"Conexão do Futuro - Tendências de Socialização em 2030" é um estudo da Sensorama Design sobre tendências de socialização digital que também destaca pontos de atenção e oportunidades que elas trazem para a economia
A facilidade de acesso e velocidade da internet
traz, cada vez mais, novas formas de interação humana no ambiente digital. O
estudo “Conexão do Futuro – Tendências de Socialização em 2030”, realizado pela
Sensorama Design, foca exatamente no entendimento dessas tendências de
socialização no Brasil que já caminham para se tornar realidade até o ano de
2030 e em como elas podem impactar a economia, as empresas e os negócios. Ele
começa apontando o cansaço frente ao excesso de estímulos e demandas e
concentra o futuro em três grandes fenômenos.
Compartilhar experiências
ganha um novo significado
Muito se fala sobre as “experiências”, um conceito
que no mundo do marketing e das love brands se tornou um mantra. E
compartilhá-las, pelo menos por enquanto, tem o significado de vivê-las em
companhia, valorizar momentos com quem realmente importa. Mas como isso será
possível num mundo cada vez mais individualista e acelerado?
No estudo, 58% dos entrevistados afirmaram que se
relacionam com amigos e parentes mais no ambiente digital do que pessoalmente,
com destaque para as atividades citadas para o lazer sem verbalizarem, em
nenhum momento, a necessidade de uma companhia, seja para ver séries, viajar ou
ir a shows e restaurantes.
Sendo assim, compartilhar experiências, ganha um
novo significado, que é utilizar os meios digitais para compartilhar o que
vivemos com outras pessoas. Compartilhar a informação com alguém ganha uma
posição tão importante quanto ter esse alguém por perto.
Amizades 100% digitais e 100%
genuínas
Não encontrar alguém pessoalmente perde a cada dia
sua importância na construção de relacionamentos genuínos e sólidos, talvez uma
transformação que caminha num ritmo um pouco mais lento que a mudança do
conceito de compartilhar experiências. Afinal, 65% dos entrevistados ainda
acreditam que o encontro presencial é condição para que uma amizade se
solidifique.
Um destaque nessa tendência de comportamento
apontada pelo estudo é que entre os entrevistados que se identificam como
gamers, 60% afirmam que durante as partidas online, mesmo com estranhos,
conversam sobre outros temas e questões pessoais sem relação com o jogo. Uma
nova geração de jovens e crianças que já considera normal criar amizades no
ambiente digital está chegando e ocupando seu espaço, mesmo que esse espaço
seja no metaverso.
Expressão de diferentes
identidades
O meio digital do futuro, assim como vimos acima,
possibilitando um leque muito maior de possíveis experiências e possíveis novos
amigos, também abre uma porta para que as pessoas possam expressar diferentes
identidades. As “modas” e “tendências” serão cada vez mais rápidas e diversas
e, tendo a oportunidade de sermos vários “eus”, todas elas poderão ser
experimentadas de alguma forma. Será como um grande jogo de videogame no qual,
a cada dia, podemos escolher diferentes skins e diferentes avatares.
Expressar diferentes identidades e conviver com
pessoas que as fazem pode parecer complexo, contudo, no futuro, é provável que
esse processo se normalize devido à crescente oferta de experiências altamente
imersivas. Entre as pessoas entrevistadas, 26,1% afirmaram que seu maior
interesse em vivenciar o metaverso é mergulhar em ambientes virtuais, enquanto para
24,2% o que mais se destaca é a possibilidade de criar outra realidade para si.
Um sinal no qual já percebemos isso é a velocidade
com que a nova geração muda de emprego e tenta diferentes áreas e setores. Esse
fenômeno viabiliza uma reinvenção da própria identidade e iniciar novos
relacionamentos sem confrontar o passado. A cada novo círculo social, é
possível começar do zero sem que isso seja problemático.
Empresas devem se preparar
para essas transformações
Do ponto de vista empresarial, entender como as
pessoas irão formar laços e interagir a partir de hoje e no futuro é
fundamental para compreensão dos rumos que o consumo deve tomar. É
imprescindível se preparar para as mudanças comportamentais do público e assim
oferecer produtos e serviços que atenda novas demandas e necessidades.
O estudo traçou exemplos de oportunidades que essas
mudanças comportamentais proporcionam (e podem ser úteis) aos negócios, entre
elas:
- Criação
de comunidades em torno de produtos e serviços das empresas, o que fomenta
o consumo.
- Promoção
de espaços de interação que proporcionem imersão (experiências) onde as
pessoas entrem em contato com a marca, serviço ou produto, seja
individualmente ou em grupos.
- Utilizar
ambientes virtuais (como jogos online) para teste de novas iniciativas e
identificação de novos negócios e oportunidades.
“O objetivo dos estudos da Sensorama é sempre
encontrar eventuais oportunidades para empresas. Como estamos em constante
contato com diferentes mercados, conseguimos traçar paralelos entre eles, enxergando
oportunidades de inovação nos serviços e produtos que eles propõem”, afirma
Luisa Nogueira, sócia da Sensorama.
Metodologia
A metodologia para a realização do estudo focou em
três tópicos:
- Análise
de relatórios de tendências, portais de notícias, análises
comportamentais, perfis de mídias sociais e conteúdo relacionado a
inovação e tecnologia. O objetivo foi captar sinais de mudanças sociais
que poderiam ter impacto nos processos de socialização.
- Entrevistas
em profundidade com 25 indivíduos representando perfis extremos para
explorar as questões observadas durante a pesquisa documental para
compreender como esses perfis se socializam atualmente, o papel da
tecnologia nesse processo e para gerar hipóteses baseadas em padrões
identificados. As entrevistas incluíram jovens de até 24 anos, idosos,
pais de crianças em idade escolar, gamers, nômades digitais e indivíduos
com alto e baixo nível de socialização.
- O
questionário foi elaborado para validar algumas das hipóteses e
quantificar padrões identificados durante as entrevistas aprofundadas e a
pesquisa documental. O questionário foi composto por 31 questões cobrindo
conexões pessoais, uso de tecnologia e mídias sociais, trabalho,
comportamento social e digital das crianças, interação em jogos, pandemia,
metaverso e perspectivas futuras. Foi distribuído organicamente por meio
de plataformas de mídia social e promovido especificamente no Instagram.
Foram obtidas 676 respostas, abrangendo de forma proporcional os perfis
mencionados anteriormente.
A pesquisa examinou o comportamento dos brasileiros residentes e não residentes no país e dados secundários foram coletados de fontes brasileiras e internacionais para capturar uma gama mais ampla de sinais e referências.
www.sensoramadesign.com
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