necessário para isso”.

Para mais informações, entre em contato pelo e-mail contato@cebrusa.com.br.



5 dicas para tornar o home office ou a volta ao trabalho mais saudável

Pipo Saúde mostra como algumas simples atitudes podem contribuir para melhorar a rotina profissional em períodos turbulentos



A pandemia do coronavírus trouxe inúmeros problemas para a saúde mundial, não apenas fisicamente, mas o estresse e desgastes causados pelo isolamento ou a necessidade de seguir trabalhando em meio aos riscos pode contribuir para o aumento de distúrbios emocionais causados pelo cansaço. De acordo com a ISMA (International Stress Management Association), 30% dos mais de 100 milhões de trabalhadores brasileiros sofrem de Síndrome de Burnout, um conjunto de sinais e sintomas causados por excessos, principalmente no âmbito profissional.

O diagnóstico de síndrome de burnout deve ser feito por uma orientação médica e o tratamento deve ser prescrito por uma psicóloga ou psiquiatra. No entanto, pequenas mudanças podem tornar a rotina do home office ou o ambiente de trabalho mais saudável. Quando não nos atentamos à elas, principalmente se estamos imersos em um ambiente acelerado, estressante, cheio de demandas e compromissos, seja na vida pessoal ou profissional, podemos ter esgotamento mental. Pensando no bem-estar dos trabalhadores brasileiros, a Pipo Saúde, startup criada para otimizar a relação do RH de empresas com os planos e benefícios de saúde, separou cinco dicas para ajudar com essas questões tanto em casa quanto no escritório: 


Dizer não: Parece simples, mas não é. Muitas vezes acabamos aceitando mais reuniões, entregas com prazos menores, ficar mais um "pouquinho" no trabalho, principalmente porque nos preocupamos muito com a nossa entrega, resultado e engajamento profissional. E é por isso que precisamos aprender a dizer não. É saudável, assim como respeitar o horário de trabalho, desligar a mente, pedir mais prazo e saber valorizar quando isso está sendo feito de forma estratégica: descansar para produzir melhor. 


Exercícios físicos: Ao praticar exercícios estamos produzindo endorfinas, que são substâncias naturais do organismo responsáveis pela sensação de relaxamento. Dessa forma é possível aliviar a ansiedade, diminuir o estresse e dormir melhor. Duas ou três vezes na semana já vão fazer mudanças positivas e saudáveis na rotina. Atividades físicas como aulas de yoga, pilates, por exemplo, podem ser feitas em casa ou sugeridas pelos gestores e profissionais de RH. 


Comer bem: O que pouca gente sabe é que alguns alimentos que consumimos prejudicam a concentração, o relaxamento e até mesmo na hora de dormir. Refeições com excessos de carboidratos e açúcares exigem do nosso corpo um processo de digestão mais demorada e, por consequência, mais trabalhosa. Quando escolhemos alimentos mais nutritivos, pouco gordurosos, com bases mais proteicas e fibrosas, tudo funciona melhor: a concentração, a produtividade, os movimentos físicos e também o sono. 


Descanso: É preciso buscar técnicas de meditação, exercícios de respiração, mudança de luz ou até mesmo uma posição para dormir que leve ao sono profundo. Pois, quando dormimos bem, produzimos o GH, Leptina e a Insulina que são hormônios saudáveis para o corpo. O essencial é se desligar dos eletrônicos cada vez mais cedo, saber fechar os olhos e respirar fundo, para esvaziar a mente e corpo. 


Cuide da saúde: Primeiro de tudo, escolha um médico de confiança. Realize exames de check up anualmente, aproveite as práticas de um plano de saúde. Aproveitar as praticidades de um plano de saúde, aplicar essas cinco dicas na sua rotina e, principalmente, se priorizar podem ser a chave para um organismo saudável.

Síndrome de Burnout, ansiedade, esgotamento mental são crises mais comuns do que parecem, mesmo durante o home-office, e isso vale para qualquer área de uma empresa. "Repensar estratégias, ativação em equipe, com gestores e oferecer opções de terapia online podem ser uma das mecânicas para evitar que esses tipos de síndromes alcancem seus colaboradores. Essa é a missão da Pipo Saúde, viemos para facilitar a rotina e oferecer benefícios de verdade, com diferentes produtos ligados à saúde para empresas que de fato se preocupam com seus colaboradores", afirma Manoela Mitchell, CEO da Pipo Saúde.


Profissionais da contabilidade, precisamos falar sobre meio ambiente e mudanças climáticas

Questões ambientais estão sendo elevadas à prioridade na agenda de debate da retomada do crescimento econômico brasileiro em período pós-pandemia. Abertas manifestações de grandes banqueiros, empresários e economistas, muitos com influência política, estão fazendo coro com ambientalistas e organizações da área sobre a necessidade de preservação das florestas e de outros ecossistemas nacionais, entre eles, o pantanal e o cerrado.

Em âmbito externo, da mesma forma, estamos vendo crescer uma percepção negativa sobre a imagem do Brasil quanto a desmatamentos e manejos agropecuários que incluem extrativismos predatórios. Essa preocupação internacional já está levando investidores a retirarem dinheiro de companhias brasileiras, a exemplo do que ocorreu em julho, quando uma entidade finlandesa de asset management retirou cerca de 40 milhões de euros em investimentos de uma grande empresa brasileira de carne, considerando suspeitas de que o frigorífico fomenta o desmatamento ao comprar gado proveniente de terras protegidas da Amazônia.

