Levantamento de odontopediatria da
Odontoprev revela crescimento do público infantil em clínicas odontológicas.
Para especialista, hábitos de alimentação saudáveis e conscientização são os primeiros
passos para combater o problema
A saúde bucal é vital desde os primeiros momentos de vida. Não
somente porque pode prevenir uma série de problemas futuros como cáries e
inflamações, mas também porque é nessa fase que alguns hábitos saudáveis precisam
ser incentivados. Para destacar este tema e auxiliar a encontrar respostas
importantes que possam ser úteis para a sociedade, a Odontoprev, líder em
planos odontológicos na América Latina, realizou uma pesquisa contemplando
todas as regiões do Brasil.
A pesquisa, feita com base em cerca de 13 mil beneficiários,
constatou que nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, cerca de 70% dos
atendimentos são classificados como preventivos. Já no Norte e Nordeste, esse
índice cai para 60% e 55%, respectivamente. “Ou seja, há maior incidência de
tratamentos curativos nessas duas regiões do País”, explica Felipe Pinho
Carneiro, Superintendente Clínico Operacional da Odontoprev.
O estudo também teve como objetivo avaliar se houve um aumento na
demanda por procedimentos infantis e quais foram mais aplicados em cada faixa
etária. “Buscamos com essa análise entender se as crianças têm melhorado ou
piorado sua rotina de escovação e cuidado bucal. Essa pesquisa também nos
ajudará a saber de maneira mais aprofundada se há diferença entre as principais
regiões do Brasil”, detalha Felipe.
Comportamentos
variam de acordo com faixa etária
Do zero aos seis anos os procedimentos padrão aumentaram 83%, o
que representa que o público infantil tem ido cada vez mais cedo ao dentista, principalmente
para aplicação de selante em sulcos dentários, composto por material resinoso e
aplicado sobre os dentes, protegendo-os das cáries, além do cariostático,
líquido aplicado sobre lesão de cárie inicial que interrompe sua continuidade.
Nessa faixa etária foi observado, ainda, um aumento dos tratamentos curativos,
saindo de 3,7%, em 2022, para 8,6%, em 2023.
Em paralelo, as análises também apontam que as cáries são o
principal problema desta faixa etária. Mesmo levando em consideração que a
cronologia de erupção dos dentes de leite começa antes do primeiro ano de vida,
dos 8 aos 12 meses, e se completa antes dos três anos, entre os 23 e os 33
meses, é muito comum a existência de cárie neste grupo, justamente pela
dificuldade de higienização e colaboração da criança, bem como hábitos
alimentares que favorecem seu aparecimento.
Dos sete aos 12 anos, o estudo destaca o crescimento de 8% na ida
ao dentista. Selantes em sulcos dentários lidera o ranking, seguido pela
exodontia de decíduos, que é a remoção dos dentes de leite – serviços que se
mantiveram estáveis. O número de tratamentos curativos também registrou aumento
de 35% em 2022 e 39% em 2023.
“Há uma complexidade na exatidão sobre os motivos que levam a esse
aumento nas consultas e ida ao consultório. Entretanto, muito provavelmente
esse crescimento está sendo estimulado pela má escovação e falta de
conscientização da importância da saúde bucal, somado a uma dieta rica em
carboidratos, por exemplo”, comenta o executivo.
Hábitos de alimentação saudável e conscientização são os
primeiros passos para combater o problema
O consumo excessivo de açúcar, falta de higienização correta e de
acompanhamento preventivo com especialistas são as principais causas para o
crescente problema na saúde bucal infantil, que pode comprometer, inclusive, os
estudos das crianças. Afinal, com desconforto e doenças bucais, é comum que
alunos não queiram frequentar as aulas ou desenvolvam problemas de
concentração, comprometendo significativamente o aprendizado.
Para o dentista e consultor científico da Odontoprev, Dr. Emerson
Nakao, é fundamental que haja um esforço coletivo para melhorar a saúde bucal
das crianças. “A informação é uma poderosa aliada na luta contra os problemas
bucais infantis. Quando a comunidade e os familiares se envolvem, oferecendo
suporte contínuo e promovendo bons hábitos, conseguimos prevenir muitas
complicações e garantir um desenvolvimento saudável para as crianças”,
ressalta.
Dr. Nakao também enfatiza a importância de uma educação contínua
sobre práticas de uma alimentação saudável associada às de higiene bucal desde
cedo, antes do nascimento do bebê, uma ação que envolva os pais, no que é
chamado de pré-natal odontológico. A saúde bucal da mãe influencia na saúde
geral do bebê, como mostram estudos científicos. Segundo ele, a necessidade de
políticas públicas facilita o acesso a cuidados odontológicos, especialmente
para famílias de baixa renda. “A combinação de educação, prevenção e acesso a
tratamentos é a chave para combater o problema de maneira eficaz e duradoura”,
conclui o especialista.
Odontoprev
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