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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Tenho câncer de mama, e agora? Tratamentos no SUS hoje atendem a apenas 20% dos casos

Cresce o número de casos em mulheres em idade ativa, fase em que a doença pode se manifestar de forma mais agressiva 


Especialistas se preocupam com a demanda represada por diagnósticos no pós-pandemia e com as inequidades em tratamentos para pacientes em diferentes faixas etárias

 

O Outubro Rosa marca um mês de conscientização sobre a importância do autoexame e de estar em dia com a realização de mamografias. Contudo, se houver uma suspeita e o diagnóstico de câncer de mama se confirmar, quais são os próximos passos? Atualmente, normas como a Lei dos 30 Dias e a Lei dos 60 Dias garantem que pacientes recém diagnosticados recebam os devidos encaminhamentos e iniciem o tratamento o quanto antes. A Agência Nacional de Saúde (ANS), órgão responsável pela saúde privada, assim como o Sistema Único de Saúde (SUS), já possuem tratamentos para o trato do tumor. Mas como isso funciona na prática?

“As pacientes com plano de saúde costumam ter acesso a tratamentos mais modernos com mais facilidade”, esclarece o Dr. Antonio Buzaid, oncologista e cofundador do Instituto Vencer o Câncer. No entanto, há uma grande demanda represada para tratamento do câncer de mama avançado no SUS, que requer atenção de toda a sociedade. “Ter acesso a tratamentos avançados também significa acesso a maior qualidade de vida e longevidade”, completa. 

Em um país em que apenas 25%1 da população possui plano de saúde, o especialista se preocupa. “Alguns desses tratamentos hoje, por exemplo, garantem uma sobrevida de qualidade de até cinco anos2 para pacientes em casos mais graves, o que é um ganho muito relevante.” 

No Brasil, mais de 66 mil3 mulheres são acometidas pela doença por ano, com 35%4 dos casos identificados já em fase metastática, ou seja, quando o tumor se dissemina e passa a atingir outras partes do corpo. A pandemia afetou o rastreio da doença, e dados Radar do Câncer demonstram queda de 48%5 em 2020 e 50%5 em 2021 na realização de mamografias. 

“Temos que nos preparar para uma onda de diagnósticos em fase avançada”, comenta o oncologista. “A questão é se o Sistema Único de Saúde, responsável pelo tratamento da maior parte da população, está apto para receber pacientes de todos os tipos, inclusive de diferentes faixas etárias”, completa. 

Pesquisas demonstram que o diagnóstico de câncer de mama acomete com cada vez mais frequência mulheres pré-menopausa, em plena idade ativa, chegando a 40%1 dos casos. O tumor pode se manifestar de forma mais agressiva nesses casos, com taxas de mortalidade mais elevadas quando comparadas às mulheres de idade mais avançada7. 

No SUS, não há atualização de novas tecnologias para tratar as pacientes de câncer metastático do tipo mais comum, que corresponde a 70%8 dos casos, ainda que para 20%8 das pacientes as inovações já estejam acessíveis. 

André Mattar, mastologista e diretor do Núcleo de Oncologia Clínica do Hospital Pérola Byington (SP), comenta sobre as disparidades dentro do sistema público de saúde: “hoje, os tratamentos disponíveis pelo SUS tem foco em pacientes pós-menopausa, ou seja, as acima de 50 anos. Uma porcentagem significativa de pacientes está descoberta.” 

“A maior preocupação está na soma do fato de que há um aumento de casos em pacientes jovens com o temor de uma epidemia de câncer de mama avançado no pós-pandemia”, adiciona o mastologista. 

“Os tratamentos oferecidos hoje pelo SUS não atende totalmente o princípio de universalidade do sistema, já que claramente precisamos melhorar a atual a oferta de tratamento”, adiciona o especialista. “Sabemos que no Brasil a mobilização em prol do combate ao câncer de mama é avançada, já foram realizadas muitas conquistas, mas ainda há muito o que fazer”, completa.

 

 

REFERÊNCIAS:

  1. Agência Nacional de Saúde. Dados Gerais. Disponível em: https://www.ans.gov.br/perfil-do-setor/dados-gerais.
  2. Tripathy D, Im S-A, Colleoni M, et al. Updated overall survival (OS) results from the phase III MONALEESA-7 trial of pre- or perimenopausal patients with HR+/HER2- advanced breast cancer (ABC) treated with endocrine therapy (ET) +/- ribociclib. Presented at: 2020 San Antonio Breast Cancer Symposium; December 8-11, 2020; Virtual. Abstract PD2-04. https://bit.ly/33WH2ly.
  3. Instituto Nacional do Câncer. Conceito e Magnitude do Câncer de Mama no Brasil. Disponível em: https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/conceito-e-magnitude.
  4. Instituto Oncoguia. Mais de 35% descobriram câncer de mama já avançado, mostra estudo. Disponível em: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/mais-de-35-descobriram-cancer-de-mama-ja-avancado-mostra-estudo/12237/42.
  5. Radar do Câncer. Painel Covid. Disponível em: http://radardocancer.org.br/painel/covid/
  6. Mais de 40% dos casos de câncer de mama acontecem em mulheres com menos de 50 anos. Disponível em: https://www.femama.org.br/site/br/noticia/mais-de-40-dos-casos-de-cancer-de-mama-acontecem-em-mulheres-com-menos-de-50-anos
  7. Anders CK, Johnson R, Litton J, Phillips M, Bleyer A. Breast cancer before age 40 years. Seminars in oncology 2009;36:237-49.
  8. Estudo AMAZONA III/GBECAM 0115 - P2-09-11. Prevalence of patients with indication of genetic evaluation for hereditary breast and ovarian syndrome in the Brazilian cohort study - AMAZONA III. 2019. Disponível em: https://www.abstractsonline.com/pp8/#!/7946/presentation/701

Cerca de 90% dos casos de mau hálito são gerados pela falta de higiene bucal

Cuidados simples indicados pelos cirurgiões-dentistas podem auxiliar no tratamento e prevenção da halitose


Uma das consequências da falta de cuidado com a saúde bucal é o mau hálito, também chamado de halitose. O problema atinge mais de 32% da população mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, cerca de 60 milhões de pessoas apresentam alteração no hálito, de acordo com a Associação Brasileira de Halitose (ABHA).

As pesquisas mostram que mais de 90% dos casos de mau hálito são de origem bucal. “Sendo assim, o cirurgião-dentista qualificado é essencial para o tratamento da halitose e deve ser o profissional de escolha quando houver este e outros problemas relacionados ao assunto”, explica a dra. Karyne Magalhães, presidente da ABHA.

