Ele não aparece nos anúncios, nem sempre é lembrado pelo público, mas é uma peça-chave no funcionamento seguro e responsável de qualquer estabelecimento que lida com alimentos: o Responsável Técnico (RT).
Previsto por lei, esse profissional é o elo entre a operação,
a legislação sanitária e a saúde coletiva. Desde 2013, com a publicação da
Portaria CVS 5, a Vigilância Sanitária deixou claro: todo estabelecimento da
área de alimentos deve ter um RT habilitado. E essa exigência não é apenas
burocrática — é estratégica.
A especialista no assunto, Paula Eloize, que já formou mais
de quatro mil pessoas na área com a Food Smart Academy, explica: “O Responsável
Técnico não está ali apenas para cumprir tabela. Ele orienta, fiscaliza, educa,
previne e salva empresas de prejuízos enormes, tanto financeiros quanto de
imagem”, acrescenta.
Muito além da prancheta
Entre as atribuições do RT estão garantir que todos os
processos estejam em conformidade com as Boas Práticas de Manipulação,
capacitar equipes e supervisionar o dia a dia da produção e monitorar riscos.
Além disso, o profissional também deve notificar
irregularidades aos órgãos competentes, implementar programas como Manual de
Boas Práticas, POP, BPF, APPCC e PAC, reduzir desperdícios e otimizar recursos
com higienização e armazenamento adequados, atuar de forma integrada com a
vigilância sanitária local e minimizar riscos jurídicos, operacionais e
reputacionais.
“Em outras palavras: o RT não cuida apenas da comida — ele
cuida das pessoas, dos processos e da proteção da marca”, explica Paula Eloize.
Sobre os profissionais que podem trabalhar no cargo, estão nutricionistas,
farmacêuticos, engenheiros de alimentos, médicos veterinários, químicos e
profissionais de áreas correlatas, desde que reconhecidos e autorizados por seus
conselhos profissionais.
Por que o RH precisa olhar para isso?
A presença de um RT não só cumpre a legislação sanitária,
como também impacta diretamente na saúde organizacional. Ambientes alimentares
mal geridos podem gerar surtos, afastamentos em massa, processos trabalhistas e
danos à imagem da empresa.
“O RH moderno é estratégico, e a segurança dos alimentos faz
parte desse olhar. Contratar um RT não é só sobre comida, é sobre uma cultura
de cuidado”, conclui Paula Eloize.
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