O especialista também fala como é fixado a pensão alimentícia em caso de desemprego ou trabalho informal
Não é de hoje que uma série de mães solos reclamam que os
pais de seus filhos descumprem o acordo feito por eles e, após consultar um
advogado, descobre que sequer tem condições de cobrar esse valor judicialmente.
Especializado em direito de família, o advogado Daniel
Romano Hajaj esclarece que muitas vezes, o pai, para não ter a obrigação legal
de pagar a pensão, utiliza de inúmeros argumentos, inclusive o financeiro, para
convencer a mãe a “firmar um acordo de boca”.
“O grande problema é que o acordo de boca não é
reconhecido e muito menos admitido pelo Poder Judiciário. Ele não existe aos
olhos do juiz”, esclarece o especialista.
Hajaj ressalta que nos primeiros meses, o pai honra com
sua palavra, mas após o primeiro aperto financeiro, por não ter obrigação, uma
decisão ou acordo judicial que determine o pagamento da pensão, ele deixará de
efetuar o pagamento, acarretando todo o ônus financeiro à mãe.
“Porém, além do acordo de boca não ser reconhecido pelo
Poder Judiciário, existem prejuízos ainda maiores ao filho, que muitas vezes, a
mãe não tem nem ideia.”, enfatiza o advogado.
O advogado pontua que com a fixação ou acordo judicial, o
pai terá dia e valor certo para pagamento da pensão. "E trabalhando ele
sob o regime CLT, ou seja, sendo registrado, a pensão será descontada
diretamente no salário do pai", acrescenta.
E não é apenas o percentual do salário estabelecido pelo
juiz que o filho tem direito. "Além do desconto na pensão no salário do
pai”, enfatiza o advogado, “será descontada ainda a pensão sobre outros
rendimentos que ele tem, como férias, décimo terceiro, horas extras, FGTS,
auxílios disponibilizados pela empresa e participação nos lucros e resultados
(PLR)", explica Daniel.
“E, a cereja do bolo, é que o percentual da pensão também
incide sobre a indenização trabalhista, inclusive as que são recebidas em ações
trabalhistas”, salienta o advogado Daniel Romano.
Mas e no caso de desemprego ou emprego informal?
“Nesse caso, a pensão será fixada com base no salário mínimo vigente à época do pagamento, de acordo com Romano. "O que não pode, é o pai se isentar do pagamento da pensão por estar desempregado”, pondera o advogado Daniel Romano.
O advogado Daniel Romano ressalta que com a fixação da pensão em acordo ou decisão judicial, a mãe terá condições de promover a cobrança judicial dessa, inclusive com o pedido de prisão pai, o que não seria possível se a pensão não for submetida à apreciação do Poder Judiciário.
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