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quarta-feira, 17 de julho de 2024

Hepatite na manicure: conheça os cuidados para cliente e profissional

Vírus das hepatites B e C podem ser transmitidos pelas mãos entre profissional e cliente e ainda mais por utensílios compartilhados mal esterilizados

 

Se tem um hábito instaurado entre a maioria das brasileiras é o ritual de fazer as unhas toda semana. Dos salões mais sofisticados, aos de bairro e sem deixar de fora as manicures a domicílio, todas as modalidades podem oferecer o risco de transmissão do vírus das hepatites B e C, caso o rigor do uso de materiais descartáveis e/ou estéreis não seja cumprido. 

Há mais de uma década, uma enfermeira que cursava mestrado centrou sua pesquisa no dado curioso de que muitas das pacientes com hepatite que atendia trabalhavam no ramo da beleza. Em sua pesquisa de campo, ela visitou diversos salões e examinou manicures em São Paulo (SP) e constatou que 10% delas testaram positivo para Hepatite B ou C. Desde a descoberta, a necessidade de medidas de sanitização e higiene repercutiram com mais força pelos salões da cidade. 

Mesmo assim, ainda hoje, observa-se uma falha no cuidado ideal para a saúde da profissional e da cliente, deixando aberta essa brecha de contágio. É por isso que a Dra. Patricia Almeida, Hepatologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Doutora pela Universidade de São Paulo (USP), volta a chamar atenção para esta pauta. "O sangue contaminado que pode estar presente em alicates de unhas e em outros utensílios utilizados na manicure/pedicure pode contaminar a própria profissional ou a cliente seguinte", detalha a médica. 

Para impedir esse perigo, a Doutora recomenda que essas profissionais sigam um protocolo de higiene e de procedimento, que inclui: 

  • Esterilizar os alicates, espátulas e outros instrumentos de metal em aparelhos de autoclave;
  • Usar luvas nos atendimentos;
  • Lavar as mãos antes e depois de cada procedimento;
  • Não reutilizar lixas de unha, lixas de esfoliação dos pés e palitos de madeira;
  • Trocar revestimentos plásticos e lavar as bacias de pés e mãos antes de cada cliente;
  • Utilizar toalhas limpas a cada cliente.

 

Desfazendo mitos no cuidado com os materiais 

Especialista no tratamento da hepatite, a Dra. Patricia observa que ainda pode acontecer de estabelecimentos que trabalham com unha e podologia acreditarem que é possível esterilizar os materiais usando um forno convencional em vez da autoclave. "Fornos não esterilizam metais. A profissional deve seguir corretamente as instruções do manual do equipamento de esterilização. No caso da estufa, deve-se mantê-la fechada durante todo o processo, ou seja, o material deve permanecer por uma hora a 170º C (observar a temperatura recomendada no termômetro longo do bulbo)", especifica a médica. 

Antes da esterilização ser feita como descrito acima, é preciso lavar os instrumentos utilizados em água corrente, com escova plástica de limpeza e detergente líquido, usando luvas de borracha. Depois disso, secar o material com toalha limpa ou descartável e colocar cada instrumento na embalagem apropriada para esterilização, detalha a Dra. Patricia. 

"Infelizmente, é bem complicado que a cliente tenha a segurança de uma esterilização adequada. Logo, a orientação mais correta é que cada uma tenha seu próprio 'kit', contendo alicate, espátula, lixa, palito e toalha", recomenda a hepatologista.

 

Dra. Patricia Almeida - CRM SP 159821. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (2010). Residência Médica em Clínica Médica no Hospital Geral Dr César Cals em Fortaleza-CE- (2011-12). Residência em Gastroenterologia no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo-(USP RP) (2013/15). Aprimoramento em Hepatologia no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP RP)- (2016). Aprimoramento em Transplante de fígado no Hospital das clínicas da Universidade de São Paulo (USP RP) (2017). Observership no Jackson Memorial Hospital em Miami/EUA 2017. Doutorado em Hepatologia no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Título de Especialista em Gastroenterologia pela FBG Título em Hepatologia pela SBH. Hepatologista do Hospital Israelita Albert Einstein.


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