Com certeza,
muitos responderão que sim, mexer no celular contribui para o aumento da
ansiedade. E isso foi comprovado através de um relatório feito pelo Instituto
Cactus e AtlasIntel, chamado “Panorama da Saúde Mental”. A pesquisa, feita com
3.266 pessoas, no final de 2023, apontou que, dos 36,9% dos brasileiros que
passam 3 horas ou mais por dia nas redes sociais, 43,5% possuem diagnóstico de
ansiedade. Brasileiros em idade acima de 16 anos e em sua grande maioria, mulheres.
Limitar o tempo de
uso do celular e das redes sociais é fundamental para o equilíbrio emocional e
o controle de sintomas indesejáveis, como a ansiedade. O consumo excessivo das
redes, sem dúvida, vai impactar negativamente na saúde mental e pode provocar
gatilhos que gerem problemas de autoimagem, diminuição da autoestima, menor
interação presencial com as pessoas, estimulando a fobia social, maior
exposição a Fake News e Cyberbullying, Nomofobia (medo de não estar conectado),
alterações do sistema mental de recompensas, entre vários outros prejuízos à
vida do indivíduo.
É sabido também
que muitas pessoas com depressão buscam as redes sociais como um sentido de
fuga da realidade. Para evitar contato com o outro ou mesmo a necessidade de
ter que expressar o que sente. Pontos cruciais na contribuição do aumento da
ansiedade em níveis fora do normal. Por isso, é necessário uma mudança
comportamental, em relação ao uso de celulares e consumo das redes sociais. Não
importa a idade ou o gênero, o uso excessivo estimula doenças emocionais e
também físico que, se não tratadas a tempo, podem ser irreversíveis.
Fazer pausas
constantes e periódicas durante o uso de redes, é uma das medidas mais
assertivas e que traz resultados rápidos, apresentando diminuição da ansiedade,
controle da depressão, redução da baixa autoestima e melhor conscientização da
imagem corporal. Além disso, o sentimento de desaceleração é um dos pilares
para essa melhora significativa.
Portanto, devemos estar sempre atentos ao tempo que designamos para estar frente ao celular, aos eletrônicos e as redes sociais. É necessário desligar-se, fazer pausas e ocupar o tempo com atividades simples e prazerosas, para diminuir e evitar a dependência, provocada pelas alterações cerebrais que impulsionam o uso da internet, impactando negativamente no bem estar físico e psicológico do ser humano. Substituir as telas por um livro físico, uma boa conversa com amigos, filhos e familiares, aplicar a calma e paciência para saborear e degustar um alimento, apreciando cada nota de sabor, ouvir uma boa música relaxante, deitar e se permitir não fazer nada ou fazer uma atividade física prazerosa, são algumas das dicas que podem salvar dias e ajudar, positivamente, as mudanças comportamentais. Além claro, de facilitar e promover relações pessoais, profissionais, íntimas e acadêmicas, mais leves e tranquilas, uma vez que a ansiedade ou qualquer outro desconforto emocional, está fora do páreo.
Andrea Ladislau - doutora em Psicanalise Contemporânea, Neuropsicóloga. Graduada em Letras - Português/ Inglês, Pós graduada em Psicopedagogia e Inclusão Digital, Administração de Empresas Administração Hospitalar. É palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos veículos. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional de pessoas do Brasil inteiro.
Instagram: @dra.andrealadislau
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