Nova categoria de suplementos
alimentares pode auxiliar na digestão do glúten, trazendo mais liberdade
alimentar para pessoas com intolerância à essa proteína
A intolerância ao glúten ou sensibilidade ao glúten não celíaca
(SGNC) é uma condição que tem se tornado cada vez mais frequente na população
brasileira. Estima-se que aproximadamente 5% da população brasileira é afetada
por essa condição, que pode causar desconfortos gastrointestinais e danos ao
intestino devido à dificuldade do organismo em digerir esse tipo de composto
encontrado em diversos alimentos à base de trigo, cevada e centeio.
“Como o glúten está presente em muitos alimentos, especialmente na
base da dieta brasileira, é desafiador seguir uma alimentação completamente
isenta do composto. E mesmo com uma dieta restrita, ainda existe o risco de
ingestão não intencional”, explica Dra. Mirela Yunes, consultora médica da
União Química.
Especialistas também apontam¹ que pacientes com SGNC têm uma flora
intestinal diferente da população em geral, com menor proporção de lactobacilos
e bifidobactérias (bactérias do bem) e um supercrescimento de bactérias ruins
no intestino delgado.
Intolerância, alergia ou doença celíaca?
O glúten é um complexo proteico encontrado em diversos grãos e
responsável pelo formato, resistência e textura de pães e outros produtos. Por
ser uma proteína rica no aminoácido prolina, se torna um composto de difícil
digestão pelo organismo humano, que em alguns casos não consegue quebrá-lo com
eficiência, resultando na sensibilidade não celíaca ao glúten (SNCG).
Essa dificuldade na digestão do glúten, pode ocasionar uma série
de desconfortos gastrointestinais como diarreias, dores, inchaço abdominal,
náuseas e dificuldade na absorção de nutrientes, que são os sintomas mais
incômodos entre aqueles acometidos pela condição. Das poucas opções para
contornar o problema, os pacientes encontram saída na restrição alimentar e
mudanças de hábitos a longo prazo, uma vez que não existe cura para essa
intolerância. A nível mundial, os casos são mais comuns em mulheres.
Já a doença celíaca é uma condição
crônica e autoimune, que provoca o ataque do organismo a ele mesmo, afeta
milhões de pessoas no mundo. Causada por uma reação adversa ao glúten, tem
predisposição genética. Basicamente, os celíacos não metabolizam a proteína, o
que causa uma reação inflamatória severa na mucosa intestinal. Ao longo do
tempo, pode trazer complicações mais sérias, como anemia, osteoporose e
enxaqueca.
A alergia ao trigo representa outro
tipo de reação imunológica adversa às proteínas contidas no trigo e nos cereais
relacionados, com diferentes apresentações clínicas, dependendo da via de
exposição.¹ Nos casos de alergia ao trigo, algumas pessoas não possuem
problemas com o glúten em si, mas têm uma reação alergênica ao trigo. Nesse
caso, a reação é bem semelhante aos demais quadros desse tipo como a presença
de irritação na pele e, até mesmo, falta de ar. A pessoa com alergia ao trigo
pode consumir produtos com glúten, desde que sejam feitos com cereais
diferentes.
A sensibilidade ao glúten ocorre
quando a doença celíaca e alergia ao trigo foram descartadas em investigação
médica, e se apresenta em sintomas de desconforto gastrointestinal.
A multinacional União Química, uma das maiores indústrias farmacêuticas
brasileiras, lançou o primeiro suplemento de seu portfólio que é específico
para casos de sensibilidade ao glúten não celíaco, o Zeroglut, composto pela
enzima protease, que funciona como uma ajudante na digestão desses alimentos.
Referências
¹ Resid Pediatr. 2022;12(3):1-7 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-569
Link
Nenhum comentário:
Postar um comentário