Professora de Medicina da Universidade Veiga de Almeida explica quais são as alergias mais comuns, o que as difere de gripes e resfriados e como diagnosticar
No dia 8 de julho é celebrado o Dia Mundial da Alergia como forma de conscientizar
a população sobre a doença, uma resposta do sistema imunológico contra diversas
substâncias que entram em contato com o organismo. Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), cerca de 35% da população possui algum tipo de alergia.
As reações podem aparecer em alguma época específica da vida ou desde o
nascimento, e durante o inverno é comum vermos um aumento do número de pessoas
doentes.
Renata
Kuschnir, professora de Medicina da Universidade Veiga de Almeida (UVA) e médica
alergista, explica quais são as alergias mais comuns, as diferenças para
quadros de gripe e resfriado, como diagnosticar, os fatores de risco e as
estratégias de prevenção de crises alérgicas.
De
acordo com Renata, além do próprio frio ser um gatilho para algumas crises de
asma ou uma piora do quadro respiratório, é durante os períodos mais frios que
as pessoas costumam ficar mais dentro de casa ou em lugares mais fechados, além
de utilizar roupas que estavam há mais tempo guardadas. Com isso, acabam
entrando em contato com os ácaros, os grandes vilões da alergia respiratória.
As
condições alérgicas podem levar a quadros leves, moderados e graves, e segundo
a professora da UVA, as alergias mais comuns relacionadas à mudança de clima
são as respiratórias. “Rinite alérgica e asma são as que a vemos de forma mais
comum, mas há algumas pessoas que têm, por exemplo, alergia na pele, como
dermatite atópica, e também podem ter uma piora com o clima mais frio”,
explica.
Renata
afirma que a diferenciação entre doenças como gripe, resfriado e quadros
alérgicos é um desafio para os médicos, por conta da semelhança de sintomas. “O
quadro inicial de uma crise de rinite conta com espirros e obstrução nasal, e é
muito parecido com o de um resfriado ou gripe. A alergia, entretanto, não dá
febre. Portanto, se o paciente tem esse sintoma, já sabemos que o quadro não é
puramente alérgico – provavelmente há algum quadro inflamatório, infeccioso. Um
paciente com rinite alérgica tem coceira no nariz e nos olhos, espirro,
obstrução nasal etc. Não é comum ter dor de garganta forte, uma prostração
significativa, ou uma dificuldade de sentir cheiro súbita”, esclarece a
especialista.
O
diagnóstico das alergias é feito a partir de um exame físico, acompanhado de
uma anamnese, entrevista realizada pelo profissional de saúde com o paciente,
com o objetivo de buscar uma história clínica bem detalhada, além de exames
complementares que ajudam a definir o tipo de alergia.
Renata
dá algumas dicas para evitar alergias respiratórias no período de frio. “A
primeira coisa que devemos fazer é cuidar do ambiente onde a pessoa alérgica
passa maior parte do tempo. Evitar acúmulo de poeira, evitar bichinhos de
pelúcia, livros, cobertores que acumulem poeira. Outra sugestão é trocar a
roupa de cama com frequência, que concentra grande volume de ácaros, e utilizar
capa antialérgica”, completa.
A
professora também alerta para a importância de seguir o tratamento recomendado
durante todo o inverno, período em que há uma piora significativa dos sintomas.
“É importante manter o tratamento durante toda a estação de frio. Algumas
pessoas têm que usar medicamentos únicos, exclusivamente nesse período do ano.
É necessário avaliar sempre com o seu médico e evitar os fatores que
desencadeiam os processos alérgicos”, finaliza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário