Evento
internacional destaca crescimento alarmante de cibercrimes e aponta soluções
para combater ataques e vazamento de dados
A expressão da vez para o combate a riscos
cibernéticos parece ser "resiliência dinâmica", também conhecida
internacionalmente como "The New Resilience". O termo tem
ganhado destaque em debates no mundo todo, do setor de tecnologia
organizacional aos departamentos de Compliance. Durante o evento #RISK London,
realizado na capital britânica, a expressão foi utilizada dezenas de vezes
pelos mais de 200 especialistas em gestão de riscos.
No painel "Resiliência dinâmica: protegendo
empresas globais de riscos exponenciais em 2024", Natalie Sullo, Product
Strategy & Solutions Analyst da CLDigital, apontou que as empresas estão
enfrentando uma era de riscos sem precedentes, em que interrupções
cibernéticas, como ataques de ransomware e falhas em fornecedores,
impactam operações, receitas e a capacidade de gerenciar riscos de maneira
eficaz. "Estamos vendo setores inteiros, como finanças, saúde, energia e
serviços públicos, sendo afetados por incidentes que têm implicações profundas
para a continuidade dos negócios e para o desempenho financeiro",
enfatizou.
Ao discutir o futuro das práticas de governança,
risco e conformidade (GRC), Natalie ressaltou que os setores de energia e
serviços públicos são exemplos claros de como incidentes cibernéticos podem
ameaçar infraestruturas críticas, impactando diretamente a economia e a
sociedade como um todo. "Proteger esses sistemas essenciais requer, além
de tecnologia avançada, uma mudança cultural na forma como as empresas pensam
sobre riscos e resiliência", afirmou.
Com os danos globais causados por crimes
cibernéticos projetados para atingir US$ 8 trilhões em 2024, a necessidade de
estratégias robustas para mitigar esses riscos é mais urgente do que nunca. Ao
citar o termo "The New Resilience", que combina uma gestão de riscos
integrada, a avaliação contínua de fornecedores e estruturas ágeis de resposta
a incidentes, Natalie salienta os efeitos em cascata de possíveis interrupções
– desde o tempo de inatividade operacional até perdas financeiras substanciais
– e como enfrentá-los requer uma abordagem holística e proativa.
No Brasil, o cenário é ainda pior: quase seis em
cada 10 empresas brasileiras sofreram ataques cibernéticos que impediram o
acesso aos seus dados em 2023; a procura por seguros de Riscos
Cibernéticos cresceu 880% nos últimos cinco anos; o país é o quarto mais
prejudicado do mundo por cibercrimes, perdendo até R$ 16 bilhões anualmente.
Segundo um levantamento realizado pela NordVPN, mais de 2 bilhões de
informações confidenciais de brasileiros foram expostas na dark web ao
longo de 2023.
Para a diretora de Tecnologia da Tecnobank, Adriana
Saluceste, a resiliência dinâmica é mais do que uma proteção contra riscos
exponenciais. "Ela é um pilar estratégico para a sustentabilidade e o
crescimento das empresas. Em um ambiente onde as ameaças evoluem rapidamente, a
capacidade de adaptação, aliada à integração de novas tecnologias, torna a
resiliência dinâmica essencial. Somente as organizações que agem de forma
proativa e respondem com agilidade a esses desafios estão preparadas não apenas
para sobreviver, mas também para se destacar e crescer em um cenário de
constante transformação e incerteza", aponta. A especialista coloca a
segurança cibernética e a privacidade no topo das prioridades da empresa, que
trabalha com a transferência de dados entre Detrans e bancos no processo de
financiamento de veículos.
Para garantir a segurança, Adriana planeja uma
arquitetura tecnológica baseada nos melhores softwares e sistemas disponíveis, de
forma a assegurar que todos os processos estejam bem interligados para
proporcionar escalabilidade, eficiência e rapidez. A infraestrutura tecnológica
prevê mais de 15 serviços para garantir a mais alta segurança, garantindo à
empresa certificações preciosas, como a ISO 27001 e a ISO 27701.
O evento #RISK, que vai agora para Nova Iorque e,
em seguida, para Dubai, também trouxe à tona a necessidade de testes contínuos,
de uma gestão proativa dos fornecedores e do alinhamento da resiliência
operacional com os objetivos de GRC e de desempenho das empresas. "Essas
medidas são vistas como essenciais para proteger tanto os negócios quanto os
fluxos de receita das companhias em um ambiente cada vez mais volátil e
incerto", ressaltou Adriana.
#RISK London: um marco para a
gestão de riscos globais
Organizado pelo GRC World Forums, o evento #RISK
London rapidamente se consolidou como uma plataforma essencial para
profissionais de risco se conectarem, aprenderem e colaborarem. Em seu terceiro
ano, o evento atraiu especialistas de todo o mundo para discutir as mais
recentes tendências e melhores práticas em gestão de riscos. Com a expansão
para novos mercados, incluindo o recém-anunciado #RISK New York, o evento
promete levar adiante discussões fundamentais sobre mitigação de riscos e
estratégias de resiliência global.
Para as empresas que buscam não apenas sobreviver,
mas também prosperar em meio aos desafios de um cenário de risco exponencial,
os insights
compartilhados no evento são um chamado à ação. "É hora de adotar uma
abordagem dinâmica para a resiliência e preparar nossas organizações para a
próxima onda de interrupções globais", conclui Adriana, deixando claro que
as empresas que liderarem essa transformação estarão mais bem posicionadas para
enfrentar os riscos de hoje e do futuro.
Tecnobank
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