Gabriela Pereira
alerta que a regularização é essencial para assegurar que as transações ocorram
de forma transparente
A regularização de imóveis é um tema cada vez mais
relevante no cenário imobiliário brasileiro. Mais do que uma exigência legal,
esse processo é fundamental para garantir segurança jurídica nas transações,
prevenir golpes, evitar prejuízos financeiros e viabilizar a venda por meio de
financiamento bancário. Imóveis regularizados têm, inclusive, um valor de
mercado significativamente superior aos irregulares.
A advogada especialista em Direito Imobiliário,
Gabriela Pereira, alerta que a regularização é essencial para assegurar que as
transações ocorram de forma transparente e segura para todas as partes
envolvidas.
“Imóveis irregulares podem sofrer uma depreciação
de 50% a 70% em seu valor de mercado, o que pode ser desastroso tanto para os
proprietários quanto para os compradores. A regularização é o caminho para
reverter essa situação, permitindo que o imóvel seja vendido por um valor justo
e, inclusive, financiado”, explica.
Além da valorização, a regularização oferece maior
proteção jurídica ao proprietário, prevenindo disputas judiciais, multas
administrativas e até mesmo o risco de bloqueio ou leilão judicial do bem.
Falta de conhecimento ainda é
um obstáculo
Apesar das vantagens, muitos proprietários ainda
desconhecem os prejuízos financeiros de manter um imóvel irregular. Gabriela
destaca que esse é um dos principais entraves enfrentados atualmente.
“Um dos maiores desafios é fazer com que as pessoas
compreendam o que caracteriza um imóvel irregular e o impacto que isso causa.
Segundo a ANOREG (Associação dos Notários e Registradores), a falta de
regularização pode levar a uma desvalorização que chega a 70% do valor do
imóvel”, afirma.
Outro fator que dificulta o processo é a
burocracia. Existem mais de 100 formas diferentes de regularização, e cada uma
delas depende da situação específica do imóvel.
“Fatores como ausência de IPTU, construção não
averbada na matrícula ou divergência nos dados dos proprietários exigem
soluções distintas. Isso torna o processo complexo e, muitas vezes, demorado”,
observa a especialista.
Etapas da regularização
As etapas de regularização variam de acordo com o
tipo de irregularidade do imóvel, mas, de forma geral, o processo envolve
algumas fases fundamentais. A primeira delas é a identificação da
irregularidade, que consiste em verificar se o imóvel está devidamente
registrado, se há falta de documentos de propriedade ou se a construção
realizada ainda não foi averbada na matrícula.
“Há etapas importantes nesse processo, como a
solicitação de documentos, em que o proprietário deve reunir toda a
documentação necessária — planta baixa, escritura do imóvel, comprovantes de
pagamento de impostos, entre outros”, explica a advogada Gabriela Pereira.
Outra etapa fundamental é a realização de ajustes
na matrícula do imóvel. Caso seja necessário, o registro junto ao cartório de
imóveis deve ser atualizado para refletir as correções identificadas.
Além disso, se existirem construções não averbadas,
é preciso dar entrada na legalização da obra junto à prefeitura, para que ela
seja incluída na documentação oficial do imóvel.
“Essas etapas podem ser realizadas de forma mais
rápida e segura com o apoio de uma assessoria jurídica especializada, que atua
para tornar o processo mais eficiente e evitar erros que possam causar atrasos
ou prejuízos”, enfatiza a especialista.
Gabriela reforça que contar com uma assessoria
jurídica especializada é essencial para agilizar o processo, reduzir custos e
garantir segurança.
“Com o apoio de profissionais capacitados, o
procedimento se torna mais fluido e eficiente”, orienta.
Regularização e valorização:
uma relação direta
O impacto da regularização no valor do imóvel é
expressivo. Segundo a ANOREG, imóveis irregulares podem perder até R$ 700 mil
em uma avaliação de R$ 1 milhão.
“Por outro lado, uma vez regularizado, o imóvel
pode ser revendido por um valor bem mais alto e ainda se tornar apto para
financiamento bancário, o que amplia as possibilidades de venda. A
regularização transforma um passivo em um ativo de alto valor”, enfatiza
Gabriela.
Riscos legais e prejuízos
financeiros
A advogada alerta para os perigos de negociar
imóveis irregulares, tanto para quem compra quanto para quem vende.
“O comprador pode ser vítima de fraudes ou até
perder o imóvel, caso ele seja bloqueado ou leiloado pela Justiça. Já o
vendedor pode enfrentar multas e ter dificuldade para concluir a venda”, diz.
Por isso, é imprescindível que as partes envolvidas
exijam e verifiquem a documentação legal do imóvel antes de qualquer transação.
Imóveis irregulares e o
interesse dos investidores
Apesar dos riscos, imóveis irregulares despertam o
interesse de investidores experientes, justamente pela possibilidade de compra
a preços reduzidos e alta valorização após a regularização.
“O imóvel irregular pode ser adquirido por até 70%
abaixo do valor de mercado. Após a regularização, o imóvel se valoriza
significativamente, muitas vezes superando qualquer outro tipo de investimento
em curto prazo”, aponta a advogada.
Contudo, Gabriela ressalta que essa estratégia
exige cautela e preparo.
“É indispensável realizar uma due
diligence imobiliária, uma análise jurídica prévia da
viabilidade de regularização. Sem isso, o investimento pode representar um
grande prejuízo”.
Regularização como estratégia
de valorização e revenda
Para investidores, adquirir um imóvel irregular com
o objetivo de regularizá-lo e revendê-lo é uma estratégia que tem ganhado
força.
“Eles estão dispostos a pagar mais por imóveis já
regularizados porque compreendem o potencial de valorização. A possibilidade de
transformar um imóvel depreciado em um ativo valorizado e financiável é uma
oportunidade de negócio que não pode ser ignorada”, finaliza a especialista.
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