“O clima é uma preocupação financeira”, afirmou, no início de 2020, a Royal Netherlands Institute of Chartered Accountants (NBA), por meio de uma carta aberta. Além disso, a NBA divulgou recentemente resultados de uma pesquisa feita com contadores holandeses sobre até que ponto eles estão envolvidos no combate às mudanças climáticas e com a redução da emissão de gases de efeito estufa, principalmente de CO2. A organização holandesa chegou à conclusão de que os contadores devem assumir a responsabilidade e iniciar uma discussão sobre o clima – recomendação que conta com o apoio do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) para o âmbito nacional.

Ainda, diante dos potenciais efeitos calamitosos das mudanças climáticas, a carta “Convergência pelo Brasil”, assinada por ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central e divulgada em julho, também traz a preocupação com a estabilidade financeira. Os riscos climáticos, não apenas no Brasil, já estão sendo incluídos em análises macroeconômicas de bancos centrais, enquanto mercados financeiros estão reconhecendo e precificando, de forma transparente, esses riscos de longo prazo. Nessa carta, também é citada a reprecificação dos ativos mais expostos às mudanças climáticas, com impactos esperados na poupança privada e no mercado de capitais.

Inserindo a contabilidade nessa análise, vemos que, atualmente, as demonstrações contábeis não expressam, de forma explícita, os riscos climáticos aos quais uma entidade está sujeita, mas há vários relatórios de sustentabilidade que descrevem ações das empresas para conter seus impactos no meio ambiente.

O CFC formou dois Grupos Técnicos (GTs) para a elaboração de uma minuta de Norma Brasileira de Contabilidade (NBC) sobre Relato Integrado (RI) e sobre asseguração do RI. Essa minuta já passou, inclusive, por análise de comissão constituída pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e deverá ser colocada em audiência pública conjunta em breve.

Em relação à reprecificação de ativos mais expostos às mudanças climáticas, a contabilidade tem instrumentos para refletir isso. Em geral, os ativos estão sujeitos a alterações de valores quando da evidência de perda permanente da capacidade de recuperação do investimento, como por obsolescência, redução do valor justo ou outros, sendo que o fato gerador desses eventos pode ter qualquer origem, inclusive, a ambiental. Contudo, hoje ainda não existe a prática de distinguir essas origens.

Em relação às florestas brasileiras, a contabilidade alcança apenas aquelas formadas para fins de exploração, como as destinadas à produção de papel e celulose. Já as florestas nativas, a exemplo da Amazônica, não são contabilizadas porque não existe um controle de todas as espécies da flora e da fauna ali existentes, por isso não conseguimos identificar e mensurar os benefícios que podem advir delas.

As florestas nativas são patrimônios públicos. Nas áreas da Amazônia Legal, por exemplo, as terras que não têm nenhuma destinação, como a floresta, as reservas indígenas e as áreas de conservação não são registradas contabilmente no Balanço Geral da União (BGU).

Propostas de recuperação verde e sustentável da economia brasileira, tendo por base a responsabilidade social e ambiental, envolvem uma série de ações que poderiam trazer ganhos ao Brasil. Há estudos que apontam essas evidências.

Discussões e alguns movimentos nesse sentido, no entanto, ocorrem há algum tempo. Lembro-me do Protocolo de Quioto, que existe desde 1997 e entrou em vigência há 15 anos. Embora o Brasil tenha se comprometido quanto a reduções do nível de emissões, não temos visto muitos resultados. Há compromissos assumidos também para o incentivo à produção de biocombustíveis, para a emissão de créditos de descarbonização e até já há proposta para a remuneração de proprietários de terras para manterem as florestas, em vez de derrubá-las.

Infelizmente, até hoje essas iniciativas não ganharam visibilidade e impulso suficientes para movimentar governos e mercados de forma efetiva e provocar não apenas alterações de leis e de normas, mas o real cumprimento delas. Agora, porém, temos a chance de mudar essa história.

O Conselho Federal de Contabilidade está disposto não apenas a participar do debate, mas a contribuir para que o país possa chegar a uma regulação que reconheça os créditos de carbono e, também, que encontre técnicas de mensuração aceitáveis para identificar e mensurar os benefícios ambientais gerados pelos recursos sob responsabilidade de uma entidade, assim como os seus impactos ao meio ambiente.

Profissionais da contabilidade, “The Times They Are a-Changin'”. É hora de nos mobilizarmos pelo meio ambiente.

 



Conselho Federal de Contabilidade

 

Limpeza para combater o Coronavírus - Quais as falhas que as empresas estão cometendo?

A crise do Covid-19 é uma realidade que está afetando muitas empresas, contudo, outro ponto muito importante é como vem sendo o retorno das empresas ao trabalho, sendo necessário uma preocupação grande em relação às questões de higiene e o que se observa é que já ocorrem muitos erros na hora da higienização. 

O que se observa facilmente nas empresas é que existem muitas pessoas que quebram os protocolos de cuidado, não usando máscara e não realizando a higienização adequada. As a preocupação deve ser da empresa, que deve se atentar para que as pessoas cumpram essas decisões.

Um ponto muito importante nesse ponto é que o exemplo deve vir de cima, ou seja, os diretores e gestores devem cumprir também essas normas, sendo exemplos para os funcionários. Mas é preciso uma atenção grande do RH, que deve notificar casos de falhas no processo por parte dos funcionários. Lembrando que essas regras devem ser reforçadas constantemente.

