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quarta-feira, 17 de julho de 2024

A produtividade tóxica nas empresas é uma grande armadilha

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43% dos líderes de empresas estão explorando novas tecnologias para aumentar a produtividade e a eficiência, diz levantamento do Slack

 

No universo empresarial, a busca incessante pela eficiência e produtividade tem sido impulsionada pela adoção massiva de tecnologias inovadoras. Seja por meio da automação de processos, análise de dados em tempo real ou a inteligência artificial, empresas de todos os tamanhos têm investido intensamente em soluções tecnológicas para otimizar suas operações. No entanto, é vital reconhecer os efeitos adversos que essa cultura de produtividade tóxica pode ter sobre os colaboradores das empresas. 

Conforme um levantamento realizado pelo Slack, plataforma de comunicação de equipe baseada em nuvem, 43% dos líderes de pequenas empresas estão explorando novas tecnologias para aumentar a produtividade e a eficiência. Entretanto, essa busca incessante por eficiência muitas vezes ocorre em detrimento da saúde mental dos colaboradores. 

Para a psicanalista e Presidente do Ipefem (Instituto de Pesquisa de Estudos do Feminino), Ana Tomazelli, “o nosso cérebro não foi feito para suportar a velocidade que vivemos e estamos constantemente bombardeando nossos sentidos com informações aceleradas, levando a uma perda da sensibilidade e à exaustão mental”, comenta Ana. "Pequenas ações para acelerar demandas do dia-a-dia, como assistir aulas, ouvir áudios, vídeos e até mesmo assistir filmes em modo mais rápido faz com que a gente perca nuances cruciais, privando-nos de uma compreensão verdadeira e profunda das mensagens que recebemos através desses meios", completa . 

Diante desse cenário, as empresas são instadas a repensar suas abordagens em relação à produtividade e comunicação. Iniciativas que promovem a conscientização sobre saúde mental, oferecem recursos de apoio e incentivam uma cultura de trabalho equilibrada são fundamentais para garantir o bem-estar de seus colaboradores. 

“Estamos abrindo mão de muitas coisas devido a essa produtividade tóxica. Ela é uma armadilha perigosa” adverte Tomazelli. “Muitos estão caindo nessa armadilha sem perceber os danos que estão impondo a si mesmos.”  

“Nós, como sociedade, precisamos desacelerar em muitos momentos de nossas vidas. É hora de reconhecer que nossa saúde mental é um ativo valioso que não pode ser sacrificado em prol da produtividade no longo prazo” enfatiza a psicanalista.   

Diante desse apelo à reflexão, é fundamental que empresas e profissionais se unam para promover um ambiente de trabalho mais saudável, onde o cuidado com a saúde mental seja uma prioridade indiscutível. Em um mundo que nunca vai parar, é importante lembrar que nossa saúde mental não pode ser outra coisa, senão, uma prioridade.

 


Instituto de Pesquisa de Estudos do Feminino e das Existências Múltiplas – Ipefem
https://ipefem.org.br/


Ana Tomazelli - psicanalista e CEO do Ipefem (Instituto de Pesquisas & Estudos do Feminino e das Existências Múltiplas), uma ONG de educação em saúde mental para mulheres no mercado de trabalho. Mentora de Carreiras, Executiva em Recursos Humanos, por mais de 20 anos, liderou reestruturações de RH dentro e fora do país. Com passagens pelas startups Scooto e B2Mamy, além de empresas tradicionais e consolidadas como UHG-Amil, Solera Holdings, KPMG e DASA (Diagnósticos da América S/A). Mestranda em Ciências da Religião pela PUC-SP e membro do grupo de pesquisa RELAPSO (Religião, Laço Social e Psicanálise) da Universidade de São Paulo, também é pós-graduada em Recursos Humanos pela FIA-USP e em Negócios pelo IBMEC-RJ. Formada em Jornalismo pela Laureate - Anhembi Morumbi.
Linkedin/anatomazellibr
Instagram @ipefem


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