Terapias biológicas e medicamentos orais específicos permitem resultados próximos à remissão total em até 100% dos casos
O Dia Mundial da Psoríase, lembrado em 29 de
outubro, chama atenção para uma das doenças inflamatórias crônicas mais
prevalentes da pele, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Com origem
genética em cerca de 30% dos casos, a psoríase não é contagiosa e se
caracteriza por lesões avermelhadas e descamativas, geralmente em forma de
placas, que podem surgir em diferentes regiões do corpo.
Nos últimos 20 anos, o avanço das terapias
imunobiológicas revolucionou o manejo da doença, permitindo resultados muito
mais expressivos no controle dos sintomas. Conforme explica a dermatologista
Dra. Clarissa Prati, especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia –
Secção do Rio Grande do Sul (SBD-RS), o entendimento das vias inflamatórias
envolvidas foi determinante para o surgimento de medicamentos cada vez mais
eficazes.
“Hoje conhecemos melhor as interleucinas (IL),
especialmente IL-17 e IL-23, que são fundamentais na resposta inflamatória da
psoríase. Com o desenvolvimento de medicamentos que atuam de forma direcionada
nessas vias, conseguimos alcançar até 90% ou 100% de melhora nas lesões em um
bom número de pacientes”, destaca a médica.
Além dos imunobiológicos injetáveis, novas opções
orais também vêm ganhando espaço, como o deucravacitinibe, que modula a ligação
das interleucinas às células-alvo, oferecendo uma alternativa eficaz e de uso
mais simples. Além disso, os biossimilares (imunobiológicos desenvolvidos
para serem muito semelhantes ao originais) também entram neste cenário de
benefício e custo de tratamento mais equilibrado.
O diagnóstico da psoríase é clínico, baseado nas
características das lesões e no histórico do paciente. Segundo a especialista,
áreas como couro cabeludo e unhas são frequentemente acometidas, e em 30% dos
casos há também manifestações articulares, conhecidas como artrite psoriásica,
que se manifesta com rigidez e dor nas articulações, especialmente pela manhã.
O controle da doença vai além do uso de medicamentos.
Hábitos saudáveis, controle do peso e atividade física regular são aliados
importantes.
“A psoríase está associada a doenças
cardiovasculares e síndrome metabólica. Cuidar do corpo como um todo é
fundamental para reduzir inflamações e melhorar os resultados do tratamento”,
acrescenta a Dra. Clarissa.
O manejo precoce e o acompanhamento contínuo com o
dermatologista são essenciais para prevenir complicações e alcançar o melhor
controle possível da doença.
Rafael Sodré
Marcelo Matusiak

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