Uma outra preocupação das empresas precisa ser com a limpeza e higienização das áreas comuns, que deverão ser imediatas no processo da retomada e frequentes a partir desse momento, minimizando os riscos de contágio. Um problema é que muitas empresas estão tratando a limpeza como tratavam no passado, deixando em risco os colaboradores.

"Para as empresas é preciso estratégia, tendo que se preocupar com a higienização dos locais de trabalho. Primeiro ponto a ser levado em conta é como a empresa precisará intensificar o processo de limpeza, que precisa ser com maior frequência nas áreas comuns para garantir a higiene do local e preservar a saúde dos funcionários", explica Gabriel Borba, sócio da GB Serviços.

Borba acredita que após essa pandemia as coisas irão mudar, precisando haver uma preocupação muito maior com a higiene e saúde dos locais de trabalho. "Não adianta o funcionário ficar de quarentena em casa e ao voltar se contaminar, sendo que a empresa não está devidamente higienizada. Por isso, as empresas precisam agregar novos conceitos de limpeza em nossas atividades, não basta mais tirar só o pó da mesa", conta Gabriel Borba.

Existem muitas tecnologias novas para o processo de limpeza e o especialista fala que uma novidade é a higienização e sanitização de ambiente com gás ozônio. A composição do ozônio é formada por moléculas altamente oxidantes, capaz de degenerar bactérias, protozoários e vírus, e outras matérias orgânicas.

"Estudos da USP confirmam que o ozônio é cerca de 200 vezes mais eficiente na descontaminação de compostos orgânicos e na eliminação de odores", explica Gabriel Borba.

Um ponto é certo, todos torcem para que a retomada seja um sucesso, contudo, nada mais será como antes, com as empresas necessitando repensar vários pontos de sua atuação, valorizando ainda mais seus colaboradores.

Veja algumas orientações de processos de limpeza para a higienização dos ambientes elaboradas pela GB Serviços:

1º PASSO: limpeza geral do ambiente, sempre de cima para baixo, eliminando e recolhendo resíduos com espanador e aspirador de pó, aplicação de álcool 70% para as superfícies.

2º PASSO: lavagem das áreas frias, banheiros, cozinha, áreas de serviço e copa, com desinfetante e hipoclorito de sódio.

3º PASSO: aplicação do ozônio no ambiente com gerador específico e duração média de 60 minutos.

4º PASSO: aplicação de aerossol bactericida Lysoform (99,9% de eficiência).

 

Cultura do cancelamento: estamos sendo justos ou obtusos?

 

As redes sociais ampliaram exponencialmente o que tradicionalmente é chamado de “tribunal da opinião pública”. Antes delas, os fatos divulgados nos noticiários de rádio, TV e Internet davam vazão a conversas de boteco, discussões nos jantares em família e, se mais graves, provocavam manifestações. Mas hoje em dia, todos temos o poder de opinar, julgar e condenar alguém, famoso ou não, 24 horas por dia, e com alcance mundial.

 

Assim é a cultura do cancelamento: milhares de pessoas têm acesso a uma notícia (que pode não ser um fato) e, por não concordarem com a conduta da pessoa em questão, não se contentam em analisá-la e oferecer sua opinião a respeito. Elas decidem denunciar o “infrator” de acordo seus conceitos (não os da lei) a todo mundo e todo o mundo. Avaliando a notícia exclusivamente, por meio de suas lentes de moral, adequação comportamental ou expectativa estética, vociferam sua sentença absoluta, e a compartilham sem filtro – muitas vezes, sem nem mesmo o filtro da verdade.

 

Essa imensidão de citações costuma precipitar julgamentos sumários, causando em alguns casos um gigantesco desgaste de imagem, sem que o sujeito “sob ataque” possa sequer se defender do tribunal inquisitório.

 

Existe uma diferença entre a “trollagem”, comum na Internet, às vezes com insultos ordenados, em disputas de opinião entre usuários das redes. Na política, com a polarização, e no futebol, isso é muito comum. Já o cancelamento é um ataque à reputação que ameaça o emprego, meios de subsistência atuais e futuros do cancelado, e indiretamente, sua família e amigos.

 

Palavras reproduzidas fora de contexto; atitudes lícitas e que dizem respeito à vida privada, e escolhas que refletem valores de uma época longínqua são o estopim para aqueles que não se interessam em se educar sobre assuntos variados e exercitar a análise crítica - eles só se interessam em “causar”.

 

São inúmeros os casos, desde a blogueira fitness, que foi flagrada mandando a saúde às favas durante a pandemia do novo coronavírus, ao trabalhador americano que perdeu o emprego, pois alguém achou que ele estivesse fazendo um gesto racista. Carreiras e vidas estão sendo impactadas sem o menor cuidado com a veracidade ou (in)justiça das acusações.

 

Quais são as consequências para os “canceladores”?

 

Se o “agressor” que usar o próprio perfil nas mídias sociais para cancelar alguém acreditar que atinge apenas o “cancelado”, deve pensar duas vezes. Não se atentar aos fatos (ou render-se imediatamente às fake news) demonstra superficialidade e pouco uso da inteligência. Pessoas de seu convívio social e profissional podem mudar de opinião sobre a sensatez e moderação do justiceiro virtual, e até mesmo se afastar por medo de se tornarem sua próxima vítima. Injustiças podem ser cometidas mesmo na busca por justiça.

