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segunda-feira, 26 de maio de 2025

Controle de diabetes e obesidade pode frear o avanço da doença renal crônica

Terapias mais modernas oferecem nova perspectiva para pacientes com alto risco de complicações renais

 

Nos últimos anos, o desenvolvimento de medicamentos com ação combinada no controle da glicemia e na perda de peso tem inaugurado um novo capítulo no enfrentamento das doenças crônicas. O impacto dessas terapias vai além do tratamento do diabetes e da obesidade, podendo influenciar positivamente a trajetória da doença renal crônica (DRC). 

A relação entre excesso de peso, diabetes tipo 2 e comprometimento renal é amplamente reconhecida. Estima-se que até 40%[i] dos pacientes com diabetes desenvolvam algum grau de disfunção renal ao longo da vida. Além disso, a obesidade por si só é um fator de risco para alterações na função dos rins, mesmo na ausência de diabetes. 

Nesse cenário, medicamentos para controle do diabetes e obesidade vêm sendo analisados com interesse pela comunidade médica. Embora seja cedo para afirmar que a medicação pode frear de forma definitiva a progressão da DRC, a Associação Americana de Diabetes divulgou uma análise de estudo recente que a tirzepatida, que chegou recentemente ao Brasil sob o nome comercial Mounjaro, é uma substância que retarda a progressão da doença renal em pacientes com diabetes tipo 2 e risco cardiovascular[ii]

O fármaco atua imitando dois hormônios naturais que regulam a produção de insulina e a saciedade. Esse mecanismo contribui para melhorar o controle glicêmico e reduzir a ingestão calórica, promovendo perda de peso significativa. 

Para o nefrologista Bruno Zawadzki, diretor médico nacional da DaVita Tratamento Renal, o impacto de novas terapias precisa ser analisado dentro de um conjunto de medidas preventivas. “Estamos observando um movimento importante da medicina na direção de tratamentos mais eficazes para múltiplas condições ao mesmo tempo. No caso da DRC, atuar sobre o diabetes e a obesidade simultaneamente pode representar uma oportunidade de reduzir a progressão da doença em grande parte da população de risco”, explica. 

Mas Zawadzki destaca que medicação sozinha não resolve o problema. “O sucesso depende de diagnóstico precoce, adesão ao tratamento, mudanças no estilo de vida e acompanhamento contínuo”. 

Com mais da metade da população adulta brasileira com excesso de peso e cerca de 10% convivendo com diabetes, segundo o Ministério da Saúde, o país enfrenta uma epidemia silenciosa de doenças crônicas. Nesse contexto, a chegada de terapias que atuam nos fatores de risco antes que surjam complicações mais graves pode representar uma nova esperança, principalmente no controle das doenças renais.



DaVita


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