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sábado, 1 de março de 2025

Tristeza ou algo mais sério? Como diferenciar baby blues da depressão

Psicóloga perinatal explica como identificar os sinais, quando buscar ajuda e por que a rede de apoio faz toda a diferença no pós-parto


O nascimento de um bebê traz uma enxurrada de emoções, e nem sempre elas são positivas. Entre as primeiras semanas e os primeiros meses do pós-parto, muitas mulheres passam por períodos de instabilidade emocional, que podem variar de uma leve melancolia até quadros mais graves de depressão. 

O chamado baby blues, que afeta até 80% das mães, costuma desaparecer sozinho, mas quando os sintomas persistem ou se agravam, pode se tratar de uma depressão pós-parto – condição séria que exige atenção e tratamento adequado. Rafaela Schiavo, psicóloga perinatal e fundadora do instituto MaterOnline, esclarece as diferenças entre os dois quadros e explica quando procurar ajuda profissional.


Sintomas do baby blues e depressão

De acordo com a psicóloga perinatal, o baby blues é uma reação emocional passageira logo após o parto, que não interfere nas atividades cotidianas, caracterizada por:

  • Choro fácil
  • Irritabilidade
  • Mudanças repentinas de humor

Esses sintomas geralmente desaparecem em até duas semanas.

Já a depressão é mais grave e pode durar por meses, e traz sintomas como:

  • Tristeza intensa e persistente
  • Cansaço extremo que não melhora com descanso
  • Dificuldade em criar vínculo com o bebê
  • Alterações no apetite (comer demais ou muito pouco)
  • Pensamentos negativos, como sentimentos de fracasso ou culpa


Quem está mais vulnerável?

Mulheres com histórico de depressão, complicações no parto, falta de apoio ou que passaram por traumas emocionais têm mais chances de desenvolver depressão pós-parto. Rafaela reforça que o acompanhamento psicológico pode ajudar a prevenir ou tratar precocemente. 


Quando buscar ajuda?

A psicóloga alerta que, se os sintomas do baby blues persistirem por mais de duas semanas ou se agravarem, pode ser um sinal de depressão. "Nesses casos, busque orientação de um psicólogo ou psiquiatra. O tratamento inclui psicoterapia e, em algumas situações, medicação. A participação da família também é importante na recuperação", alerta.

Segundo Rafaela, algumas mudanças na rotina fazem diferença na recuperação:

  • Peça ajuda. Tarefas do dia a dia podem parecer impossíveis, e isso é normal. Não hesite em acionar sua rede de apoio.
  • Reserve momentos para cuidar de você. Mesmo pequenos intervalos podem ajudar.
  • Evite comparações e padrões irreais de maternidade. Cada mãe tem uma experiência única.
  • Converse sobre os desafios emocionais durante a gravidez e o pós-parto. O diálogo aberto e o acompanhamento psicológico ajudam no preparo emocional dos desafios dessa fase.

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