Assumir a liderança de uma empresa não é uma responsabilidade simples, tampouco, algo possível de ser comandado, com êxito, por todos. Ocupar um posto de C-Level requer protagonismo frente a uma série de situações cotidianas da empresa, assim como visão estratégia e muitas outras habilidades indispensáveis. O problema, contudo, é que muitos dos próximos profissionais nessa “linha de sucessão”, membros da Geração Z, já evidenciaram que não almejam tal crescimento, o que traz o questionamento de quem será o C-Level do futuro.
Independente do setor de atuação, aqueles que
ocupam essa cadeira necessitam aplicar uma capacidade de entendimento do
negócio muito aprofundada, compreendendo duas dores, fraquezas, pontos fortes e
oportunidades para explorar as melhores estratégias perante o crescimento e
destaque competitivo. Junto a isso, há, ainda, um forte compromisso em recrutar
e engajar times qualificados, garantindo que trabalhem juntos rumo à conquista
dos objetivos esperados.
Por mais que sejam responsabilidades de extrema
importância e peso perante o sucesso das operações, esse costumava ser um sonho
altamente desejado por muitos profissionais mais seniores. Já hoje, muitos
talentos mais jovens não mostram o mesmo desejo de chegar a esse topo, dando
preferência para outras oportunidades e características em uma vaga que façam
mais sentido conforte suas expectativas e ambições de carreira.
Segundo dados divulgados pela CoderPad, 36% dos
zillennials não têm a intenção de assumir esses postos gerenciais em uma
empresa, alegando serem posições com alta carga de comprometimento, carga
horária extensa, e de tomadas de decisões que podem acarretar erros sérios para
os processos internos. Todas, questões que, aliadas ao tempo demorado para
construir essa jornada e conquistar essas vagas, diminuem o interesse de muitos
desses talentos.
Em substituição a essa ambição, é muito comum ver
diversos membros dessa geração optando por assumir cargos de CEOs em startups,
como exemplo, por oferecem, pelo menos, teoricamente, um crescimento profissional
mais acelerado em empresas que tendem a ter uma cultura mais dinâmica e
interativa.
A agilidade nas atividades é uma característica
bastante desejadas por esses profissionais, em decorrência, dentre tantos
fatores, pela maior praticidade e velocidade deste mundo altamente tecnológico
no qual vivemos – algo que, por mais que traga seus pontos positivos perante um
maior e melhor desempenho e produtividade, também pode acarretar riscos
operacionais. O atalho, nem sempre, é a melhor opção.
Há uma preocupação nítida em quem será o C-Level do
futuro, se considerarmos essa mudança de preferências dos profissionais mais
novos. Porém, por mais que haja essa discrepância em termos de expectativas em
uma oportunidade de carreira, as empresas ainda terão que ter alguém assumindo
essas posições de liderança e gerência. Se não, todo o mercado entraria em
colapso, considerando a hipotética situação em que nenhum dos talentos mais
jovens se identificariam ou almejariam ter essas responsabilidades.
O que os empreendimentos devem focar, no momento, é
em considerar estratégias de atração e retenção desses profissionais,
pressupondo os desafios nesse sentido para que consigam se conectar com as
novas gerações que estão chegando e preenchendo, cada vez mais, os ambientes
corporativos. Uma mudança complexa em termos de cultura e processos, mas
essencial para que as empresas não sintam um impacto brusco em quem assumirá
essas cadeiras.
Prezem pela empatia em compreender as expectativas
desses membros, suas visões, realidades e desejos em uma oportunidade. Em
conjunto, cuidem para que haja uma forte integração com os outros profissionais
mais seniores – afinal, cada um sempre terá muito o que aprender com o outro, e
é preciso que haja essa união entre todos perante esforços conjuntos rumo ao
crescimento corporativo.
O mercado sempre terá um ciclo de renovação natural
de seus C-Levels, assim como de todos os integrantes de cada empresa. Ao invés
de se preocupar diante de uma nova geração com ambições bastante diferentes das
anteriores, busque enxergar oportunidades de adaptação para que esses jovens se
sintam reconhecidos e motivados a integrar a equipe, se adaptando, à medida do
possível, para que tragam novas visões internamente. No final, mentes e olhares
diferentes, juntas, são mais fortes.
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