Inovação contra os efeitos do cigarro: procedimento minimamente invasivo devolve qualidade de vida a pacientes com enfisema pulmonar grave.
Redução do Volume Pulmonar ganha destaque como alternativa para pacientes graves de DPOC – doença causada principalmente pelo tabagismo
O Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, chama a atenção para os danos provocados pelo cigarro à saúde pública. Entre as principais doenças ligadas ao tabagismo está a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), uma condição progressiva e incurável que inclui o enfisema pulmonar – quadro que compromete a respiração e reduz drasticamente a qualidade de vida.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a DPOC é uma das três principais causas de morte no mundo, com 4 milhões de óbitos por ano, número que pode subir para a primeira posição até 2030, se medidas mais eficazes de prevenção e tratamento não forem adotadas. No Brasil, estima-se que 17% das pessoas acima de 40 anos convivem com a doença. Globalmente, 400 milhões de pessoas são afetadas, conforme dados dos Centers for Disease Control and Prevention (CDC).
Embora o tratamento clínico da DPOC tenha evoluído com reabilitação pulmonar, oxigenoterapia e cessação do tabagismo, um grupo de pacientes em estágio grave continua sem resposta satisfatória. Para eles, a Redução do Volume Pulmonar pode ser feita por cirurgia torácica minimamente invasiva.
“Esses procedimentos devolvem ao paciente parte da sua capacidade respiratória e autonomia. A maioria dos casos graves está relacionada ao tabagismo de longa data. Com técnica adequada e seleção rigorosa dos casos, conseguimos melhorar função pulmonar, tolerância ao esforço e até retirar o paciente do uso contínuo de oxigênio”, explica o Dr. Luís Carlos Losso, cirurgião torácico e responsável pelo Núcleo de Tratamento Intervencionista do Enfisema Pulmonar do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo.
Números que impressionam sobre a Redi:
- Até
80% dos pacientes relatam melhora da função pulmonar após os procedimentos.
- 68%
podem abandonar o uso contínuo de oxigênio.
- 85%
não necessitam mais de corticosteroides.
- Risco
de complicações: 20–35%, com taxa de mortalidade entre 1 e 4%.
- Os custos globais para tratamento da DPOC devem atingir US$ 5 trilhões até 2030, de acordo com a COPD Foundation.
Alerta para a prevenção
“Apesar dos avanços, o mais importante ainda é prevenir a
DPOC e o enfisema. A mensagem para o Dia Mundial Sem Tabaco continua urgente:
parar de fumar salva vidas. O pulmão tem limites para se recuperar, e o dano do
tabaco pode ser irreversível”, reforça Dr. Losso.
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