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quinta-feira, 20 de março de 2025

O papel da alimentação na saúde bucal: saiba o que evitar e o que incluir no cardápio

No Dia Mundial da Saúde Bucal, especialista da GUM® explica o impacto da dieta na saúde bucal

 

Criado em 2007 para conscientizar a população, o Dia Mundial da Saúde Bucal destaca a importância dos cuidados com a saúde bucal. Estudos1 mostram que a falta de higiene bucal pode levar a diversas doenças e complicações, que também podem comprometer a saúde cardiovascular e metabólica. Além disso, a condição das gengivas está diretamente relacionada ao diabetes2.
 

Para manter a saúde bucal em dia, é necessário prestar atenção também aos alimentos que ingerimos. Segundo Dra. Brunna Bastos, da GUM®, mestre e cirurgiã-dentista pela Faculdade de Odontologia da USP, "em nossa boca, estão presentes diversas bactérias essenciais para o bom funcionamento da cavidade oral. Quando alimentadas com substâncias prejudiciais, como o açúcar, ocorre a produção de ácidos. Eles podem dissolver o esmalte dentário e, combinados com uma higiene bucal inadequada, favorecem o desenvolvimento de doenças bucais", afirma.
 

Por outro lado, existem alimentos que contribuem positivamente para a saúde bucal. Brunna destaca: “Alguns alimentos trazem diversos benefícios, como auxiliar na limpeza dos dentes e equilibrar o pH da boca.”

Confira a lista abaixo de alimentos recomendados pela Dra. Brunna que devem ser adicionados à dieta para melhorar a saúde bucal e aqueles que devem ser evitados ou consumidos com moderação:
 

Para incluir na dieta:

  1. Maçã – Fruto amplamente encontrado no Brasil, a maçã é fibrosa e auxilia na limpeza dental ao ser mordida. Ela também estimula o fluxo de saliva e ajuda a equilibrar o pH da cavidade bucal.
  2. Chia – Essa sementinha, que pode ser consumida em combinação com outros alimentos, contém minerais como cálcio, ômega 3 e ômega 6, que estimulam a mineralização dos dentes.
  3. Peixes – Surpreendentemente, peixes de água salgada e frutos do mar (como salmão, sardinha, linguado, atum, siris, lagostas e lula) contêm flúor, a mesma substância usada nos cremes dentais para fortalecer os dentes e prevenir cáries.
  4. Ovos – Assim como a chia, os ovos também são benéficos para a saúde bucal. Ricos em fósforo e proteínas, a gema dos ovos possui vitamina D, nutriente que auxilia na absorção de cálcio, essencial para os dentes e para a manutenção do esmalte dentário.
  5. Folhas escuras – Espinafre, couve e almeirão são ricos em fibras. Assim como a maçã, essas folhas promovem uma limpeza natural nos dentes, aumentam o fluxo de saliva e equilibram o pH bucal.

Para evitar ou consumir com moderação:

  1. Balas duras – Balas duras e açucaradas permanecem por mais tempo na boca, o açúcar gruda nos dentes e demora muito para dissolver, o que pode danificar o esmalte e prejudicar gengivas e dentes.
  2. Café – Sua alta concentração de pigmentos pode escurecer os dentes, o que pode causar desconforto estético.
  3. Castanhas duras – Podem quebrar o esmalte dentário e representar risco para usuários de implantes dentários, dentaduras e aparelhos ortodônticos.
  4. Alimentos ricos em carboidratos – Esses alimentos possuem amido, que fica preso nos dentes. Sem uma escovação adequada, aceleram o desenvolvimento de cáries.
  5. Alimentos ácidos – Alimentos como abacaxi, produtos derivados do tomate (molhos, ketchup), café, álcool (vinho) e alimentos altamente ácidos, se ingeridos frequentemente, podem causar corrosão nos dentes, resultando em sensibilidade e deformação dentária.

Com a dificuldade de evitar totalmente o consumo de alguns alimentos que podem prejudicar a saúde bucal, a recomendação da Dra. Brunna é apostar no cuidado durante e após a ingestão. “Durante a ingestão de alimentos ácidos, por exemplo, deve-se consumir em conjunto com água. Após a ingestão, o ideal é realizar uma boa limpeza, incluindo o uso de fio dental e escovação após 30 minutos, utilizando produtos eficazes”, finaliza. 

 



Referências

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde Bucal / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 92 p. (Cadernos de Atenção Básica, n. 17) (Série A. Normas e Manuais Técnicos). ISBN 85-334-1183-9.

2. Sanz M, Ceriello A, Buysschaert M, Chapple I, Demmer RT, Graziani F, Herrera D, Jepsen S, Lione L, Madianos P, Mathur M, Montanya E, Shapira L, Tonetti M, Vegh D. Scientific evidence on the links between periodontal diseases and diabetes: consensus report and guidelines of the joint workshop on periodontal diseases and diabetes by the International Diabetes Federation and the European Federation of Periodontology. Diabetes Res Clin Pract. 2018 Mar;137:231-241. Disponível em: Link

3. Moynihan, P. J., e Petersen, P. E. (2004). Diet, nutrition and the prevention of dental diseases. Public Health Nutrition, 7(1a), 201-226.

4. MAGALHÃES, Helena Isabel Couto. Efeitos do flúor na saúde humana. Porto: Universidade Fernando Pessoa, Faculdade de Ciências da Saúde, 2018.

5. TREMEA, G; PATUSSI, A. S.; CONDE, S. R. Relação entre o consumo de alimentos ácidos com a erosão dentária. Rev. Ciênc. Saúde, v. 18, n. 1, p. 32-36, 2016.


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