Hidratação da pele, ingestão de muita água e
banhos mornos estão entre orientações para os dias mais secos
As
queimadas e o tempo seco, comuns em várias regiões durante períodos de
estiagem, podem ter impactos significativos para a saúde. Esses fatores
combinam a poluição gerada pela fumaça e a falta de umidade do ar, criando um
ambiente prejudicial para o corpo, especialmente para o seu maior órgão: a
pele.
A
fumaça das queimadas contém partículas finas, gases tóxicos e agentes químicos
que, em contato com a pele, podem desencadear irritações, alergias e processos
inflamatórios. Neste caso, o ressecamento acentuado do ar impacta na hidratação
natural da pele, deixando-a mais propensa às descamações, favorecendo o
envelhecimento e o surgimento de rugas.
Além
disso, o clima seco também pode acentuar condições pré-existentes, a exemplo
das dermatites, asma e rinites.
A
Dra. Silvana Osorio,
dermatologista e proprietária da Casa Glow Up, alerta sobre a
importância de cuidar da saúde em dias de temperaturas elevadas e tempo seco,
bem como adotar medidas para evitar o ressecamento da pele. Entre elas estão:
Hidratação
A
pele é uma das primeiras a sofrer com a desidratação. Em climas secos, a
situação tende a se acentuar. O consumo de líquidos ajuda a manter a hidratação
da pele de dentro para fora. “O primeiro ponto é hidratação oral,
bastante água. Em torno de 2 a 3 litros por dia, além de chás e outros
líquidos, principalmente os chás naturais com propriedades antioxidantes, que
proporcionam a nutrição”, explica a médica.
Evitar banhos longos e quentes e atritos na pele
Banhos
muito quentes costumam prejudicar a pele, especialmente quando o ar está com
baixa umidade, pois a água em alta temperatura remove a camada natural de
proteção da pele, deixando-a mais sensível ao ressecamento.
Nestes
casos, é recomendável tomar banho com água morna ou fria e evitar muito tempo
embaixo do chuveiro. “Costumo indicar um banho por dia, se for mais de um,
indico sabonete somente nas axilas, região genital, mãos e pés, explica a Dra.
Silvana. A médica ainda chama atenção especial para os cuidados com as crianças
por causa da hipersensibilidade da pele.
No
caso dos sabonetes é indicado o uso dos mais cremosos e evitar realizar
esfoliações. “A pele leva em torno 15 a 20 dias para se renovar (toda a
estratificação que ela tem), então, se a pessoa esfolia a pele diariamente, com
vários banhos e ainda usa bucha todos os dias, a pele não dá conta de se
renovar e obter toda a estratificação que ela tem e isso vai causar irritações
e dermatites”, revela a especialista.
Outra
dica importante é em relação ao uso das toalhas. É preciso evitar o atrito
excessivo da pele, então o recomendável é secar o corpo com uma toalha macia e
apenas encostar no corpo para secar.
Usar de hidratantes faciais e corporais
A
baixa umidade do ar contribui para a perda acelerada de água através da pele.
Nessa situação, os hidratantes desempenham um papel fundamental ao criar uma
barreira protetora que ajuda a reter a umidade e restaurar a hidratação
natural.
Segundo
a Dra. Silvana, “o uso de hidratantes faciais e corporais, mesmo em peles
oleosas é recomendado. Alguns ativos são mais interessantes, principalmente os
que vão promover nutrição, tais como produtos à base de ceramidas, óleos de
origem vegetal (óleo de macadâmia, de semente e uva e de amêndoas, que
contribuem para umidificação e emoliência para a pele)”.
Além
disso, são indicados ativos como manteiga de karité, quem tem o poder alto de
hidratação, e, no caso dos hidratantes, preferencialmente, os que apresentam
uma consistência bem cremosa. Também são indicados os sabonetes em óleo,
(sabonetes específicos que não removem a barreira de proteção da pele), sem
causar irritação.
No
corpo, os danos causados pelo clima seco podem ser visíveis em áreas como
cotovelos, rosto, joelhos e mãos e o uso diário desses produtos pode manter a
pele macia, hidratada e protegida.
Usar protetor solar
Em
dias de clima seco, o uso do protetor solar torna-se ainda mais crucial para a
saúde. Embora muitas pessoas associem a necessidade de proteção solar a dias
ensolarados e quentes, os raios ultravioletas (UV) continuam prejudiciais mesmo
em períodos de baixa umidade. Nessa condição, a pele já está mais fragilizada
devido à perda de água e a menor produção de óleos naturais, tornando-se ainda
mais vulnerável aos danos causados pela exposição solar.
“A tendência em tomar sol no tempo seco é queimar com mais facilidade e gerar mais manchas. Até mesmo uma evolução para o câncer de pele, porque a barreira de pele está diminuída e com isso facilita o dano à célula”, revela a Dra. Silvana.
Dra. Silvana Osorio - Médica dermatologista, natural de Porto Alegre (RS). Mudou-se para o Rio de Janeiro em 2006, onde se especializou em dermatologia. Especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Possui mais de 20 anos de carreira e reside há 8 anos na cidade de Goiânia. Proprietária da clínica boutique Casa Glow Up. https://www.instagram.com/drasilvanaosorio/
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