 

Como se prevenir?

 

Parece que não há, efetivamente, uma maneira de evitarmos sermos “cancelados”. Assim como a vizinha pode espalhar para o condomínio inteiro que você chegou embriagado em casa (quando você estava apenas voltando do efeito da anestesia), o que falam sobre nós nas redes sociais, e a velocidade como se espalha, estão fora do nosso controle.

 

A disputa em torno da "cultura do cancelamento" deve ser longa e difícil. O que causa consolo é que crítica a alguns de seus efeitos tem criado uma união entre diversas áreas do conhecimento e vertentes da cultura e da política que atuam em campos opostos.

 

Em alguns casos, medidas legais são impetradas com sucesso para impedir que o acusador repita a falácia ou se retrate – no entanto, infelizmente, o que está na Internet nunca desaparece de verdade. A sombra na reputação e a cicatriz causadas passam a acompanhar o atingido pelo julgamento, e dificilmente se apagarão.

 

 


Viviane Vicente - Consultora de Comportamento Organizacional e Competência Cultural e Fundadora da Rispetto Consulting - uma empresa de consultoria projetada para ajudar indivíduos e organizações a navegar no mundo globalizado e aprimorar seu potencial de liderança.

https://rispettoconsulting.com/


Reforma Tributária precisa reduzir impostos e burocracia no Brasil

Não são fáceis os problemas que a Reforma Tributária se propõe a solucionar. Além da alta carga de tributos a que os brasileiros estão submetidos – uma das mais altas do mundo –, temos também uma complexa legislação sobre a área, que resulta em processos trabalhosos e burocráticos que impedem o país de avançar. Para agravar ainda mais a situação, enfrentamos hoje um cenário de pandemia sem precedentes na história recente, que pode submeter até 14,4 milhões de brasileiros à pobreza, segundo estudos internacionais. Por isso, alguns aprendizados precisam ser levados em consideração, como o fato de que aumentar impostos nunca foi a saída para a recuperação econômica.

Para se ter uma ideia, quando a Constituição Federal foi promulgada, em 1988, marcando a volta da democratização do país, nossa carga tributária representava exatos 20,01% do PIB (Produto Interno Bruto). Ao final do governo Sarney, no ano seguinte, esse índice subiu para 22,15%, e disparou para 29,91% na estreia do governo Collor. Em 2018, a arrecadação de impostos bateu recorde histórico de 35,07%. Isso significa que, em média, cada brasileiro recolheu o equivalente a R$ 11.494 em impostos e que cerca de 128 dias foram trabalhados apenas para quitar o pagamento de tributos. Esses dados comprovam o aumento crescente na cobrança de tributos no país. Enquanto isso, não observamos uma melhora significativa na oferta de serviços essenciais, como Educação, Saúde e Segurança. Afinal, o que justifica cobrar ainda mais dos brasileiros, especialmente durante uma crise tão lamentável e impactante?

Há, portanto, uma grande oportunidade nas mãos do atual ministro da Economia, Paulo Guedes. Seu anúncio recente de unificar Pis e Cofins em um único tributo chamado de CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), tem sido criticada por alguns especialistas, apontando que a mudança acabaria elevando a carga tributária efetiva, principalmente dos setores como Comércio e Serviços. Hoje, as alíquotas de Pis e Cofins somam 3,65% para empresas do Lucro Presumido e de 9,25% do Lucro Real. Com a mudança, ambas passariam a pagar uma alíquota de 12%. Já para as indústrias, o novo tributo pode representar uma redução efetiva, uma vez que a maioria paga cerca de 9,25%, isso levando em consideração que a forma de apurar a CBS pode gerar uma tributação menor que os patamares atuais.

Segundo um estudo do Observatório de Política Fiscal, do Ibre/FGV, a criação da CBS elevaria a arrecadação federal em cerca de R$ 50 bilhões. Aumentar os tributos tem relação direta com o planejamento e desenvolvimento das empresas, o que impacta também o custo final dos produtos e prejudica o comércio e prestação de serviço.

Além disso, é preciso combater a alta burocracia tributária no Brasil. A pesquisa Tax do Amanhã, realizada pela Deloitte, mostra que uma empresa pode gastar até 34 mil horas no ano para apurar e pagar tributos, preencher e entregar obrigações acessórias e acompanhar fiscalizações – tudo isso realizado especialmente pelos setores jurídico e de contabilidade, essenciais para os negócios. Apesar de existirem sistemas que reúnam todas as informações de uma empresa para essas declarações, o trabalho ainda é majoritariamente braçal. A alta complexidade na legislação e as constantes atualizações de normas e regras faz com que a maioria (95%) das empresas brasileiras pague mais impostos do que devem, segundo dados do IBGE/Impostômetro. A vida útil da empresa fica seriamente comprometida, fazendo com que ela perca agilidade e competitividade no mercado.

Se em 2021 quisermos ver nossas empresas prosperarem, é fundamental darmos atenção para esses dois pontos: desburocratização e redução da carga tributária. O que foi apresentado por Guedes até agora é apenas a primeira fase da Reforma Tributária – que já causou temores em alguns segmentos. Mas precisamos ter cautela e acompanhar quais serão os próximos passos. A tributação sobre a folha de pagamento, por exemplo, ainda permanece indefinida, por isso ainda é difícil prever o impacto real da proposta sobre as empresas, ou seja, analisar qual será a carga tributária total de cada setor.

