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terça-feira, 22 de outubro de 2024

Apneia do sono – o mal que ataca na calada da noite

A causa oculta de um diagnóstico de fibromialgia, hipertensão, depressãodores de cabeça frequentes e até diabetes pode ser uma condição peculiar que até há pouco tempo só era investigada entre um seleto público com  acesso a sofisticados exames da medicina diagnóstica. O nome dessa patologia original é Apneia Obstrutiva do Sono (AOS).

 

duas clínicas RD Odontologia, em Guarulhos, na Grande São Paulo, e Butantã, Zona Oeste da Capital, hoje são credenciadas da Biologix®, empresa que há quase 10 anos, trouxe uma tecnologia que vem revolucionando o diagnóstico, e por decorrência, o tratamento da AOS. Trata-se de uma polissonografia, recurso para diagnóstico da doença, que se resume a um compacto sensor sem fios e um aplicativo de smartphone para aferição dos dados coletados.

 

Ricardo Denser, especializado em odontologia, ortodontia e implantes odontológicos, com quase 30 anos de atuação clínica, já está usando o recurso em seus pacientes e fala das respostas em relação aos diagnósticos com entusiasmo: “A gente, com a experiência acumulada, identifica sinais da AOS rapidamente, nos pacientes. Primeiro que muitas vezes, o bruxismo, nome do comportamento involuntário onde o paciente “come” os próprios dentes enquanto dorme, provocando fraturas e desgastes nos dentes, pode estar associado à AOS”, descreve. “Até essa tecnologia ganhar escala, o exame de polissonografia demandava um esforço muito grande do paciente, pois além de dispendioso para boa parte da população é uma coisa que dá trabalho”.

 

Com a tecnologia da Biologix® associada a cuidados ortodônticos, é possível mitigar os efeitos da AOS e tratar as doenças adjacentes, que podem ser decorrentes da falta de uma oxigenação adequada do cérebro e por longos períodos, diariamente. “Quando implementamos esse recurso nas duas clínicas tive uma sensação de vitória, porque muitas vezes eu me sentia impotente diante de quadros graves de AOS, onde o paciente não tinha condições de vencer as barreiras econômicas de um diagnóstico assertivo. Hoje tenho uma ‘arma’ poderosa para cuidar dos meus pacientes”, comemora Denser. Após a anamnese e a investigação com a tecnologia Biologix®, a ortodontia entra em ação. Um aparelho ortodôntico será projetado para ajudar na desobstrução da respiração. Em alguns meses já será capaz de reverter a maioria dos casos de AOS, tudo monitorado pela tecnologia Biologix®.


 

O exame


Para o diagnóstico tradicional da AOS, o paciente teria de passar a noite em uma clínica especializada, onde instrumentos de polissonografia fazem o monitoramento da respiração desse paciente durante o período de sono. Dada a complexidade de um ambiente monitorado e de alta tecnologia, há de se convir que poucas pessoas, no Brasil, teriam condições de buscar um diagnóstico preciso em relação à AOS.


 

 Importância da qualidade do sono


A manifestação da AOS é insidiosa. Quando a pessoa dorme, questões adjacentes, como características fisiológicas orais, excesso de peso, má alimentação e até falta de exercícios físicos podem causar “micro” sufocamentos, interrupções da respiração, que levam a um sofrimento não perceptível conscientemente, já que a pessoa está em um estado de sonolência e não consegue chegar a um sono profundo.

 

Os efeitos desses episódios de falta de ar durante a noite são acumulativos no organismo, sendo que com a baixa oxigenação cerebral, associada ao estresse causado pela falta do ar súbita e momentânea, somada à impossibilidade de entrar em sono profundo, vão agindo durante o dia e literalmente, minando as energias e a saúde da pessoa, ainda que ela não tenha consciência disso.


 

Estudos e números


O sono reparador é fundamental para o bem-estar, e distúrbios do sono, como a AOS, podem agravar doenças. Estudos indicam que cerca de 1/3 da população apresenta AOS, com aproximadamente 50 milhões de brasileiros afetados, mas apenas 10-15% são diagnosticados. Cirurgiões dentistas, que passam muito tempo com os pacientes, podem ajudar a identificar casos de AOS ao incluir questões sobre sono na anamnese. O uso de oxímetros do sono facilita esse processo, medindo a saturação de oxigênio e a frequência cardíaca durante o sono, identificando quedas que possam indicar a presença da AOS.

 

Um dos rescaldos da pandemia foi a popularização do oxímetro, bem como sua utilização e informações sobre níveis de oxigenação cerebral. Hoje fica fácil explicar para a população em geral o que significa um diagnóstico de “baixa oxigenação”.

 

Uma pesquisa de 2019, mas que continua atual, da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET), em colaboração com a Academia Brasileira de Neurologia e o Conselho Regional de Medicina, traz dados alarmantes em relação a acidentes de trânsito causados por sonolência. “Pelos dados da pesquisa, cerca de  42% dos acidentes de trânsito acontecem porque algum motorista dormiu ao volante. Boa parte dessas ocorrências seguramente poderia ser evitada com o diagnóstico e tratamento da AOS”, conclui.

 

Ricardo Denser - coordenador Técnico da R D Odontologia, desde 1985 na área de Odontologia Clinica. Formado pela Universidade Paulista, é professor de Estética dental do Sindicato dos Odontologista de São Paulo (SOESP). Tem especialização em implantes odontológicos e em Ortodontia e Ortopedia dento-facial.


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