Dra. Cristiane Passos Dias Levy, do Hospital Paulista, ensina como manter alérgenos longe de casa - inclusive com uma dica inusitada: congelar tecidos!
Com a chegada do outono, é comum que os casos de doenças respiratórias, como rinite e asma, se agravem. A queda de temperatura e a maior permanência em ambientes fechados favorecem o acúmulo de poeira, ácaros e outros alérgenos, especialmente em tecidos como cortinas, tapetes e almofadas – itens que muitas vezes passam despercebidos na faxina.
“Esses tecidos funcionam como verdadeiros
reservatórios de alérgenos. Quando não higienizados corretamente, eles se
tornam gatilhos constantes para quem sofre com alergias respiratórias”, alerta
a médica otorrinolaringologista Cristiane Passos Dias Levy, especialista em
alergias respiratórias do Hospital Paulista.
Limpeza regular é essencial
De acordo com a médica, a frequência ideal de
limpeza varia conforme o tipo de tecido e o uso do ambiente. Cortinas devem ser
lavadas a cada um ou dois meses, e os tapetes, a cada um a três meses, com
aspiração semanal nos de uso mais intenso. Já capas de almofadas, mantas e
tecidos decorativos devem ser lavados mensalmente, especialmente em casas com
animais de estimação ou crianças pequenas.
Além da limpeza frequente, a médica ressalta que é
fundamental manter a umidade do ar entre 40% e 50%. Para isso, vale usar
umidificadores nos dias secos ou simplesmente deixar bacias com água no
ambiente. Já em locais úmidos, ventilação adequada e, se necessário, o uso de
desumidificadores ajuda a manter o equilíbrio. “Um higrômetro pode ser um
aliado simples para monitorar esse índice em casa”, orienta a Dra. Cristiane.
Alergias, rinite, asma: os riscos vão além do
incômodo
A exposição prolongada à poeira e aos ácaros não
provoca apenas espirros e nariz entupido. Pode agravar condições crônicas, como
asma e rinite, desencadear crises de sinusite e até contribuir para o
desenvolvimento de doenças respiratórias mais sérias.
“É comum que os sintomas piorem durante a noite ou
ao acordar, justamente quando a pessoa passa mais tempo em contato com tecidos
como lençóis, colchas e cortinas do quarto”, explica a especialista. Entre os
sinais de alerta, estão espirros frequentes, congestão nasal persistente,
coceira nos olhos e dificuldade para respirar.
Tecidos pesados? Melhor evitar
Outro ponto importante é a escolha dos materiais
usados na decoração. Veludo, chenille, pelúcia e tecidos felpudos devem ser
evitados, pois acumulam mais poeira. Tapetes e carpetes também são vilões nesse
cenário.
“Prefira tecidos leves e respiráveis, como algodão
e linho, que são menos propensos a reter alérgenos. Além disso, optar por
materiais naturais, como madeira e pedra, na decoração pode ajudar a reduzir a
exposição a compostos irritantes”, recomenda Levy.
Sol, aspirador – e até congelador?
Além da lavagem convencional, há medidas adicionais
que podem ajudar no controle dos alérgenos, e uma delas chama atenção: colocar os
tecidos no congelador.
“Congelar tecidos por algumas horas pode ser eficaz
para matar ácaros e outros microrganismos que causam alergias”, afirma a
médica. “É uma solução prática, especialmente para itens que não podem ser
lavados com frequência, como bichos de pelúcia, almofadas e algumas cortinas.”
Expor os tecidos ao sol, utilizar sprays antiácaros
e capas protetoras também são estratégias recomendadas, assim como manter os
ambientes arejados e limpos.
Resumo das dicas:
- Lave cortinas, mantas e
capas de almofadas mensalmente
- Aspire tapetes semanalmente
e faça limpezas profundas a cada 2 meses
- Evite tecidos felpudos e
carpetes em ambientes fechados
- Utilize capas protetoras
antiácaros em colchões e travesseiros
- Experimente colocar pequenos
tecidos no congelador por algumas horas
- Mantenha a umidade do ar
entre 40% e 50%
- Invista em purificadores de
ar ou filtros HEPA

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