Estamos vivendo um estrangulamento das empresas para cumprir as obrigações acessórias ou deveres tributários. É uma grande oportunidade que essa reforma diminua não só a burocracia tributária, mas deixe mais claro as bases das tributações para gerar segurança jurídica ao não dar margem de interpretação às leis. Somente isso dará a confiança que as empresas precisam para começar um novo ano com boas perspectivas.

 



Ângelo Ambrizzi - advogado especialista em Direito Tributário pelo IBET, APET e FGV com Extensão em Finanças pela Saint Paul e em Turnaround pelo Insper e líder da área tributária do Marcos Martins Advogados.

Marcos Martins Advogados
https://www.marcosmartins.adv.br/pt/

 

Com juros baixos, brasileiro precisa aumentar investimentos no exterior


“Mesmo antes da pandemia, o Brasil crescia pouco quando comparado a outros emergentes. A pandemia só acelerou essa situação e, como se sabe, esse ciclo de crescimento baixo levou a juros igualmente baixos, não só no Brasil, como no mundo.” A afirmação é do CIO, do Anbank Brasil Rodrigo Octavio Marques de Almeida sobre o risco fiscal e o bolso.


Diante desse cenário, segundo Rodrigo, “os brasileiros vão precisar aumentar o percentual de investimento em produtos do exterior, como ETFs e BDRs, pois os juros baixos, no mundo todo, vão continuar atraindo os ativos de risco”. Já há, também, alguns fundos multimercados que incluem opções fora do Brasil. Para o CIO do Adnbank, outro caso de investimento são os metais preciosos – o ouro e a prata. Tanto um quanto o outro reagiram fortemente ao corte real de juros pós-pandemia. Como o objetivo dos Bancos Centrais era aliviar as condições financeiras durante a crise, o efeito colateral foi uma disparada nos preços desses metais.


Olhando um prazo mais longo, a política monetária dos países desenvolvidos tem pouco espaço para mudar, o que pode levar esses metais a uma nova rodada de alta. Um exemplo interessante é a prata que, apesar das altas recentes, ainda se mantém muito atrás de sua relação histórica com o ouro. O aumento da procura por ativos internacionais também ocorreu em função do ciclo de tecnologia positivo pelo qual passam os Estados Unidos, Europa e Ásia, analisa o CIO do Andbank, destacando que o que gera volatilidade no curto prazo “são os ciclos políticos”.


A pergunta mais relevante, neste momento então, é como ajudar a economia a voltar ao pleno emprego. Para Rodrigo, a grande dúvida é saber como aumentar o estímulo fiscal sem gerar problemas de financiamento da dívida pública, com especial atenção ao mercado brasileiro.

 

Equipamento sanitizante não tem comprovação científica e onera ainda mais empresários paulistanos

Para a FecomercioSP, o protocolo sanitário cumprido pelos comerciantes atualmente tem se mostrado eficaz

 

A FecomercioSP considera negativo o Projeto de Lei Municipal 365/20, de autoria do vereador Camilo Cristófaro (PSB-SP), que além da sanitização que já está nos protocolos de retomada do comércio da cidade de São Paulo, pretende obrigar a instalação de um túnel de desinfeção, que lançará vapores com digluconato de clorexidina a 0,2%. Sendo assim, enviou ofício ao prefeito de São Paulo, Bruno Covas, solicitando veto à implantação de tais medidas.
 
Para a Federação, o processo de higienização aplicado atualmente, seguindo orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), foi acordado entre empresários e o Poder Público antes da reabertura do comércio, o que  se mostrou eficaz, uma vez que a pandemia tem sido controlada na capital paulista com redução do número de casos, o que até possibilitou a ampliação do horário de funcionamento na última semana.
 
Além disso, falta embasamento científico que comprove a eficácia de tal sanitização por meio dos túneis. Levantamento realizado pelo Conselho Federal de Química (CFQ) e pela Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (Abipla) aponta que nenhum desinfetante deve ser utilizado para a descontaminação de pessoas, pois esses produtos não são considerados antissépticos de uso tópico, tratam-se de produtos químicos tecnicamente classificados como saneantes e, como tal, devem ser aplicados exclusivamente sobre superfícies inanimadas. As instituições também defendem que um produto químico só pode ser aplicado sobre a pele se estiver enquadrado, de acordo com a legislação vigente, na classificação da  Agência Nacional dei Vigilância Sanitária (Anvisa) como item de higiene pessoal, cosmético e perfume, como é o caso do álcool em gel.
 
Ainda segundo a Anvisa, a aplicação de qualquer saneante em pessoas por meio de dispositivos de nebulização ou de aspersão, instalados em vias públicas ou entradas de empresas, é uma prática que pode causar graves danos à saúde, como irritação da pele e das vias aéreas.
 
Para a FecomercioSP, não há motivos justificáveis para interferência do Poder Legislativo neste momento nas medidas adotadas para a retomada das atividades na cidade, em especial na criação de obrigações dessa natureza, que poderão onerar e trazer insegurança jurídica os empresários, além de colocar em risco a saúde de colaboradores e consumidores, condição que vai na contramão dos fins a que se objetiva. Para contextualizar, estimativa da Entidade já prevê queda de 5,4% do faturamento do comércio varejista do Estado de São Paulo em 2020, na comparação com o fechamento de 2019, com perdas de mais R$ 40 bilhões.