O cirurgião-dentista Mário Sérgio Giorgi, membro da Comissão de Halitose do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), reforça que a  halitose não tem cura, mas tem tratamento. “Ao diagnosticar os fatores etiológicos da alteração no hálito, devemos instituir um tratamento individualizado”, afirma.

A principal dica para evitar o mau hálito é fazer a higiene oral com os instrumentos adequados – escova de dente, fio dental e raspador de língua – pelo menos três vezes ao dia, a fim de evitar o acúmulo de bactérias. Além disso, é importante manter a boca hidratada, preferencialmente com água.

De acordo com o dr. Mário Sérgio, uma boa alimentação – com a inclusão de frutas, como maçã e laranja, e folhas escuras, como couve e espinafre – ajuda a minimizar os efeitos da halitose. Ele esclarece, porém, que alguns alimentos podem despertar o mau hálito temporário, como é o caso da cebola e do alho.

“O consumo em excesso de bebidas alcoólicas também causa irritação e um aumento na descamação de células da mucosa bucal. Tudo isso contribui para a formação da saburra lingual potencializando o aparecimento do mau hálito, por isso é importante fazer o consumo moderado de determinados alimentos e bebidas”, alerta o cirurgião-dentista.

A halitose de origem extra-oral é menos comum e pode ocorrer devido a alterações no sistema digestivo, à presença de diabetes não controlada, ao uso de determinados medicamentos, a problemas pulmonares e intestinais, ao tabagismo, a longos períodos de jejum ou regime e também pela desidratação e problemas otorrinolaringológicos, como rinites, sinusites, amigdalites e faringite.

A halitose é uma condição anormal do hálito, ou seja, indica que o organismo está desequilibrado. O correto diagnóstico, feito por um cirurgião-dentista é essencial e deve ser realizado assim que se perceba alguma anormalidade. O tratamento precoce minimiza as chances do problema tornar-se crônico e, consequentemente, interferir no comportamento e gerar constrangimentos. 

 

 

Dr. Mário Sérgio - esclarece outras dúvidas sobre Halitose neste vídeo!

Clique aqui para assistir e baixar o vídeo  

 

Conselho Regional de Odontologia de São Paulo - CROSP

www.crosp.org.br

 

Outubro Rosa | Mês de Conscientização sobre o Câncer de Mama


Mamografia na berlinda: último levantamento da Sociedade Brasileira de Mastologia indica que em 2020 a aderência ao exame diminuiu em 45% 

Pandemia de COVID-19 é a principal responsável. No entanto, mesmo antes da chegada do vírus, a cobertura era insatisfatória e preocupava especialistas 


A celebração do Outubro Rosa em 2021 desempenha papel fundamental no reforço da importância do rastreio do câncer de mama, doença que anualmente faz mais de 66 mil novos casos no Brasil.1 Um levantamento da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) indica que entre janeiro e julho de 2020 o número de mamografias realizadas pelo SUS foi de 1,1 milhão, registrando uma redução de 45% no número de exames realizados por mulheres entre 50 e 69 anos. No mesmo período de 2019 o total de mamografias feitas era de 2,1 milhão, o que já preocupava especialistas uma vez que apenas 20% do público de mulheres na faixa etária indicada estava coberto pelo exame - a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que haja uma cobertura de ao menos 70%.2 Com o avanço da vacinação contra a COVID-19, o medo de se infectar pelo vírus deixa de ser o principal motivo para postergar os cuidados com a saúde3, e se faz necessário compreender as demais causas que influenciam a não realização do exame.

"Atualmente, a mamografia é o exame mais indicado para a detecção precoce do câncer de mama, já que permite a identificação de tumores muito pequenos e, consequentemente, nos estágios iniciais da doença. A agilidade no diagnóstico é o que determina como será o tratamento, as possibilidades de cura e o tempo de sobrevida da mulher. Entender o que impede as brasileiras de fazerem a mamografia, uma vez que há uma legislação específica para garantir o acesso ao exame, é essencial para reverter essa realidade", explica Carlos dos Anjos, oncologista clínico do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês. Com esse objetivo, um estudo publicado recentemente no periódico Nursing Open, analisou 22 estudos publicados entre 2006 e janeiro de 2020, e identificou por meio de meta-análise 41 fatores que podem influenciar na adesão ao exame, divididos entre características demográficas e socioeconômicas, uso do serviço de saúde, histórico médico e rastreamento anterior de câncer.4

 

Desigualdade socioeconômica tem forte impacto na aderência a mamografia

Entre todos os aspectos considerados na pesquisa, o levantamento indica que ter idade elevada, estar em um relacionamento, ter ensino superior, maior renda, residência urbana e morar no Sudeste do Brasil são aspectos mais comumente relacionados à adesão do exame de mamografia4, demonstrando um reflexo da desigualdade socioeconômica característica do Brasil na saúde da mulher. A má-distribuição dos 4,2 mil mamógrafos dispostos pelo país e as dificuldades em acessar os serviços de saúde também são causas apontadas pela SBM.2

Um ponto de atenção levantado pelo estudo é a ausência de investigação entre a relação da raça com a qual a paciente se identifica e a busca pelo exame. Somente 3 de todos os 22 estudos considerados na meta-análise incluíram esse aspecto.4 "Em um país como o Brasil, em que mais de 50% da população se identifica como preta ou parda, é impensável não considerar esse aspecto. A ausência desse dado inviabiliza a definição de políticas de saúde voltadas para a preservação da saúde da mulher negra, além de reforçar um comportamento de omissão quanto aos cuidados para com essa mulher. Tal comportamento é contrário a um movimento de países desenvolvidos que visa trazer maior inclusão dessas mulheres no combate ao câncer, necessidade exposta no discurso de abertura do congresso anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica em 2021", conta o especialista.

Com relação ao uso do serviço de saúde, histórico médico e rastreamento anterior de câncer, o levantamento indica que mulheres que passaram por consulta médica anterior - seja com especialista ou na atenção primária, que tem uma perspectiva positiva da própria saúde, e que realizaram outros exames de rastreio do câncer aderem mais à mamografia. No entanto, alguns fatores como estar na menopausa, ser tabagista, dificuldades na realização de atividades diárias, ter doença crônica, ter nódulos benignos na mama, história pessoal e familiar de câncer de mama, e o índice de massa corporal não estão necessariamente relacionados à maior adesão à mamografia.4 "O levantamento mostra ainda que poucos estudos analisados consideraram esses aspectos, mas principalmente que esses fatores podem impactar a influência desses fatores na adesão, seja para mais ou menos, variou. A partir disso, é possível indicar que uma parcela da população não tenha conhecimento sobre quais são os comportamentos e características de saúde que podem contribuir para o surgimento do tumor e que por isso orientam para a indicação de realização do exame", alerta Dr. Carlos.

