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| Conjunto de Mesa Bennet Homedock |
Pesquisa do
Journal of Environmental Psychology mostra que formas circulares ativam áreas
do cérebro ligadas à empatia e ao bem-estar
Quando foi a última vez que você se sentou à mesa
com as pessoas que ama e sentiu que o tempo desacelerou? Que o riso fluiu com
mais leveza, os olhares se cruzaram com mais frequência e o sentimento era de
presença verdadeira? A resposta pode estar no formato da mesa.
Segundo Daniela Costa, psicóloga e CEO da Homedock,
ambientes afetivos são cuidadosamente desenhados para favorecer vínculos e
acolhimento. “A mesa redonda é, sem dúvida, um dos símbolos mais poderosos da
união. Não há cabeceira, ninguém está em destaque, todos ocupam o mesmo centro.
É uma arquitetura de igualdade, que promove escuta, partilha e conexão”,
afirma.
Estudos recentes publicados no Journal of
Environmental Psychology mostram que formas curvas, especialmente
as redondas, são percebidas como mais agradáveis, suaves e seguras pela psique
humana. “Elas ativam regiões cerebrais associadas à empatia, à receptividade e
à sensação de pertencimento. Em contraste com as formas angulosas e retas, que
remetem à hierarquia e ao distanciamento, as curvas acolhem, envolvem e
convidam à interação”, explica Costa.
No contexto doméstico, isso tem um peso ainda
maior. A mesa de jantar ou da cozinha é muitas vezes o coração da casa, onde as
histórias são contadas, onde as brigas se dissolvem em risadas, onde os filhos
aprendem a ouvir os avós e onde os casais voltam a se olhar nos olhos. “Quando
posicionamos uma mesa redonda em um ambiente, estamos desenhando um convite
implícito para o afeto circular. A conversa flui melhor, todos se sentem parte
e isso impacta diretamente na qualidade emocional das relações familiares”,
afirma a CEO da Homedock.
Além disso, as mesas redondas favorecem o fluxo de
energia no espaço, criam equilíbrio visual e evitam barreiras físicas e
simbólicas entre os membros da casa. Elas funcionam como pontos de encontro
espontâneos, sejam para uma refeição em família, um café da tarde entre amigos
ou um jogo de cartas em um domingo preguiçoso.
O impacto é ainda mais evidente em lares onde a
rotina é corrida, onde os moradores quase não se cruzam ou vivem imersos em
telas. Trazer de volta o hábito de se sentar juntos, de partilhar histórias ao
redor de uma mesa que simboliza acolhimento, pode ser um passo transformador.
“É um gesto simples, mas profundamente restaurador. Resgata o ritual da
convivência e ajuda a reconstruir vínculos emocionais fragilizados pelo excesso
de pressa e distração”, completa a especialista.
A mesa redonda, além de um móvel, pode ser vista
como uma metáfora da vida que desejamos cultivar: sem arestas, com espaço para
todos, onde ninguém fica de fora. Ela representa o retorno ao essencial, o
encontro verdadeiro, a comida dividida, o silêncio respeitado e o riso
compartilhado.
“Em tempos em que o lar precisa voltar a ser
sinônimo de abrigo emocional, talvez a forma mais amorosa de recomeçar seja
também a mais simbólica: se reunir ao redor de uma mesa redonda e deixar que o
afeto encontre seu lugar”, finaliza Daniela.

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