  

Em plena pandemia, número de empresas abertas é alto

Com tempo médio de três dias para a abertura de uma nova empresa, os números do governo federal mostram que existem motivos para acreditar em uma positiva reação da economia. No último mês de julho foram abertas 250.308 empresas, para 81.816 extintas

 

 Mapa do governo mostrou que mais de 250 mil empresas foram abertas em julho
De acordo com o Mapa de Empresas do Governo Digital, o mês de julho de 2020 registrou a abertura de mais de 250 mil empresas em todo o território nacional, com o tempo médio de três dias para os trâmites; os dados foram obtidos pela REDESIM – Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios. Já o número de CNPJ encerrado foi de 81.816. 

Ainda, os números mostram 

que mesmo durante o período mais crítico da pandemia – abril e maio –, a quantidade de empresas abertas se mostrou bastante elevada, sendo: 190.049 e 210.170, respectivamente. “Graças a desburocratização e ao uso da tecnologia, hoje, o processo de abertura de uma empresa leva apenas alguns dias”, declarou o Professor Carlos Afonso, que além de educador financeiro, é contabilista e administrador. “Em um passado não muito distante, abrir uma empresa podia representar um verdadeiro tormento para o empreendedor, haja vista a burocracia envolvida e, principalmente, o tempo despendido. Esse processo levava semanas, literalmente”, lembrou ele, que também é autor do livro Organize suas finanças e saia do vermelho. 


Planejamento empresarial é o mais importante 

 Antes de abrir o CNPJ, o planejamento empresarial do negócio é fundamental

O processo de abertura de uma empresa ocorre muito antes das formalidades legais perante a Junta Comercial do estado. Antes de mais nada, é fundamental que o empreendedor faça minimamente a lição de casa, ou seja, planeje o negócio a fim de garantir a sobrevivência da empresa. “Saliento que as estatísticas do SEBRAE apontam que metade das empresas quebram antes dos cinco anos de vida”, pontuou o Professor Carlos. “Neste sentido, dedicar tempo e energia para a estruturação mínima de um plano de negócio é importante para manter o êxito da empreitada”, completou. 

Para organizar tal planejamento é sempre importante ter o respaldo de profissionais qualificados, a exemplo de contadores e advogados, que darão suporte nas questões societárias e tributárias do novo empreendimento. Eles podem trazer um forte impacto no presente e no futuro de qualquer organização. 

Porém, não é só em relação as demandas tributárias e societárias que o empreendedor precisa se preocupar, sendo também: pensar na marca do negócio, nas estratégias de marketing a serem adotadas para atrair o consumidor, analisar a formação do preço de venda do produto ou da prestação dos serviços, os aspectos relativos ao fluxo de caixa e, eventualmente, sobre a contratação de funcionários, analise do negócio – se será totalmente on-line ou se terá loja física (neste caso, o estudo prévio do local é de suma importância para garantir o sucesso do empreendimento), dentre outros. 


Expectativa X realidade 

Todo o negócio tem um tempo de maturação. Engana-se quem espera que logo nos primeiros meses, a empresa faturará cifras milionárias. Para atingir um ponto de equilíbrio são necessários alguns meses. “Aconselho que o empreendedor que abrir agora uma empresa, sobretudo em período de pandemia, seja muito realista quanto a receita que espera gerar no início da operação. Por mais inovador que seja o produto ou serviço, por mais brilhante que seja a marca, todo o negócio começa pequeno, com as vendas evoluindo e o público alvo crescendo gradativamente”, alertou o Professor Carlos. 

Alguns empreendedores são otimistas demais em relação as vendas e, por muitas vezes, essas expectativas são frustradas, e enquanto isso, queima-se toda a reserva para pagar as contas do negócio. O Professor Carlos afirma que é fundamental ter muita cautela, de modo a dimensionar corretamente o capital de giro suficiente para a empresa suportar os primeiros meses de operação. “Se isso não for feito de maneira bem pensada, a empresa e o empresário não terão fluxo de caixa”.

Vale ressaltar que é imprescindível colocar todas as contas na ponta do lápis, assim como as projeções de vendas. Recomenda-se fortemente que isso seja feito sempre através de software de gestão financeira, que proporciona uma visão abrangente do fluxo de caixa da empresa e a flexibilidade quando ajustes forem necessários (diferentemente de planilhas eletrônicas, onde os ajustes precisam ser todos manuais, com alto consumo de tempo para fazê-los). Existem ótimas opções no mercado, com excelente relação custo x benefício e com acesso na nuvem, de modo a facilitar a vida do empreendedor. 


Número de empresas abertas e extintas em 2020 

MÊS

EMPRESAS ABERTAS

EMPRESAS EXTINTAS

JANEIRO

309.426

111.140

FEVEREIRO

264.047

93.985

MARÇO

287.015

90.689

ABRIL

190.049

58.922

MAIO

210.170

70.477

JUNHO

265.647

80.336

JULHO

250.308

81.816

MÉDIA

253.809

83.909

 



Livro Organize suas finanças e saia do vermelho  

http://www.livrosaiadovermelho.com.br/


Pesquisa revela quais os 5 países que mais exportaram produtos médicos para o Brasil

 Dados apresentam como a área de Supply Chain deve se adequar ao momento


A pandemia instaurada em detrimento do COVID-19, movimentou o mercado de Supply Chain em todo o mundo. A Descartes, empresa líder global que fornece soluções de logística e Supply Chain baseadas em nuvem, realizou uma pesquisa e revelou quais países mais forneceram produtos médicos e hospitalares durante o primeiro trimestre de 2020.

