Créditos: Marcelo Camargo Agência Brasil – 24/08/2024 |
Descubra
os passos essenciais para proteger e socorrer animais feridos por incêndios florestais
O Brasil vem enfrentando um aumento significativo no número de queimadas, especialmente em regiões como a Amazônia, o Pantanal e o Cerrado. A combinação de condições climáticas mais quentes e secas, somada à interferência humana tem provocado incêndios de grandes proporções, causando uma destruição em massa que afeta gravemente a fauna e a flora locais.
Segundo informações divulgadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o país já registrou cerca de 159.411 focos de incêndio desde o início do ano, o dobro da quantidade registrada no ano anterior. Com os focos de incêndio espalhados por todo o país, a população precisa estar preparada para agir corretamente ao se deparar com animais vítimas das queimadas, ajudando a preservar a vida selvagem e minimizando o sofrimento dos que são atingidos.
Por isso, é fundamental que, ao
encontrar esses animais, a população tenha consciência de que eles fazem parte
de um ecossistema fragilizado, e sua recuperação contribui para a saúde
ambiental da região. Segundo Myrian Iser, professora de Medicina Veterinária do
Centro Universitário Newton Paiva, “muitas espécies afetadas por incêndios
desempenham papéis importantes no equilíbrio da natureza, como controle de
pragas e dispersão de sementes.”
Confira algumas dicas essenciais para
ajudar os animais nesse momento:
Avaliar a situação:
ao encontrar um animal vítima de uma queimada, primeiramente avalie a situação
com calma, analisando os perigos do ambiente para sua saúde, como fumaça e
chamas. Também é importante lembrar que, devido ao estresse e à dor, o animal
pode estar mais agressivo ou confuso. Mantenha uma distância segura e evite
qualquer tentativa de manusear o animal diretamente, especialmente se ele estiver
ferido. A sua segurança é prioridade, e lidar com animais selvagens exige
cuidados especializados.
Acionar autoridades:
o segundo passo é acionar imediatamente autoridades competentes, como o Corpo
de Bombeiros, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) e a Polícia Ambiental. No Brasil, existem diversas ONGs e
instituições voltadas à preservação ambiental que atuam no resgate de animais
feridos em incêndios florestais. “Informe com precisão o local onde o animal
foi encontrado e, se possível, forneça detalhes sobre o estado dele para que o
resgate seja mais eficiente”, destaca a especialista.
Água:
enquanto aguarda a chegada do resgate, é possível tentar oferecer água ao
animal, se ele estiver acessível e sem sinais de agressividade. Animais
atingidos por queimadas geralmente estão desidratados, e oferecer água pode
ajudá-los a se recuperar parcialmente até que o socorro chegue. Utilize
recipientes limpos e evite qualquer contato direto, para não agravar a situação
ou gerar mais estresse.
Aguardar:
em situações em que o animal apresenta queimaduras visíveis, mesmo com o
impulso de ajudar de forma imediata, é essencial resistir e não aplicar
remédios ou substâncias improvisadas sobre as feridas. “Quando vemos um animal
sofrendo, pensamos rapidamente no que podemos fazer para ajudar a aliviar a
dor, mas uma ação inadequada pode agravar a lesão e causar infecções. Por isso,
por mais difícil que seja, o ideal é esperar que os veterinários especializados
façam a avaliação para fornecer o tratamento correto”, explica Myrian.
Transporte: outra orientação importante é evitar deslocar o animal sem especialistas, a menos que ele esteja em um local de grande risco, como uma área com focos de incêndio ativo. O transporte inadequado pode piorar as lesões e colocar em risco não só a vida do animal, mas também da pessoa que está ajudando. Caso seja necessário movê-lo, utilize materiais como panos ou lonas, sempre priorizando a segurança de todos os envolvidos.
As recentes queimadas no Brasil são um
lembrete da urgência de medidas de prevenção e educação ambiental. O impacto
dos incêndios florestais é devastador não apenas para a fauna, mas também para
a flora e as comunidades locais. “Ações individuais, como a denúncia de focos
de incêndio, o descarte correto de lixo e a conscientização sobre os riscos do
fogo descontrolado, podem ajudar a reduzir a frequência e a gravidade desses
eventos”, conclui Myrian.
Nenhum comentário:
Postar um comentário