Projeto “Mãos que constroem, protegem”, do Instituto Liberta, Seconci-SP, SindusCon-SP e outros parceiros, percorrerá canteiros de obras para conscientizar os profissionais sobre formas de violência e danos causados às crianças e adolescentes
Uma
campanha do Instituto Liberta e SindusCon-SP, em parceria com o Seconci-SP (Serviço
Social da Construção) e outras entidades do setor da construção alerta, a
partir deste mês de março, os trabalhadores dos canteiros de obras sobre a
importância do combate à violência sexual infanto-juvenil.
A
iniciativa “Mãos que constroem, protegem” leva técnicos de segurança aos
canteiros para ministrar palestras aos profissionais sobre as formas de
violência sexual e os danos causados às crianças e adolescentes. A ideia também
é ensinar os trabalhadores sobre como identificar se uma criança está sendo
vítima de violência e denunciar esses casos às autoridades competentes.
Além
disso, psicólogos e psiquiatras do Seconci-SP darão apoio à campanha de forma
presencial, em todo o estado de São Paulo e por teleconsulta.
“Esta é
uma ação de cidadania de extrema importância. Como cidadãos, temos a
responsabilidade não somente de prestar assistência aos trabalhadores da
construção civil, mas também estender esse cuidado as famílias, alertando sobre
esse problema”, afirma a presidente do Seconci-SP e vice-presidente de
Responsabilidade Social do SindusCon-SP (Sindicato da Construção Civil do
Estado de São Paulo), Maristela Honda.
“A
denúncia é importante, mas não queremos recorde de denúncia, queremos um país
onde essa violência não aconteça”, diz Luciana Temer, presidente do Instituto
Liberta.
A
campanha “Mãos que constroem, protegem” começa por canteiros de obras na cidade
de São Paulo e na cidade de Bauru, no interior, e percorrerá todas as regiões
do estado.
Além do
Seconci-SP, SindusCon-SP e do Instituto Liberta, a iniciativa conta com o apoio
da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Secovi-SP, Sintracon-SP
(Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo),
Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) e Feticom-SP
(Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário do
Estado de São Paulo).
Dados do Hospital da Mulher
Em
2024, o Hospital da Mulher, unidade estadual sob gestão do Seconci-SP,
registrou um total de 5.053 notificações à vigilância de atendimentos a vítimas
de violência sexual realizados na unidade. Desses atendimentos, 3.147 foram em
crianças e adolescentes de 0 a 14 anos. Isso representa mais de 60% do total de
vítimas atendidas pela instituição.
De acordo com os dados fornecidos pelo hospital, os agressores tinham diferentes relações com as vítimas, mas, na maioria dos casos, os responsáveis pelos abusos eram familiares diretos, parentes ou amigos de um círculo próximo de convivência da família ou de suas relações habituais de vida.
O Hospital ressalta, nesse sentido, a importância da família conversar sobre o tema e de promover uma atmosfera de proteção. Quanto mais pessoas engajadas e conscientes dos riscos, menor o risco de violência.
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