A incidência de câncer de mama vem aumentando em países de baixa e média renda, assim como a taxa de mortalidade, de modo que 62% das mortes por câncer de mama em todo o mundo agora ocorrem em países em desenvolvimento, como o Brasil.5

 

Problema é ainda maior entre minorias raciais, étnicas e culturais

Um outro levantamento publicado pela Spandidos Publication avaliou 19 estudos desenvolvidos em todo o mundo para coletar informações de 250.733 mulheres de diferentes grupos minoritários, além de avaliar a adesão ao rastreamento do câncer de mama e as barreiras ou limitações que causam a não-adesão. Como resultado, a taxa de adesão encontrada foi de, em média, 49,7% nos últimos 2 anos. Ou seja, metade das mulheres que fazem parte de alguma minoria não fez o exame no período. No Brasil, a taxa de adesão a mamografia é de apenas 32% entre mulheres com 50 a 59 anos e 25% naquelas com 60 a 69 anos e que integram algum grupo minorizado.6

Os fatores socioeconômicos encontrados coincidem com os citados no estudo brasileiro, mas levantou outros pontos também, como fatores pessoais, como medo, desconfiança dos profissionais de saúde ou do sistema de saúde e desconhecimento dos procedimentos, falta de tempo, atividades conjugais. Fatores étnicos, culturais e religiosos, como crenças, confiança na medicina oriental, desconfiança nas práticas ocidentais, religião, estigma e vergonha, bem como fatores externos, falta de acesso e estímulo para fazer o exame foram apontados como motivos responsáveis pela falta da realização de mamografias. Até mesmo o conforto com relação ao sexo do profissional de saúde que presta o atendimento foi identificado como possíveis causas para o comportamento.6

O câncer de mama é o tumor maligno mais comum entre as mulheres, sendo responsável por um em cada quatro casos de câncer no mundo.7 A diminuição no número de exames feitos durante a pandemia pode provocar o surgimento de 4 mil novos casos nos próximos anos.3 "Com o início da retomada das atividades, é imprescindível que as mulheres priorizem a sua saúde e busquem pela mamografia. Esses casos precisam ser diagnosticados o quanto antes, pois a cada dia que passa, o câncer avança. Culturalmente, a brasileira coloca o cuidado com o companheiro, a família e os amigos em primeiro lugar, mas isso precisa mudar. Essa rede de apoio pode e deve priorizar a saúde da mulher e auxiliá-la nessa jornada, seja para o diagnóstico precoce ou apoio durante o tratamento do câncer", reforça o oncologista.

 

 

Referência

https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama

• Restreamento mamográfico despenca no Brasil. Sociedade Brasileira de Mastologia. Acesso em 21 de setembro de 2021. Disponível em: https://sbmastologia.com.br/rastreamento-mamografico-despenca-no-brasil/

• Câncer de mama: pandemia pode ter deixado 4 mil casos sem diagnóstico no Brasil, diz estudo. Oncoguia. Acesso em 21 de setembro de 2021. Disponível em: https://www.oncoguia.org.br/conteudo/cancer-de-mama-pandemia-pode-ter-deixado-4-mil-casos-sem-diagnostico-no-brasil-diz-estudo/14581/7/

• Factors related to mammography adherence among women in Brazil: A scoping review. Nursing Open. Acesso em 21 de setembro de 2021. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/nop2.706

• Torre, L. A., Islami, F., Siegel, R. L., Ward, E. M., & Jemal, A. (2017). Global cancer in women: Burden and trends. Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention, 26(4), 444- 457. https://doi.org/10.1158/1055-9965.EPI-16-0858

• Breast cancer screening adherence rates and barriers of implementation in ethnic, cultural and religious minorities: A systematic review. Spandidos Publication. Acesso em 21 de setembro de 2021. Disponível em: https://www.spandidos-publications.com/10.3892/mco.2021.2301#

• Bray, F., Ferlay, J., Soerjomataram, I., Siegel, R. L., Torre, L. A., & Jemal, A. (2018). Global cancer statistics 2018: GLOBOCAN estimates of incidence and mortality worldwide for 36 cancers in 185 countries. CA: A Cancer Journal for Clinicians, 68(6), 394- 424. https://doi.org/10.3322/caac.21492


Dia do Coração: pesquisa revela que redução de 250 calorias podem melhorar saúde cardíaca

Cardiologista Roberto Yano explica como enrijecimento das artérias podem comprometer o funcionamento do órgão e comenta como mudanças simples podem trazer grandes resultados

 

 

Nesta quarta-feira, 29 de setembro, se comemora o Dia do Coração, e um estudo lançado recentemente pela revista científica Circulation revela que hábitos simples, como a redução do consumo de calorias diárias e a prática de exercício físico podem aumentar o desempenho cardíaco e propiciar mais qualidade de vida para as pessoas.

 

Segundo a pesquisa, a redução de 250 calorias por dia na dieta, além dos exercícios por no mínimo quatro vezes na semana, foram capazes de melhorar a rigidez da aorta de pacientes idosos e obesos. De acordo com o cardiologista Roberto Yano, o enrijecimento da parede arterial dificulta o trabalho do coração e pode resultar em graves complicações para o paciente, inclusive, levá-lo à morte.

 

“O enrijecimento arterial dificulta a passagem fluida do sangue, fazendo com que o sangue não chegue adequadamente a todo o organismo, elevando a pressão sanguínea e potencializando os riscos de doenças cardiovasculares, como infarto, derrame, aterosclerose e outras complicações”, alerta. “Esses problemas são mais frequentes na velhice, mas hábitos ruins, como consumo exagerado de bebida alcoólica, cigarros, sedentarismo, obesidade e alimentos ricos em aditivos químicos e gorduras ruins podem elevar os riscos à saúde”, completa.

 

Os pesquisadores ficaram por cinco meses avaliando diariamente, com ressonância magnética, o comportamento de 160 adultos obesos, com idades entre 65 e 79 anos, que não praticavam previamente exercício físico. Os participantes foram divididos em três grupos: um de pessoas que fizeram somente exercício físico; outro com pessoas que praticavam exercícios e fizeram redução de 250 calorias diárias na alimentação e um terceiro grupo que praticava exercício físico e fizeram a redução de 600 calorias por dia.


