“Mesmo antes da pandemia, o Brasil crescia pouco quando comparado a
outros emergentes. A pandemia só acelerou essa situação e, como se sabe,
esse ciclo de crescimento baixo levou a juros igualmente baixos, não só no
Brasil, como no mundo.” A afirmação é do CIO, do Anbank Brasil Rodrigo Octavio
Marques de Almeida sobre o risco fiscal e o bolso.
Diante desse cenário, segundo Rodrigo, “os brasileiros vão precisar aumentar o
percentual de investimento em produtos do exterior, como ETFs e BDRs, pois os
juros baixos, no mundo todo, vão continuar atraindo os ativos de risco”.
Já há, também, alguns fundos multimercados que incluem opções fora do
Brasil. Para o CIO do Adnbank, outro caso de investimento são os metais
preciosos – o ouro e a prata. Tanto um quanto o outro reagiram fortemente
ao corte real de juros pós-pandemia. Como o objetivo dos Bancos Centrais era
aliviar as condições financeiras durante a crise, o efeito colateral foi
uma disparada nos preços desses metais.
Olhando um prazo mais longo, a política monetária dos países desenvolvidos tem
pouco espaço para mudar, o que pode levar esses metais a uma nova rodada
de alta. Um exemplo interessante é a prata que, apesar das altas recentes,
ainda se mantém muito atrás de sua relação histórica com o ouro. O
aumento da procura por ativos internacionais também ocorreu em função do ciclo
de tecnologia positivo pelo qual passam os Estados Unidos, Europa e Ásia,
analisa o CIO do Andbank, destacando que o que gera volatilidade no curto
prazo “são os ciclos políticos”.
A pergunta mais relevante, neste momento então, é como ajudar a economia a
voltar ao pleno emprego. Para Rodrigo, a grande dúvida é saber como aumentar o
estímulo fiscal sem gerar problemas de financiamento da dívida pública,
com especial atenção ao mercado brasileiro.
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