Os Estados Unidos lideraram o ranking com mais de 293 milhões de produtos médicos e hospitalares importados para o Brasil durante o primeiro trimestre de 2020. Esse valor representa um crescimento de 5% quando comparado ao mesmo período de 2019. (vide gráfico abaixo)

 

A lista segue completa com China, 200 milhões, Alemanha, 152 milhões, Cingapura, 84 milhões e Argentina, 63 milhões, respectivamente. Para Patricia Bianco, responsável pela área de Inteligência de mercado internacional da Descartes, comenta que a partir de fevereiro já foi possível identificar a queda substancial por conta do COVID-19. "Em nossa pesquisa, a importação de produtos médicos e hospitalares, já foi sentida no segundo mês de 2020. Esse indicador foi fundamental para as empresas adequarem novas estratégias de Supply Chain", explica Bianco.

 

Segundo Patricia Bianco, todas as fontes e dados observados foram retirados de fontes oficiais do Brasil. "As estatísticas foram extraídas através dos dados de importação e exportação e estão de acordo com a autorização governamental", finaliza Patricia.

 

Grupo Descartes Systems

http://www.datamyne.com.br/

 

Maioria das empresas nacionais supera crise provocada pela pandemia sem ajuda do governo e sem demissões

Otimismo com a reabertura é grande, apesar do menor faturamento.

 

Estudo feito pela plataforma de varejo Local.e aponta que a maioria das empresas nacionais superou a crise provocada pela pandemia sem ajuda do governo e sem demissões, e que a recuperação dos impactos se deve principalmente ao comércio eletrônico e às vendas diretas ao consumidor. O otimismo com a reabertura é outra característica do momento atual, ainda que o faturamento esteja menor do que antes do surgimento do novo coronavírus.

78,9% das empresas não demitiram funcionários, 67,1% não buscaram créditos com o governo e 64,1% não utilizaram nenhum benefício, como redução de jornada e auxílio emergencial.

As principais ações no combate à crise foram redução de custos e despesas (negociação com fornecedores, diminuição de estoque e melhor gestão de processos) e ainda diversificação dos canais de venda, como investimento em e-commerce e mídias sociais, fortalecimento do relacionamento com atuais clientes e reforço no pré e pós venda.

E ainda que metade esteja com menor faturamento, enquanto 14% dizem estar com o mesmo e 36% com maior, a expectativa com o futuro é positiva. 22% se dizem muito otimistas, 47% otimistas, 29% indiferentes e apenas 2% pessimistas.

O e-commerce foi o principal responsável pela recuperação dos ganhos. 53% dos respondentes o aumentaram, 26% continuaram no mesmo patamar de antes da pandemia, somente 9% diminuíram e outros 13% ainda não utilizam nesse canal. Na sequência vem a venda direta ao consumidor, que subiu para 40% das empresas, permaneceu igual para 33%, caiu para 9% e não é feita por 18%.

Da pesquisa, realizada entre 4 e 14 de agosto, participaram 78 marcas de todo o Brasil.

 

 


Local.e

www.locale.com.br

 

Aborto no Brasil: por que não descriminalizar?

O aborto, sempre um assunto polêmico no Brasil, teve um novo capítulo triste. A discussão sobre a legalidade do aborto ressurgiu com o caso dramático do estupro e gravidez indesejada de uma menina de 10 anos no Espírito Santo, que era violentada pelo tio. Depois de muita discussão, principalmente na mídia, o Tribunal de Justiça do Espírito Santo decidiu conceder a ela o direito previsto na lei brasileira de interromper a gravidez fruto de um estupro. 

Vale frisar que, só pelo estupro e pela gestação de uma menor de 14 anos, o aborto é legal. Em dois incisos no artigo 128, a legislação não pune o médico que realiza o aborto: seja para salvar a vida da mulher no caso de uma gestação decorrente de estupro, desde que por solicitação e consentimento da mulher. Se a mulher for menor de idade, deficiente mental ou incapaz, por autorização de seu representante legal. No caso da garota de 10 anos, portanto, tínhamos as duas circunstâncias  autorizadoras presentes. 

O Superior Tribunal Federal, em 2012, decidiu ampliar  a permissão para o aborto também nos casos de anencefalia, através de uma ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental), a nº 147. 

O médico é o profissional que pode dar acolhimento e orientação sobre a possibilidade do aborto neste tipo de tragédia. É vital um acompanhamento médico e psicológico para esta criança de 10 anos. No caso da menina, a família entendeu o risco de morte para a criança e a gestação de uma outra criança e decidiu pelo aborto. Contudo, caso a  família não concordasse com o procedimento, seria possível uma ação judicial inclusive proposta pelo hospital, pelo médico responsável pelo caso ou ainda pelo Ministério Público, com a provocação do Conselho Tutelar, com a argumentação do risco de morte da criança/gestante, apresentando-se laudos de dois médicos explicando os perigos para a saúde da menina nesta gestação de risco e indesejada, acentuando-se a urgência do aborto terapêutico. Claro que essa iniciativa dependerá do serviço que a atender. Muitas vezes a mulher perigrina até encontrar quem se importe com sua tragédia pessoal. 