Conclui-se que os dois grupos que se exercitaram e tiveram redução de calorias, reduziram entre 8 e 9 kg de peso corporal, enquanto o grupo que só mantinha o exercício físico, tiveram uma perda média de apenas 1,6 kg. Houve também uma melhora da distensibilidade da aorta ascendente em pacientes que se exercitaram e fizeram uma restrição calórica moderada, o que não ocorreu em quem fez uma restrição calórica intensa.

 

“O estudo mostra que mais vale a frequência, rotina e moderação, do que o esforço exagerado e restrição calórica extrema. Vale lembrar que restrição calórica intensa em obesos idosos, pode não ser a melhor opção, pois apesar da diminuição considerável do peso, não houve melhora na distensibilidade da artéria aorta, ou seja, suas artérias não ficaram mais saudáveis”, finaliza.

 

 



 

Dr. Roberto Yano - médico cardiologista e especialista em Estimulação Cardíaca Artificial pela AMB. Hoje, suas redes sociais contam com um número expressivo de seguidores #amigosdocoracao. São mais de 1 milhão de seguidores bem engajados entre Facebook, Youtube e Instagram. 

 

  

MF Press

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O sonho de ser mãe congelado pela pandemia

Sou ginecologista, obstetra e especialista em reprodução assistida. Todos os dias, atendo pacientes que desejam ser mães, porém muitas enfrentam uma longa jornada para conseguir realizar o sonho de ter um bebê no colo. É um trabalho emocionante e que me deixa realizado, embora, às vezes, frustrado também. Lidar com o sonho e a expectativa dos outros é desafiador.

A pandemia causada pelo novo coronavírus chacoalhou o mundo todo e, até hoje, nos deparamos com seus mais distintos desfechos. Recentemente, uma pesquisa confirmou um fato que já havia notado na rotina de atendimento no consultório: a procura pela criopreservação da fertilidade feminina teve um aumento consistente em 2020: 50% mais mulheres congelaram óvulos no mundo todo – dado que reflete também a realidade brasileira, de acordo com clínicas especializadas de todo o país.

Se postergar a maternidade já era uma tendência, o cenário de incertezas trouxe uma maior conscientização sobre o empoderamento reprodutivo feminino. À medida que o tempo passa, a quantidade e a qualidade dos óvulos diminuem e o congelamento de óvulos pode dar à mulher o controle da sua fertilidade para que ela decida o melhor momento para ser mãe.

Quanto antes a mulher fizer a criopreservação, melhor, pois o sucesso da gravidez no futuro depende principalmente da idade dos óvulos, ou seja, a idade da mulher no momento do congelamento. O problema é que a grande maioria das mulheres buscam o congelamento entre 35 e 40 anos. Infelizmente, nem todas chegam a essa idade com uma reserva ovariana boa e a qualidade e a quantidade dos óvulos – o ideal é coletar cerca de 15 óvulos – são importantes para garantir boas chances futuras.

Então, temos um trabalho de formiguinha pela frente: informar as mulheres para que elas pensem sobre a criopreservação antes, por volta dos 30 anos. O ginecologista tem um papel importante aqui e essa conversa sobre planejamento da maternidade e a avaliação da reserva ovariana devem acontecer durante a consulta de rotina. Quantas mulheres com mais de 40 anos que estão fazendo tratamento para engravidar não desejariam ter seus óvulos guardados há 10 anos?

O tratamento é mais simples e, apesar de ser um procedimento caro, é mais acessível do que muita gente pensa. Tudo começa quando a mulher menstrua, com o estímulo hormonal para produzir mais folículos e, consequentemente, mais óvulos. A estimulação é acompanhada de perto pelo especialista de reprodução humana através da ultrassonografia transvaginal seriada e exames laboratoriais.

A coleta de folículos dos ovários, dentro dos quais estão os óvulos, é realizada com sedação, em um centro cirúrgico. Depois de coletados, os óvulos passam por uma seleção para que somente os maduros sejam congelados. Em seguida, são mergulhados em nitrogênio líquido e congelados rapidamente a 196 graus negativos.

Os óvulos podem ficar congelados por muitos anos. E o que acontece caso a mulher não utilize as células armazenadas? Como o óvulo é um gameta, pode ser descartado a qualquer momento. A criopreservação de óvulos deve ser vista como um seguro-maternidade, uma conquista de parar o tique-taque do relógio biológico para decidir qual o melhor momento da maternidade.

 


Gabriel Monteiro - médico ginecologista e obstetra, especialista em reprodução assistida e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa.


Mitos sobre o autismo: especialista esclarece principais dúvidas sobre o Transtorno do Espectro Autista

Ana Regina Caminha Braga, psicopedagoga especialista em Gestão Escolar e Educação Inclusiva, fala sobre os equívocos acerca do assunto

 

Estima-se que no Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas apresentem os sintomas do Transtorno do Espectro Autista (TEA). O transtorno é uma condição permanente que afeta diretamente os aspectos da comunicação, interação social e comportamento dos diagnosticados e no geral é identificado na infância, mas também pode ser descoberto na vida adulta em alguns casos. Por se tratar de um espectro, o autismo pode atingir cada pessoa de maneira e intensidades diferentes, o que gera muitas dúvidas sobre o comportamento e limitações de crianças e adultos diagnosticados.

Para aqueles que não convivem com autistas e não conhecem o espectro, muitos são os mitos e desinformações que se disseminam sobre o tema. Pensando nisso, a psicopedagoga Ana Regina Caminha Braga, especialista em Gestão Escolar e Educação Inclusiva preparou uma lista com as principais dúvidas sobre o cotidiano, comportamento e reações de quem é diagnosticado com autismo.


Autista não gosta de contato físico? 

O autista, dentro das suas características particulares pode sim ser mais sensível ao toque, entretanto não é um traço geral. É comum também que o autista no momento da comunicação, verbal ou não verbal, prefira evitar e não manter o contato visual com a outra pessoa.


Todo autista é não-verbal?

Há autistas que utilizam a fala como comunicação e outros que não. No caso dos não-verbais existem métodos de comunicação alternativa que conseguem suprir essa demanda.


Autistas não podem ter relacionamentos afetivos?

Esse é um grande mito. Os autistas podem sim manter relacionamentos amorosos e formar suas famílias. 


Autistas não têm vida social?

