Professores de Ginecologia e Pediatria do Centro Universitário São Camilo alertam sobre perigos para o feto e para o recém nascido
O incentivo ao nascimento de “superbebês", por meio de suplementação excessiva de vitaminas e minerais durante a gravidez, tem se tornado cada vez mais comum nas redes sociais. No entanto, essa prática pode representar sérios riscos tanto para a mãe quanto para o bebê, alerta a médica ginecologista, Fábia Vilarino, coordenadora do curso de Medicina e docente de Ginecologia do Centro Universitário São Camilo.
Segundo ela, qualquer medicação, suplementação ou até mesmo alimentos consumidos durante a gestação precisam ser cuidadosamente avaliados, pois podem atravessar a barreira placentária e afetar o desenvolvimento do feto. A doutora Fábia ressalta que não existe protocolo universal de suplementação, e que cada caso deve ser individualizado, de acordo com as necessidades e os exames da gestante.
As promessas de "superbebês" feitas na internet, no entanto, não possuem embasamento científico, alerta a especialista. "Não existe nenhuma comprovação científica de que isso vai acontecer. A partir do momento que você promete algo em Medicina precisa ter certeza absoluta de que aquilo vai acontecer. E isso raríssimas vezes é possível", afirma.
A opinião é compartilhada pelo médico pediatra e professor do curso de Pediatria da instituição, Marcelo Iampolski. Para ele, qualquer promessa em relação à Medicina precisa ser questionada e qualquer protocolo do ponto de vista médico precisa ser comprovado cientificamente. “ A inteligência de uma criança é formada a partir de questões genéticas, hormonais e nutricionais, inclusive pelo estímulo durante a primeira infância. Então existem muitos motivos e muitos fatores que levam uma criança a ser mais inteligente ou menos inteligente”, disse.
Ele explica que após o sétimo dia de vida o pediatra pode indicar vitamina D ou Ferro, dependendo da situação da criança, se é prematura, ou se não está recebendo leite materno, por exemplo. “Cada situação é analisada pelo pediatra a partir das primeiras consultas e tudo isso vai depender dos fatores de risco ou não que esse recém-nascido pode apresentar”, explicou.
A administração de suplementos e medicamentos sem indicação médica pode trazer riscos, como reações alérgicas, infecções, inflamações e até mesmo hipervitaminose, que podem ser prejudiciais tanto para a mãe quanto para o bebê.
A professora Fábia ViIarino, ressalta que qualquer protocolo médico deve ser comprovado cientificamente antes de ser aplicado.
O Conselho Federal de Medicina, inclusive, está investigando as promessas feitas nas redes sociais sobre a suplementação para "superbebês", que são consideradas totalmente contraindicadas pela especialista.
Por isso, a mensagem é clara: durante a gravidez é essencial seguir as orientações dos profissionais de Saúde, evitando ceder a promessas milagrosas sem embasamento científico, que podem colocar em risco a saúde de todos.
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