Faz-se a referência de que a gestação da garota do Espírito Santo deu-se até 22 semanas. Necessário fazer declaração de óbito e promover o sepultamento. Muitos traumas para uma criança suportar, em especial precisando se esconder em um porta malas para evitar manifestantes contrários à prática, que, injustificadamente do ponto de vista do Sistema Único de saúde, precisou ocorrer em outro Estado. Como explicar que, mesmo com políticas públicas já criadas para a realização do aborto terapêutico e legal, ainda haja na rede pública quem se negue a realizá-lo? Apurações pelo Ministério da Saúde, Ministério Público e outros órgãos competentes precisam também ser realizadas para sanar deficiências na prestação de serviços à sociedade, uma vez que há protocolo datado de 2005 para essa prática no SUS, a propósito. 

Esse caso levantou novamente a discussão sobre a descriminalização do aborto. Vale lembrar que o Ministro do STF, Luís Roberto Barroso, ao expor seu voto quando da apreciação de um Habeas Corpus em 2016, trouxe alguns argumentos para sustentar a tese de que a descriminalização do aborto não significa uma apologia ao ato. Entre eles, destaca-se aquele que trata da função do Estado, quanto à observância do interesse social de forma inclusiva: “Em temas moralmente divisivos, o papel adequado do Estado não é tomar partido e impor uma visão, mas permitir que as mulheres façam sua escolha de forma autônoma. O Estado precisa estar do lado de quem deseja ter o filho. O Estado precisa estar do lado de quem não deseja – geralmente porque não pode – ter o filho. Em suma: por ter o dever de estar dos dois lados, o Estado não pode escolher um”. 

Importante esclarecer que estupro é crime previsto no artigo 213 do Código Penal. Um crime grave, hediondo e de grande repercussão social, acometendo a vítima de severas sequelas físicas e emocionais. No caso de a vítima ser pessoa menor de 14 anos ou portadora de enfermidades ou deficiências mentais, ou ainda que, por qualquer outro motivo, tenha sua capacidade de resistência diminuída,  trata-se de estupro de vulnerável, crime previsto no artigo 217-A do Código Penal. A diferença entre o estupro e o estupro de vulnerável é que neste é irrelevante o consentimento da vítima para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente, pois a presunção de vulnerabilidade é absoluta, assim previsto na Súmula 593 emitida pelo STJ em 2017.

Parte da sociedade brasileira recrimina o procedimento, mesmo em caso de estupro. A chamada bancada religiosa do Legislativo tem uma grande força e faz um imenso lobby contra todos os avanços do tema, com justificativas em textos sagrados e na vontade de Deus – o que é compreensível e respeitável. De outro lado, esses mesmos legisladores precisam olhar o tema a partir de dados. Descriminalizar o aborto não é incentivá-lo.

A controvérsia quanto ao aborto reside no fato de que o direito à vida não é absoluto. Para alguns, o Direito Constitucional (e natural) à vida do feto precisa ser respeitado. Para outra corrente, a mulher faz jus ao direito à dignidade humana, ao direito de escolha. 

Mas, outra ótica deve também nortear a discussão no sentido de tratar o aborto como assunto de saúde pública. Globalmente, mais de 25 milhões de abortos inseguros (45% do total)ocorrem anualmente, segundo estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS). A maioria é realizada em países em desenvolvimento de África, Ásia e América Latina. Quando os abortos são feitos de acordo com as diretrizes e padrões da OMS, o risco de complicações severas ou de morte é insignificante. Na ausência de condições seguras, os resultados podem incluir aborto incompleto, hemorragia, lesões vaginal, cervical e uterina, além de infecções, onerando os custos da saúde pública. 

O Ministério da Saúde apresenta uma Norma Técnica sobre Atenção Humanizada ao Abortamento, cuja proposta é “fornecer aos profissionais subsídios para que possam oferecer não só cuidado imediato às mulheres em situação de abortamento, mas também, na perspectiva da integralidade deste atendimento, disponibilizar às mulheres  alternativas contraceptivas, evitando o recurso a abortamentos repetidos”. Todavia, a pauta ainda é o direito de a mulher optar pelo aborto, não somente nos casos já previstos em lei. 

Apesar de o tema já ser discutido de forma exaustiva no Congresso Nacional, pouco se avançou. Assim, o aborto no Brasil vai parar nos tribunais. Todavia, o Judiciário não pode carregar esse fardo constante de legislar, sobretudo em temas mais ásperos. Os três Poderes precisam enfrentar e discutir o tema aborto em conjunto com os profissionais da saúde e a sociedade organizada. É necessário que sejam estabelecidas regras cristalinas para que sejam reduzidos os casos de mortes e de lesões físicas e morais resultantes do aborto desassistido e clandestino. E que as discussões não se desviem do núcleo central da questão: o direito da mulher. Já passou o tempo de revisarmos as leis para o aborto no Brasil. Precisaremos de outras tragédias?

 

 



Sandra Franco - consultora jurídica especializada em Direito Médico e da Saúde, ex-presidente da Comissão de Direito da Saúde e Responsabilidade Médico-Hospitalar da OAB de São José dos Campos (SP), presidente da Academia Brasileira de Direito Médico e da Saúde, MBA em Gestão de Serviços de Saúde FGV, membro do Comitê de Ética da UNESP para pesquisa em seres humanos e Doutoranda em Saúde Pública – drasandra@sfranconsultoria.com.br

 

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