A socialização do autista pode acontecer sim junto com suas famílias, colegas e grupos próximos. Porém é preciso tomar cuidado quanto ao exagero nos estímulos procurando manter os lugares silenciosos, com poucas conversas ao mesmo tempo e baixa iluminação.


Acondroplasia: os desafios por trás da altura

Responsável por afetar 1 em cada 25.000 crianças[1], a doença ainda gera dificuldades diárias pela falta de inclusão da sociedade

 

Mesmo que a diversidade e inclusão tenham se tornado assuntos relevantes para a sociedade e que a medicina tenha feito grandes descobertas, quando o assunto é acondroplasia, o tipo mais comum de nanismo desproporcional, falta informação tanto entre profissionais de saúde quanto em meio à população em geral. Além da baixa inclusão social, a pessoa com acondroplasia enfrenta problemas de saúde que são passíveis de tratamento, a qual podem não ter acesso devido ao desconhecimento sobre as alternativas.

A acondroplasia é responsável por provocar um desenvolvimento anormal dos ossos devido a mutações no gene FGFR3. Em razão dessa alteração genética, os pacientes podem apresentar o sintoma mais visível, que é a baixa estatura desproporcional com pernas e braços mais curtos que o tronco. Contudo, o principal risco para essas pessoas está no crescimento heterogêneo de órgãos e ossos[2]. Para os pacientes com essa condição, apesar da estrutura óssea se desenvolver de forma irregular, órgãos como o coração, pulmão e cérebro crescem normalmente, o que pode causar insuficiência cardíaca e respiratória, além de ocasionar, complicações que vão de atraso no desenvolvimento motor a hidrocefalia, e acúmulo de fluidos no cérebro, capaz de gerar danos a esse órgão[3].

"Vasos sanguíneos e a medula espinhal (realiza a principal conexão do cérebro com o restante do corpo) passam através do forame magno, canal responsável pela comunicação do conteúdo intracraniano com o canal vertebral. No caso de pacientes com acondroplasia, há uma compressão, isto é o fechamento do forame magno, que, por consequência, pode resultar em problemas neurológicos" afirma o endocrinopediatra Dr. Paulo Solberg.

Ainda segundo o especialista, pessoas acometidas por essa condição apresentam também outros problemas como perda de audição, apneia do sono, doenças cardiovasculares e dores nas costas e membros.

Atualmente, o tratamento da acondroplasia não é curativo. Entretanto, diversas intervenções podem ser realizadas para alívio dos sintomas. Devido aos efeitos por todo o corpo, diversos tipos de especialistas podem atuar no tratamento de pessoas com acondroplasia. Além disso, é importante o trabalho com um cirurgião e anestesista. Isso porque considerações especiais são necessárias para diminuir os riscos de complicações associadas ao tratamento de vias aéreas e outras diferenças anatômicas.



Inclusão e aspecto social da acondroplasia

A baixa estatura e a desproporção entre membros também provocam uma série de obstáculos na rotina, que têm grande impacto direto sobre a qualidade de vida dessas pessoas - eles incluem desde problemas em abrir porta com maçanetas redondas e dirigir veículos automotores, até grandes dificuldades com a higiene pessoal.

Os indivíduos com acondroplasia não encontram uma sociedade inclusiva, e acabam ficando expostos a dificuldades diárias como uma simples ida ao mercado, caixas bancários, entre outros lugares. ‘’Enfrentam desafios, desde lavar a cabeça, até no trajeto que faz para o trabalho ao subir em um ônibus que não foi adaptado para essas pessoas’’, afirma o especialista.
Ainda segundo Paulo Solberg, pessoas com essa condição podem sofrer diretamente um impacto negativo, portanto se isolam mais da sociedade e tendem a apresentar maior índice de quadros de depressão. ‘’No Brasil, por exemplo, o principal fator de interação é o futebol. Eles (pacientes) têm uma dificuldade maior em praticar o esporte, o que dificulta a socialização. Consequentemente acaba influenciando na autoestima’’.


A sociedade foi planejada nos padrões da população em geral. Desta maneira, as demais pessoas que fogem dessa "dita normalidade" necessitam se adaptar aos padrões já existentes, o que resulta em enfrentar dificuldades diárias.


Sobre a Acondroplasia

A acondroplasia é uma displasia óssea, em que o gene FGFR3 modificado atua de forma exagerada e impede o crescimento normal, principalmente de pernas e braços. Em geral, a estatura média de um adulto com acondroplasia é de 130 cm, com intervalo de 120 à 145 cm e para as mulheres a altura média é de 125 cm com um intervalo de 115 à 137 (Pauli 2019).

Apesar de ser o tipo mais comum de nanismo por displasia óssea, a acondroplasia é considerada uma doença rara, com incidência de 1 a cada 25.000 nascimentos[4]. Embora esse tipo de nanismo possa se manifestar na criança devido a herança do gene de algum dos pais, na realidade, em 80% dos casos, a criança nasce com a condição devido a uma nova mutação, mesmo que tenha pais com a estatura média. A chance de pais sem a condição terem outro filho com a doença é baixa, porém para os pais acondroplásicos a porcentagem sobe para no mínimo 50%.[5]

O diagnóstico é feito a partir da observação de aspectos presentes em exames clínicos e radiológicos. Em razão disso é possível ter a suspeita do diagnóstico pré-natal através da ecografia de rotina do 3° trimestre, que poderá ser confirmado com a amniocentese, exame em que se colhe o líquido amniótico.


Até o momento não existe cura para a acondroplasia, entretanto existem tratamentos e ações que podem ser colocados em prática para o controle e manutenção tanto da doença quanto dos seus sintomas. Para isso, a equipe médica multidisciplinar e o avanço da ciência têm mostrado resultados promissores para esta população. Atualmente existe uma classe de medicamentos chamados de análogos de longa duração do peptídeo natriurético tipo C que modula a via de sinalização do FGFR3 (a via que está constantemente ativada na acondroplasia, levando às alterações ósseas) em investigação clínica que foi desenvolvida com o intuito de modificar a história natural da acondroplasia, possivelmente diminuindo todas as comorbidades e não somente o crescimento.

 

 

Referências:
[1] Wynn J, et al. Am J Med Genet A. 2007;143A:2502-2511. Acesso em 02 de agosto de 2021.
[2] https://www.orpha.net/consor/cgi-bin/OC_Exp.php?Lng=ES&Expert=15. Acesso em 01 de julho de 2021.
[3] https://www.tuasaude.com/acondroplasia/ .Acesso em 01 de julho de 2021.
[4] https://www.beyondachondroplasia.org/pt/sobre/o-que-e-a-acondroplasia. Acesso em 01 de julho de 2021.
[5] https://somostodosgigantes.com.br/nanismo-acondroplasico-e-o-mais-comum/. Acesso em 01 de julho de 2021.

