Terapias mais modernas oferecem nova perspectiva para pacientes com alto risco de complicações renais
Nos
últimos anos, o desenvolvimento de medicamentos com ação combinada no controle
da glicemia e na perda de peso tem inaugurado um novo capítulo no enfrentamento
das doenças crônicas. O impacto dessas terapias vai além do tratamento do
diabetes e da obesidade, podendo influenciar positivamente a trajetória da
doença renal crônica (DRC).
A
relação entre excesso de peso, diabetes tipo 2 e comprometimento renal é
amplamente reconhecida. Estima-se que até 40%[i]
dos pacientes com diabetes desenvolvam algum grau de disfunção renal ao longo
da vida. Além disso, a obesidade por si só é um fator de risco para alterações
na função dos rins, mesmo na ausência de diabetes.
Nesse
cenário, medicamentos para controle do diabetes e obesidade vêm sendo
analisados com interesse pela comunidade médica. Embora seja cedo para afirmar
que a medicação pode frear de forma definitiva a progressão da DRC, a
Associação Americana de Diabetes divulgou uma análise de estudo recente que a
tirzepatida, que chegou recentemente ao Brasil sob o nome comercial Mounjaro, é
uma substância que retarda a progressão da doença renal em pacientes com
diabetes tipo 2 e risco cardiovascular[ii].
O
fármaco atua imitando dois hormônios naturais que regulam a produção de
insulina e a saciedade. Esse mecanismo contribui para melhorar o controle
glicêmico e reduzir a ingestão calórica, promovendo perda de peso
significativa.
Para
o nefrologista Bruno Zawadzki, diretor médico nacional da DaVita Tratamento
Renal, o impacto de novas terapias precisa ser analisado dentro de um conjunto
de medidas preventivas. “Estamos observando um movimento importante da medicina
na direção de tratamentos mais eficazes para múltiplas condições ao mesmo
tempo. No caso da DRC, atuar sobre o diabetes e a obesidade simultaneamente
pode representar uma oportunidade de reduzir a progressão da doença em grande
parte da população de risco”, explica.
Mas
Zawadzki destaca que medicação sozinha não resolve o problema. “O sucesso
depende de diagnóstico precoce, adesão ao tratamento, mudanças no estilo de
vida e acompanhamento contínuo”.
Com mais da metade da população adulta brasileira com excesso de peso e cerca de 10% convivendo com diabetes, segundo o Ministério da Saúde, o país enfrenta uma epidemia silenciosa de doenças crônicas. Nesse contexto, a chegada de terapias que atuam nos fatores de risco antes que surjam complicações mais graves pode representar uma nova esperança, principalmente no controle das doenças renais.
DaVita
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