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terça-feira, 27 de maio de 2025

Dia Mundial da Esclerose Múltipla: um alerta para conscientização e diagnóstico precoce

Doença neurológica atinge pessoas em plena fase produtiva e reforça a importância do cuidado com a saúde do cérebro

 

Celebrado em 30 de maio, o Dia Mundial da Esclerose Múltipla é um alerta global para a conscientização sobre uma das condições neurológicas mais desafiadoras da atualidade. Estima-se que a doença afete mais de 2,8 milhões de pessoas no mundo, segundo a Federação Internacional de Esclerose Múltipla, sendo cerca de 40 mil no Brasil, conforme dados da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla. 

A esclerose múltipla é uma condição neurodegenerativa e autoimune que afeta cronicamente o sistema nervoso central. Durante os períodos de atividade da doença — conhecidos como “crises” — as células de defesa do próprio organismo atacam a bainha de mielina, um componente essencial do sistema nervoso. 

“A bainha de mielina é uma espécie de ‘capa de gordura’ que envolve os nervos e funciona como um isolante elétrico que acelera a transmissão dos sinais entre o sistema nervoso e o restante do corpo. Quando essa estrutura é danificada, há prejuízo na condução dos impulsos nervosos entre os neurônios e outras células, o que está diretamente relacionado ao surgimento dos sintomas da doença. Esses sintomas podem variar bastante, dependendo da região comprometida”, explica a Dra. Rafaela Silva, médica da Lundbeck Brasil, empresa global especializada em saúde do cérebro. 

As manifestações clínicas mais comuns são: fadiga com cansaço intenso, sobretudo após exposição ao calor ou esforço físico intenso; alterações na fala como palavras arrastadas, voz trêmula, dificuldade em pronunciar palavras ou sílabas; distúrbios visuais como visão embaçada e dupla; problemas de equilíbrio e coordenação motora como instabilidade ao caminhar, vertigens, rigidez dos membros ao movimentar-se; sensações não definidas como dores musculares e queimação ou formigamento em partes do corpo. O paciente pode apresentar também sintomas do humor e cognitivos em qualquer momento da doença, independentemente da presença de sintomas físicos ou motores, como depressão, ansiedade e prejuízo na memória. 

“Os sintomas iniciais podem ser mais alarmantes, como perda temporária da visão, o que costuma levar o paciente a buscar ajuda médica com maior urgência. No entanto, outros sinais podem passar despercebidos como algo corriqueiro, por exemplo uma fraqueza geral inespecífica, o que pode atrasar o diagnóstico em meses ou até anos.”, comenta Dra. Rafaela. 

A maioria dos diagnósticos ocorre entre os 20 e 40 anos, período em que as pessoas estão construindo carreiras, formando famílias e projetando o futuro. Neste contexto, o diagnóstico pode impactar também a autoestima e bem-estar emocional, o planejamento de vida e mesmo a aceitação da sua condição. A necessidade de amenizar o estigma sobre doenças neurológicas e ampliar o conhecimento sobre os sinais de alerta da Esclerose Múltipla através de iniciativas de conscientização tornam-se ainda mais importantes. 

“Os tratamentos medicamentosos disponíveis para Esclerose Múltipla buscam reduzir a agudização da doença ao longo dos anos, contribuindo para a redução do acúmulo de incapacidades durante a vida do paciente. Aliada à terapia medicamentosa, suporte multidisciplinar e terapias de reabilitação e apoio contribuem para um plano de cuidado verdadeiramente humanizado e completo. Não há cura, mas o tratamento pode modificar o curso da doença, completa a médica.


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