MMRCL-ACH-00071 - Agosto/2021


Pesquisa inédita abre novas possibilidades para pacientes renais em relação à síndrome de desequilíbrio da hemodiálise

A síndrome é um evento grave, ainda pouco estudado. Está ligada ao comprometimento neurológico do paciente renal. O estudo foi possível porque agora os cientistas contam com a possibilidade do monitoramento não invasivo do cérebro do paciente durante a hemodiálise 


O artigo científico Uso de forma de onda de pulso de pressão intracraniana não invasiva para monitorar pacientes com doença renal em estágio terminal (ESRD), publicado no Plos One, em 22 de julho, pode abrir uma nova perspectiva para pacientes com doença renal que precisam passar por hemodiálise. Pela primeira vez na história da ciência foi possível monitorar a pressão intracraniana desses pacientes antes e depois das sessões de hemodiálise, usando o método não invasivo brain4care para avaliar as variações da pressão intracraniana durante o tratamento. O estudo inédito é de um grupo de cientistas brasileiros liderado pela pesquisadora Cristiane Rickli, da Divisão de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG, Ponta Grossa (PR). Confira o estudo completo aqui. 

E por que é tão importante acompanhar a variação da pressão intracraniana desses pacientes? Cristiane informa que apesar da hemodiálise ser a terapia de substituição das funções renais predominante no mundo, ela está associada a diversos efeitos colaterais. Durante a hemodiálise pode acontecer hipotensão e caibras musculares e depois do procedimento é comum os pacientes apresentarem queixas  de dor de cabeça, fadiga e incapacidade de concentração. “São sintomas que podem estar relacionados à perda excessiva de líquidos (água, sangue e eletrólitos) na hemodiálise ou à síndrome do desequilíbrio da hemodiálise”, diz.  A síndrome do desequilíbrio da hemodiálise é um evento grave, ainda pouco estudado. Sabe-se que está ligada ao comprometimento neurológico  do paciente, mas na maioria dos casos quando chega a ser diagnosticada já está em estágio adiantado e o paciente não sobrevive.  

O que difere um paciente que está sofrendo efeitos comuns da hemodiálise daquele que está com síndrome do desequilíbrio da hemodiálise é a presença de edema cerebral e aumento da pressão intracraniana. Assim, a possibilidade de monitorar de maneira não invasiva esses pacientes pode levar o médico a considerar a hipótese de uma síndrome do desequilíbrio da hemodiálise em fase inicial e tomar medidas mais eficientes de manejo do paciente, que podem salvar sua vida. 

Na literatura científica já existem artigos que trabalham com a hipótese de que dor de cabeça, fadiga e incapacidade de concentração, mesmo que leves, em pacientes submetidos à hemodiálise podem ser sinais de síndrome do desequilíbrio da hemodiálise. “Ocorre que até o momento, as alternativas para diagnóstico eram invasivas, por exemplo, inserir um cateter por meio de cirurgia no cérebro para obter o valor da pressão intracraniana”, diz. O método invasivo, de acordo com a pesquisadora, além de inviabilizar o diagnóstico também limitou os estudos sobre a síndrome do desequilíbrio da hemodiálise. 

Entenda como acontece o monitoramento não invasivo 

O interior do crânio é composto de três elementos: tecido cerebral, sangue e líquor. A pressão intracraniana é o resultado das interações entre os volumes desses elementos e seu equilíbrio é fundamental para a saúde, é o que chamamos de complacência intracraniana. Com a tecnologia brain4care, utilizada pelos pesquisadores,  um sensor encostado na cabeça do paciente, com ajuda de uma faixa, capta movimentos sutis por meio de um dispositivo (computador, tablet ou celular) com acesso à internet e os envia à nuvem. Um algoritmo transforma os dados em curvas que refletem o estado da complacência do cérebro, tudo em tempo real, para interpretação e acompanhamento da equipe médica.  

Os pesquisadores acompanharam 42 pacientes com doença renal terminal em hemodiálise por seis meses. No total, 4881 pontos de dados foram coletados durante o período do estudo. 

 

 

brain4care 

https://brain4.care/ 

(*) The global burden of neurological disorders - The Lancet Neurology 

 

O seguro auto por KM é para você?

Confira as características listadas pela Youse para apoiar na escolha entre seguro convencional ou por quilometragem

 

Diante das flexibilidades no mercado de seguros, as modalidades mais personalizadas e com preços mais acessíveis estão se popularizando. Uma delas é a do segmento de seguro Auto por KM, em que o cliente paga conforme a quilometragem percorrida. Na Youse, plataforma de seguros digital, o segmento tem tido um aumento de 20% na demanda a cada mês. Mas afinal, como um segurado pode saber se a modalidade é vantajosa para ele? Para apoiar nessa decisão, a Youse lista algumas características. Confira:


 

1)  Recomendado para quem percorre até 300 Km por mês

 

O ‘Auto por Km’ funciona aos moldes do modelo “pay per use”, ou seja, pague pelo que usar. Por isso, essa modalidade é ainda mais vantajosa para as pessoas que utilizam o carro para percorrer curtas distâncias ou combinam seu uso com transporte coletivo, bike, entre outros.

 

Segundo levantamento da Youse, antes da pandemia 86% dos clientes já usavam o carro principalmente para atividades cotidianas, como ir ao supermercado, fazer compras ou visitar amigos e familiares. Durante a pandemia, os segurados ainda realizam as mesmas atividades, mas em menor incidência: 66% dos entrevistados usam seus carros para ir ao mercado ou farmácia, 50% vão às compras e apenas 25% vão visitar amigos e familiares.

 

“Com a retomada das atividades presenciais, já percebemos que os clientes estão usando mais o carro para ir às compras ou passear. Para clientes que rodam em média 300 KM por mês a modalidade ainda é uma boa opção, já que mantém seu seguro mesmo quando o carro está parado e garante o pagamento compatível com o uso”, indica Lenara Londero, product manager na Youse. 


 

2)  Interessados em pagar o seguro mês a mês

 

O preço do seguro Auto por KM é composto por um valor fixo determinado conforme o perfil do cliente acrescido de uma cobrança variável de centavos por cada quilômetro rodado, a partir das informações do hodômetro do veículo.

