Médica especialista da Howden Brasil destaca a importância do investimento na saúde e proteção dos colaboradores, como caminho para redução de afastamentos, aumento da produtividade e fortalecimento da cultura organizacional
Em 2024, o
Brasil registrou quase meio milhão de afastamentos do trabalho por motivos de
saúde, o maior número em pelo menos uma década. Segundo dados do Ministério da
Previdência Social, foram mais de 472 mil pedidos, praticamente o dobro do que
foi registrado em anos anteriores. O aumento de mais de 60% em relação a 2023
acende um alerta para a importância de investir em segurança e saúde no
ambiente de trabalho.
Boa parte desses
afastamentos têm origem em doenças relacionadas à saúde mental, como ansiedade
e depressão, reforçando que os riscos ocupacionais vão muito além
dos riscos físicos, biológicos e químicos. Para a Dra. Silvia
Prinholato, Diretora Médica da Howden Brasil, corretora
especializada em seguros de alta complexidade, o bem-estar do colaborador está
diretamente ligado à forma como ele se relaciona com o ambiente de trabalho. “O
indivíduo é único, e tanto o ambiente pessoal quanto o profissional impactam
diretamente na sua saúde. O trabalho deve ser algo prazeroso, mas pode
apresentar riscos. Cabe às organizações identificar e cuidar desses riscos para
que o indivíduo não adoeça em função da sua atividade”, afirma a especialista.
O Dia Mundial da
Saúde comemorado recentemente, traz à tona a conscientização da população e as
companhias sobre a importância de cuidar da saúde e do bem-estar. Entre os
desacertos mais comuns cometidos pelas empresas estão a ausência de
treinamentos, a má qualidade ou falta de equipamentos de proteção, falhas na
comunicação e a negligência com fatores psicossociais. Esses problemas se
refletem diretamente nos indicadores do negócio, aumento de afastamentos,
processos trabalhistas, queda de produtividade e perda de talentos.
A Dra. Silvia
destaca que criar um ambiente seguro começa com a avaliação contínua dos
riscos, mapeando áreas críticas e definindo estratégias de prevenção. “Além
disso, é essencial oferecer equipamentos de proteção individual (EPIs) de
qualidade, acompanhados de orientações claras sobre seu uso correto, uma etapa
muitas vezes negligenciada, mas que fazem toda a diferença”.
Treinamentos
constantes também são fundamentais, desde a utilização dos EPIs até
procedimentos de emergência, como simulações de evacuação. A ergonomia deve ser
observada com atenção especial, por meio de blitz no ambiente de trabalho para
ajustar posturas, prevenir lesões e promover pausas adequadas. No caso de
manipulação de substâncias perigosas, o cuidado precisa ser redobrado, com
treinamento específico e sistemas de ventilação eficientes.
A saúde mental
dos colaboradores também exige uma abordagem ativa. “É essencial promover um
ambiente acolhedor, com treinamentos e ações que levem em conta as diferentes
percepções de como o trabalho impacta cada pessoa. A prevenção de riscos
psicossociais precisa fazer parte da estratégia de segurança ocupacional”,
reforça a especialista.
Para ela,
“Empresas que deixam de investir nessas práticas estão mais expostas a
afastamentos, processos trabalhistas, aumento de custos operacionais e até
perda de talentos. Embora os seguros não atuem diretamente na mitigação dos
riscos, podem ser uma ferramenta estratégica de suporte e proteção,
especialmente quando aliados a uma cultura organizacional voltada para o
bem-estar”.
Garantir um
ambiente saudável e seguro não é apenas uma exigência legal, mas uma escolha
inteligente. “Companhias que investem em segurança ocupacional constroem uma
cultura mais sólida, evitam prejuízos e promovem um ambiente mais produtivo,
engajado e humano”, finaliza.
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