Hospital Pequeno Príncipe chama atenção
sobre os impactos da exposição aos poluentes e os cuidados com o público
infanto-juvenilCrédito: Wynitow Butenas
Cerca de 40 milhões de crianças e adolescentes estão expostos a mais de um risco ambiental no país, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A poluição do ar – que impacta 24,8 milhões de pessoas até 18 anos – está diretamente ligada às mudanças climáticas. No Brasil, o cenário é agravado pelas queimadas e secas. Devido à situação alarmante, o Hospital Pequeno Príncipe chama atenção sobre os impactos da exposição aos poluentes e os cuidados com a saúde do público infantojuvenil.
A pneumologista pediátrica Raísa Elena Tavares Pinheiro, do Hospital Pequeno Príncipe, pontua como a exposição precoce à poluição do ar pode afetar o desenvolvimento pulmonar em curto, médio e longo prazo. “No decorrer da vida, já há associações entre essa exposição e evolução de patologias pulmonares por faixa etária. Por exemplo, prematuridade e a doença pulmonar crônica ao nascimento; asma, queda da função pulmonar, alergia e infecções respiratórias na infância; e doença pulmonar obstrutiva crônica na fase adulta”, esclarece.
O aparelho respiratório humano é projetado para receber ar puro e limpo. Mas, em razão da industrialização e poluição urbana, as pessoas estão constantemente expostas à inalação de poluentes. O nariz desempenha um papel crucial como a primeira barreira de defesa contra esses agentes. Para isso, utiliza pelos nasais e muco para capturar e eliminar partículas nocivas e encaminhá-las para o aparelho digestivo, onde são neutralizadas.
No entanto, frente ao aumento da poluição ambiental, esses mecanismos
de defesa se tornam insuficientes, especialmente em crianças.
Os poluentes variam em composição e podem incluir partículas ultrafinas, que
transportam componentes tóxicos, além de vírus e bactérias presentes, para
dentro do organismo. E isso impacta a saúde de diferentes formas.
Impacto da poluição do ar na saúde das crianças
Em
crianças, a exposição a poluentes em altas concentrações e/ou por longos
períodos pode afetar:
- cérebro,
causando atrasos no desenvolvimento, problemas de comportamento e até
mesmo de desenvolvimento intelectual;
- pulmões,
que não se desenvolvem completamente, com a piora de pneumopatias
crônicas, como fibrose
cística;
- sistema
imunológico, que fica fragilizado;
- infecções
respiratórias, como asma, bronquite e pneumonia,
que já são comuns em crianças, ficam mais severas e frequentes.
Dicas para proteger a saúde
A
poluição do ar é um fator de risco prevenível e modificável
para doenças pulmonares. Nesse sentido, inclui ações ambientais relacionadas à
comunidade e à saúde pública. Entre elas, tráfego veicular, exposição a
queimadas e incêndios e emissões industriais. Além disso, medidas individuais
nas residências, como exposição passiva ao tabaco e emissões por fornos, aquecedores ou lareiras.
No dia a dia, os pais e cuidadores podem adotar iniciativas simples de cuidados para amenizar os impactos da poluição do ar na saúde das crianças, como:
- incentivar a hidratação
com água em vários momentos ao dia;
- controlar o ambiente de odores, poeira, fumaça, tabaco e outras
emissões;
- utilizar umidificadores, que precisam ser limpos diariamente para
não acumular mofo. Ou usar toalhas molhadas e bacias com água;
- realizar a umidificação nasal, seja por meio de nebulizações ou
lavagem nasal com soro fisiológico, ao menos uma vez ao dia, mesmo sem
sintomas;
- para reduzir a inalação de partículas finas, em locais próximos aos
focos de queimadas, o Ministério da Saúde indica as máscaras de modelos
respiradores tipo N95, PFF2 ou P100. Além disso, permanecer, se possível,
dentro de casa, em local ventilado, com ar-condicionado ou purificadores
de ar;
- por fim, quem tiver contato direto com áreas próximas às queimadas
deve procurar atendimento caso apresente sintomas como falta de ar, chiado
no peito, tontura e dor de cabeça.
Pneumologia
do Hospital Pequeno Príncipe
Nenhum comentário:
Postar um comentário