 

Cerca de 30% mais barato do que o seguro convencional, essa modalidade é mais vantajosa para um cliente que prefere arcar com custos variados compatíveis ao uso do que bancar uma mensalidade fixa ou pagar o seguro à vista. Isso porque a cobrança funciona como uma assinatura e o valor cobrado acontece no mês seguinte de maneira proporcional via cartão de crédito ou débito.

 

“O recomendado é que o cliente se programe financeiramente ciente do quanto vai usar. Por exemplo, o segurado que pretende usar o carro para se deslocar ao trabalho em um formato híbrido, já sabe que se deslocará ao escritório duas vezes por semana, então já consegue calcular aproximadamente o quanto pagará conforme rodou nesses dois dias”, exemplifica.


 

3)  Para quem possui classe de bônus

 

A classe de bônus é um benefício tradicional do setor que concede desconto no momento de renovação do seguro aos bons motoristas. Os clientes acumulam um novo ponto sempre que completam um ano de vigência da apólice sem acionamento de coberturas. Essa pontuação cumulativa é mensurada em uma escala de 0 a 10 é revertida em percentuais de desconto que podem chegar a até 50% do valor total.

 

Na classe de bônus, os pontos são associados apenas ao segurado, ou seja, o cliente pode trocar de seguradora, mudar de carro e ainda assim manter seus pontos, desde que a apólice permaneça em seu nome como condutor principal. Isso significa que um cliente de seguro auto convencional de qualquer seguradora pode contratar o seguro auto por KM e utilizar seu desconto normalmente.

 

A Youse é a primeira e, atualmente, a única insurtech a aceitar a classe de bônus para interessados na modalidade por quilômetro rodado. “Aceitar a classe de bônus para essa modalidade é tornar a contratação do seguro ainda mais justa, afinal quem roda pouco e dirige bem, merece pagar menos”, comenta.


 

4)  Para quem prefere seguro digital ou quer aderir

 

O cliente do Auto por KM garante a opção de adquirir as mesmas coberturas e assistências de um seguro auto convencional. Há desde ofertas mais básicas com coberturas para roubo, furto e incêndio, alargamento, colisão para perda total e danos materiais a terceiros com assistência guincho até serviços mais completos, incluindo colisão para qualquer batida, chaveiro auto e reparos completos, por exemplo.

 

“Na Youse, o seguro auto convencional já é 100% digital e personalizável, ou seja, o cliente pode escolher quais coberturas e assistências quer contratar direto pelo app, na palma da mão. Com o seguro auto por KM, a experiência é a mesma”, diz Lenara. 

A gerente de produtos acrescenta que a experiência do seguro digital se estende aos processos de vistoria online, acionamento de sinistros e de assistências e até mesmo à realização de vistorias online de sinistros. “Quem procura por praticidade para gerenciar a apólice com autonomia, a encontra pelo app. Mas claro, também pode contar com todo o suporte de profissionais via outros canais de atendimento”, conclui.

 


Youse

https://www.youse.com.br/

 

Indenizações por dano moral no Brasil

Sem dúvida a indenização por dano moral é a mais requisitada no Brasil e visa reparar ações que ferem o interior da pessoa, seu psicológico, bem como os direitos da personalidade, como o nome, a honra e a intimidade     


O dano moral acontece quando uma pessoa é afetada em seu ânimo psíquico, moral e intelectual, seja por ofensa à sua honra, na sua privacidade, intimidade, imagem, nome ou em seu próprio corpo físico. Pode se estender ao dano patrimonial se a ofensa de alguma forma impedir ou dificultar atividade profissional da vítima. O dano moral corresponderia às lesões sofridas pela pessoa humana, consistindo em violações de natureza não econômica. É quando um bem de ordem moral, como a honra, é maculado. No universo laboral, é julgado pela Justiça do Trabalho.



A história do dano moral

Dra. Eliana Saad Castello Branco, advogada, empreendedora, palestrante e uma estudiosa das questões humanistas, lembra que embora muito falada nos dias de hoje, a punição e reparação dos danos morais não é algo recente. “Existem relatos de sua aplicação em sociedades antigas. Os primeiros indícios remontam aos códigos de Ur-Mammu, Hamurabi, Manu e à Lei das XII Tábuas. As pessoas que viviam sob a tutela desses códigos, mesmo não tendo o dever de reparar financeiramente o ofendido, sofriam alguma consequência pela atitude desrespeitosa”, explica.

Ainda de acordo com a advogada, o código de Hamurabi, provavelmente o mais conhecido deles pelo famoso ditado “olho por olho, dente por dente”, trazia em seus artigos a previsão de que aquele que destruísse o olho de alguém teria seu olho destruído, aquele que quebrasse o osso de alguém teria seu osso quebrado e aquele que arrancasse o dente de alguém teria seu dente arrancado. “Dessa forma, é possível entender essa punição como uma espécie de dano moral, mas sem contraprestação em dinheiro ou bens para a vítima. Já na Lei das XII Tábuas, que teve grande influência no direito romano, também havia a reparação moral: VII- Cabe ação de dano contra aquele que faz pastar o seu rebanho no campo de outrem; X- Aquele que causa incêndio num edifício, ou num moinho de trigo próximo de uma casa, se o faz conscientemente, seja amarrado, flagelado e morto pelo fogo; se o faz por negligência, será condenado a reparar o dano; se for muito pobre, fará a indenização parceladamente”. Como vimos, a ideia de compensar a vítima pelo dano, vem de muito longe.

No Brasil, a reparação aos danos morais existe desde antes da nossa independência. “Em 1830, o Código Criminal já trazia referências a respeito de indenizações e, em matéria cível, havia as previsões das Ordenações Filipinas (conjunto de normas jurídicas que teve vigência no Brasil até 1916 e regulava aspectos civis, penais, comerciais e previa penas para infratores). Com o passar do tempo e as novas configurações nas relações sociais, o entendimento dos tribunais foi progressivamente se alterando com o objetivo de atender aos desejos populares. Assim sendo, ocorreu uma ampliação gradativa do reconhecimento de dano moral indenizável em diversas leis espalhadas, até chegarmos à reparação que percebemos hoje”, explica a especialista.

