A causa oculta de um diagnóstico de fibromialgia, hipertensão, depressão, dores de cabeça frequentes e até diabetes pode ser uma condição peculiar que até há pouco tempo só era investigada entre um seleto público com acesso a sofisticados exames da medicina diagnóstica. O nome dessa patologia original é Apneia Obstrutiva do Sono (AOS).
duas
clínicas RD Odontologia, em Guarulhos, na Grande São Paulo, e Butantã, Zona
Oeste da Capital, hoje são credenciadas da Biologix®,
empresa que há quase 10 anos, trouxe uma tecnologia que vem revolucionando o
diagnóstico, e por decorrência, o tratamento da AOS. Trata-se de uma
polissonografia, recurso para diagnóstico da doença, que se resume a um
compacto sensor sem fios e um aplicativo de smartphone para aferição dos dados
coletados.
Ricardo
Denser, especializado em odontologia, ortodontia e implantes odontológicos, com
quase 30 anos de atuação clínica, já está usando o recurso em seus pacientes e
fala das respostas em relação aos diagnósticos com entusiasmo: “A gente, com a
experiência acumulada, identifica sinais da AOS rapidamente, nos pacientes.
Primeiro que muitas vezes, o bruxismo, nome do comportamento involuntário onde
o paciente “come” os próprios dentes enquanto dorme, provocando fraturas e
desgastes nos dentes, pode estar associado à AOS”, descreve. “Até essa
tecnologia ganhar escala, o exame de polissonografia demandava um esforço muito
grande do paciente, pois além de dispendioso para boa parte da população é uma
coisa que dá trabalho”.
Com
a tecnologia da Biologix® associada
a cuidados ortodônticos, é possível mitigar os efeitos da AOS e tratar as
doenças adjacentes, que podem ser decorrentes da falta de uma oxigenação
adequada do cérebro e por longos períodos, diariamente. “Quando implementamos
esse recurso nas duas clínicas tive uma sensação de vitória, porque muitas
vezes eu me sentia impotente diante de quadros graves de AOS, onde o paciente
não tinha condições de vencer as barreiras econômicas de um diagnóstico
assertivo. Hoje tenho uma ‘arma’ poderosa para cuidar dos meus pacientes”,
comemora Denser. Após a anamnese e a investigação com a tecnologia Biologix®,
a ortodontia entra em ação. Um aparelho ortodôntico será projetado para ajudar
na desobstrução da respiração. Em alguns meses já será capaz de reverter a
maioria dos casos de AOS, tudo monitorado pela tecnologia Biologix®.
O exame
Para
o diagnóstico tradicional da AOS, o paciente teria de passar a noite em uma
clínica especializada, onde instrumentos de polissonografia fazem o
monitoramento da respiração desse paciente durante o período de sono. Dada a
complexidade de um ambiente monitorado e de alta tecnologia, há de se convir
que poucas pessoas, no Brasil, teriam condições de buscar um diagnóstico
preciso em relação à AOS.
Importância
da qualidade do sono
A manifestação da AOS é insidiosa. Quando a pessoa dorme, questões adjacentes, como características fisiológicas orais, excesso de peso, má alimentação e até falta de exercícios físicos podem causar “micro” sufocamentos, interrupções da respiração, que levam a um sofrimento não perceptível conscientemente, já que a pessoa está em um estado de sonolência e não consegue chegar a um sono profundo.
Os
efeitos desses episódios de falta de ar durante a noite são acumulativos no
organismo, sendo que com a baixa oxigenação cerebral, associada ao estresse
causado pela falta do ar súbita e momentânea, somada à impossibilidade de
entrar em sono profundo, vão agindo durante o dia e literalmente, minando as
energias e a saúde da pessoa, ainda que ela não tenha consciência disso.
Estudos e números
O
sono reparador é fundamental para o bem-estar, e distúrbios do sono, como a
AOS, podem agravar doenças. Estudos indicam que cerca de 1/3 da população
apresenta AOS, com aproximadamente 50 milhões de brasileiros afetados, mas
apenas 10-15% são diagnosticados. Cirurgiões dentistas, que passam muito tempo
com os pacientes, podem ajudar a identificar casos de AOS ao incluir questões
sobre sono na anamnese. O uso de oxímetros do sono facilita esse processo,
medindo a saturação de oxigênio e a frequência cardíaca durante o sono,
identificando quedas que possam indicar a presença da AOS.
Um
dos rescaldos da pandemia foi a popularização do oxímetro, bem como sua
utilização e informações sobre níveis de oxigenação cerebral. Hoje fica fácil
explicar para a população em geral o que significa um diagnóstico de “baixa
oxigenação”.
Uma
pesquisa de 2019, mas que continua atual, da Associação Brasileira de Medicina
de Tráfego (ABRAMET), em colaboração com a Academia Brasileira de Neurologia e
o Conselho Regional de Medicina, traz dados alarmantes em relação a acidentes
de trânsito causados por sonolência. “Pelos dados da pesquisa, cerca de
42% dos acidentes de trânsito acontecem porque algum motorista dormiu ao
volante. Boa parte dessas ocorrências seguramente poderia ser evitada com o
diagnóstico e tratamento da AOS”, conclui.
Ricardo Denser - coordenador Técnico
da R D Odontologia, desde 1985 na área de Odontologia Clinica. Formado
pela Universidade Paulista, é professor de Estética dental do Sindicato
dos Odontologista de São Paulo (SOESP). Tem especialização em implantes
odontológicos e em Ortodontia e Ortopedia dento-facial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário