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A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a miopia uma das prioridades globais em saúde ocular. A agência prevê que, até 2050, esse distúrbio visual irá atingir metade da população mundial, ou seja, cerca de 4,7 bilhões de pessoas. Destas, 938 milhões (10% da população mundial) terão alta miopia (maior que 5 graus), a qual é fator de risco para a perda da visão, pois pode gerar complicações oculares como rasgos, degeneração e descolamento da retina, edema na mácula (porção central da retina), catarata e glaucoma. As estimativas da OMS para o Brasil apontam que, até 2040, haverá um aumento de 84.8% no número de pessoas com alta miopia, passando de 6,6 milhões para 12,2 milhões.
Entre a população asiática, a prevalência da miopia é tão alta que alcança proporções epidêmicas, atingindo de 72% a 81% dos estudantes da escola secundária (11 a 17 anos). Destes casos, 10% poderão dar origem à alta miopia. Na Europa, o índice é menor mas, ainda assim, preocupante: 20 a 30% dos indivíduos na mesma faixa etária são afetados. “Estamos à beira de uma pandemia refratária”, alerta o oftalmopediatra Eduardo Silva, diretor do Centro de Responsabilidade Integrada (CRI) de Oftalmologia Pediátrica do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, em Portugal.
“Temos observado um início cada vez mais precoce da miopia, o que implica
um risco significativamente maior de desenvolver alta miopia”,
afirma Marcela Barreira, oftalmopediatra pela UNIFESP e neuroftalmologista pela
USP. “Para evitar esse desfecho, é necessário identificar o erro refrativo na
infância, em seus primeiros estágios. Assim, podem ser empregados recursos
terapêuticos que visam desacelerar o seu avanço”, adverte a médica. Silva
concorda e ressalta que a detecção precoce depende da conscientização dos pais.
“A maioria desconhece a importância de gerir o problema para evitar
complicações futuras”, lamenta.
A miopia é um problema nos olhos que causa dificuldade para enxergar de longe. Uma das origens desse distúrbio visual é o formato do globo ocular, que é mais longo do que o comum e, com isso, os raios de luz são absorvidos antes de chegar na retina. Esse alongamento é chamado de crescimento axial.
A causa da miopia é, em sua maioria, genética. Mas o estilo de
vida também contribui para seu surgimento e, até mesmo, para acelerar a sua
progressão. Hoje, as crianças passam menos tempo em ambientes abertos. Isso é
prejudicial porque as atividades externas estimulam a visão à distância. Além
disso, a luz solar auxilia a produção de dopamina, hormônio que ajuda a
controlar o crescimento axial do olho.
Por outro lado, crianças utilizam, cada vez mais cedo e por mais
tempo, dispositivos eletrônicos como tablets e celulares. O uso excessivo de
telas próximas aos olhos demanda muito de nossa visão de perto, deixando a de
longe sem uso. Além disso, é cientificamente comprovado que a luz azul desses
aparelhos é tóxica para a retina.
Tecnologia de ponta no combate à alta miopia
Entre os tratamentos para combater o aumento exponencial da alta
miopia em crianças e adolescentes, destacam-se as lentes
ZEISS MyoCare, que utilizam tecnologia de ponta
para desacelerar o avanço da doença. Desenvolvidas pela ZEISS, empresa
alemã que é líder mundial em soluções voltadas à saúde ocular, as lentes são
resultado de 10 anos de pesquisa. “Trata-se de uma nova geração de lentes com alta
tecnologia embarcada que gerencia a progressão da miopia. Para
chegar a essa solução, a ZEISS criou e testou vários protótipos em conjunto com
o Wenzhou Medical University Eye Hospital, na China, um dos mais
avançados centros de pesquisa em oftalmologia do mundo”, conta Paula Queiroz,
diretora de marketing da ZEISS Vision no Brasil. “O resultado foi um portfólio
com duas lentes, pensadas para acompanhar as alterações na anatomia
facial da criança conforme o crescimento, como o tamanho e
distância entre as pupilas. Recomendamos a ZEISS MyoCare, para a faixa de 6 a
10 anos, e a ZEISS MyoCare S, para 10 a 17 anos. Somos a
única empresa no mercado com lentes específicas para cada faixa etária”,
explica.
Resultados preliminares de um ensaio clínico com 232
crianças entre 7 e 12 anos, em andamento no Wenzhou Medical University Eye
Hospital, revelaram controle do alongamento (crescimento axial) do olho, um
dos fatores responsáveis pelo surgimento e crescimento da miopia. Dentre as crianças que fizeram uso das
lentes ZEISS Myocare, 16% não apresentaram crescimento axial do olho. Entre as
crianças que utilizaram lentes corretivas convencionais, esse índice foi de
apenas 7%. “Temos o compromisso de colher cada vez mais evidências científicas
da efetividade das lentes ZEISS MyoCare. Por isso, elas estão passando por uma
avaliação abrangente, com testes clínicos realizados em conjunto com renomadas
instituições de pesquisa na Europa e China”, destaca Paula Queiroz. Os resultados
mais recentes de tais estudos foram apresentados
no encontro anual da Association for Research in Vision and Ophthalmology,
em maio de 2024.
Investimento na ciência
Diante da necessidade de elaboração de um método para prever a alta miopia e simular sua progressão futura, bem como de aprofundar os conhecimentos sobre o comportamento refrativo ocular em crianças caucasianas, a ZEISS decidiu investir na ciência. Em 2014, associou-se à LIFE Child, pesquisa global que monitora a saúde ocular em crianças, e à Universidade de Leipzig, na Alemanha, para observar, ao longo de 10 anos, o desenvolvimento refrativo em 1965 pessoas de 3 a 16 anos de idade.
Essa pesquisa foi uma das bases para o desenvolvimento das lentes
ZEISS MyoCare, que visam a contenção do alongamento do olho em crianças de 6 a
17 anos com propensão à alta miopia. Esse é mais um diferencial da ZEISS em relação à
concorrência: as lentes ZEISS MyoCare possuem tecnologia fundamentada não
somente em estudos com crianças orientais, mas também com ocidentais.
Como funcionam as lentes ZEISS MyoCare
A tecnologia C.A.R.E.®
(Cylindrical Annular Refractive Elements ou, em português, Elementos Refrativos
Anulares Cilíndricos), desenvolvida pela ZEISS, alterna zonas de desfoque
(embaçamento) e foco (visão nítida). Na superfície frontal da lente, existem
microestruturas que formam padrões semelhantes a anéis, os quais promovem o
embaçamento. A correção da miopia se dá na zona central e nas regiões entre os
anéis. “Essa configuração expõe a retina, simultaneamente, a planos focais
competitivos. A desfocagem envia um sinal de ‘pare’ à retina, que reduz a
probabilidade de o olho sofrer crescimento não fisiológico e, dessa forma,
retarda a progressão da miopia. Ao mesmo tempo, as áreas livres de anéis
corrigem a miopia e permitem a visão nítida”, explica Eduardo Silva.
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