Dra. Eliana ainda lembra que atualmente, temos o direito à moral protegido constitucionalmente. “O artigo 5º, nos incisos V e X, dispõe que a indenização pelo danos morais se inclui como uma garantia individual. Em 1988, data da promulgação da Constituição, o legislador buscou defender o patrimônio, a moral e a imagem, não considerando que os três pudessem ser acumulados. Em 2002, foi editado o Código Civil brasileiro e, de uma vez por todas, pacificou a questão. O artigo 186, deixa explícita a obrigação da reparação ao dano imaterial e o Código de Defesa do Consumidor, nos artigos 12 e 14, traz que os fabricantes e fornecedores respondem, independente de culpa, por vícios e falhas nos serviços. Dessa forma, após todo entendimento legislativo, não resta mais dúvida que aquele que sofre qualquer tipo de dano está sujeito à indenização”, afirma Dra. Saad Castello Branco.



Como provar o dano moral e entrar com uma ação de indenização

Por não ser visível, provar o dano moral não é uma tarefa das mais fáceis. Uma vez que não se pode, muitas vezes, provar o sentimento de constrangimento, deve-se provar a ação danosa. Ou seja, deve-se provar que uma pessoa falou algo humilhante no trabalho, que a empresa cadastrou o nome indevidamente, que a negativação indevida gerou situações constrangedoras, como a recusa de pagamento em uma loja, e assim em diante.

Dra. Eliana lembra que para isso, além da reunião de documentos, a vítima poderá contar com testemunhas também. “E para as questões que envolvam o Direito do Consumidor é possível, inclusive pedir a inversão do ônus da prova. Isto é, pedir ao juiz que determine o dever de a parte contrária provar que a sua história está equivocada, o que o juiz pode pedir se a história for coerente”, afirma a advogada do escritório Saad & Castello Branco Advogados.

A especialista lembra que contar com a expertise de um advogado é primordial para entrar com uma ação de indenização. “A presença de um profissional é sempre importante, porque eles são preparados para uma defesa apropriada dos seus interesses, além de entenderem mais do que determina a legislação e do que os tribunais estão decidindo”.



Ação e tempo para ser ressarcido

Ao entrar com a ação de indenização, o juiz colherá as provas de ambas as partes, sejam elas documentais ou testemunhais. Depois, então, avaliará a extensão do dano com base, também, na gravidade da ação ou da omissão que o gerou. Portanto, quanto mais gravosa a ação ou a omissão e mais grave o dano, maior também poderá ser o valor determinado, o qual, nem sempre, será exatamente o valor pedido.

Dra. Eliana Saad Castello Branco lembra que apenas após decidir se houve ou não danos morais e definir, então, o valor equivalente para a reparação, pode-se dar seguimento na ação para o pagamento. “O valor pode ser executado provisoriamente, em uma etapa que se chama cumprimento de sentença provisória, ante a possibilidade de recursos. E somente após o prazo dos recursos e seu julgamento, haverá o cumprimento definitivo. Quando é feito um acordo entre as partes, elas podem decidir de que forma será feito o pagamento da indenização, inclusive com parcelamento. E caso o pagamento não seja realizado, o acordo poderá virar um processo também. Esta é, assim, uma forma bastante rápida de receber o valor, já que não depende de tantas etapas e prazos como um processo judicial”, completa a advogada especializada em ações indenizatórias.





Eliana Saad Castello Branco - advogada e sócia do escritório Saad Castello Branco, especializado em indenizações e responsabilidade civil, que está em atividade há três gerações desde 1977. Diplomada pela Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) pelo reconhecimento aos trabalhos prestados, é importante palestrante do meio jurídico, empreendedor e de gestão de pessoas.

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Que ‘imprevistos acontecem’ e que ‘errar é humano’, todo mundo sabe! Quem nunca precisou pronunciar essas frases certamente é uma pessoa extremamente cuidadosa e, claro, uma afortunada. É incrivelmente difícil encontrar alguém que nunca tenha vivenciado uma situação inesperada. Isso vale, inclusive, para a prática profissional. 

 

Ocorre que, para boa parte dos profissionais, um erro, um equívoco ou uma omissão podem custar muito caro, literalmente falando. As situações são as mais variadas possíveis. Imagine que um advogado simplesmente perca o prazo para recorrer em uma sentença ou que um contador erre nos cálculos referentes ao recolhimento de um tributo. Avalie as proporções das consequências que esses erros ou omissões podem trazer aos clientes desses dois profissionais. 

 

Um erro no desenvolvimento de um sistema ou app, a falta de atenção na realização de uma perícia e/ou na emissão de um laudo de inspeção veicular, a falta de autorização da Assembleia na realização de uma obra no prédio pelo síndico e um procedimento cirúrgico que não é bem-sucedido são apenas alguns exemplos de situações em que os profissionais responsáveis pela realização desses serviços podem sofrer penalizações jurídicas com a necessidade de indenização do cliente. 

 

Outros danos que podem requerer a indenização são o extravio, perda, roubo, furto ou vazamento de documentos e dados de clientes ou terceiros, incluindo registros de informática; danos morais; falhas de sistemas e a responsabilidade de terceirização de serviços; responsabilidade solidária; quebra de sigilo profissional; calúnia, injúria e difamação; violação involuntária da propriedade intelectual; prejuízos financeiros decorrentes de danos corporais, materiais e morais subcontratados e terceirizados, entre outros. 

 

Obviamente, antes de chegar à penalização, será necessário percorrer um caminho que poderá envolver a necessidade de composição de uma defesa, caso o assunto se torne uma disputa judicial, o que vai acarretar a contratação de um advogado. Ou seja, além da indenização, talvez o profissional precise arcar, também, com os honorários advocatícios. 

 

Não é à toa, portanto, que a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), tenha registrado, de janeiro a maio de 2021, um crescimento de 14% na contratação do chamado Seguro de Responsabilidade Civil Profissional, que é destinado à proteção de profissionais liberais e empresas contra perdas financeiras por erros ou emissões na prestação de serviços. Advogados, Arquitetos, Auditores, Engenheiros, Veterinários, Odontologistas, Médicos, Síndicos, Contadores, Consultores e Corretores de Imóveis formam uma parcela do grupo de profissionais que podem ser beneficiados. 

 

É claro que ninguém quer errar durante o exercício da profissão, mas nenhum de nós está livre da ocorrência de incidentes e, se há uma chance ou alternativa para o gerenciamento desse risco, por qual motivo deixar de investir nessa proteção, que pode ser a ‘salvação’ na hora de reparar um ato de negligência, imprudência ou imperícia profissional? Pense a respeito!

 

Ricardo Valencia - diretor comercial da Energy Broker – empresa de consultoria, corretagem e administração de seguros 

www.energybroker.com.br 


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