Pesquisa realizada durante o 2º Fórum Econômico da CCBC mostra que participantes acreditam que acordo vai impulsionar negócios
Pesquisa realizada durante o 2º Fórum Econômico da
CCBC (Câmara de Comércio Brasil-Canadá) mostrou que 89% dos participantes
acreditam que a conclusão do Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e o
Canadá vai influenciar seus negócios. Em relação às expectativas para a
assinatura do Acordo, mais da metade dos entrevistados (51%) estão otimistas
com a conclusão das negociações. Para 38%, o acordo não deverá sair do papel
nos próximos anos.
O Acordo Mercosul-Canadá foi um dos temas abordados
durante o evento, realizado no dia 11 de junho de forma presencial e on-line, e
contou a presença de mais de 150 pessoas, a maioria empresários com negócios no
Canadá e interessados em estabelecer relações comerciais com o país, o 10º
maior destino das exportações do Brasil.
A importância da sua concretização foi destacada
por Constanza Negri Biasutti, gerente de Comércio e Integração
Internacional na Confederação Nacional da Indústria (CNI), durante o painel
“Comércio Bilateral: oportunidades e desafios”. Segundo ela, essa parceria
comercial é particularmente relevante para a indústria brasileira, que vem
perdendo participação no PIB (Produto Interno Bruto) e nas exportações de forma
mais acentuada do que ocorre em outros países.
“Cálculos feitos pela CNI mostram que o acesso às
exportações globais saltaria de uma fatia de 8% para 11% com a finalização do
Acordo Mercosul-Canadá”, informou. Outro levantamento importante que dá a
dimensão da importância dessa relação comercial é o de que para cada R$ 1
bilhão exportado pelo Brasil ao Canadá, são gerados 20 mil empregos. “Esse
número não difere muito dos empregos gerados quando olhamos as exportações para
a União Europeia”, comparou.
Numa visão otimista, Constanza enfatizou que há um
claro interesse da indústria e grande expectativa para que as negociações
avancem e o acordo saia finalmente do papel. “Gostaríamos de entender um pouco
mais sobre o que setor privado brasileiro, em articulação com o setor privado do
Canadá, pode fazer para acelerar essas negociações e, com isso, explorar novos
potenciais”, disse.
Investimentos e economia
De acordo com a pesquisa, o estímulo aos
investimentos nas negociações do Acordo deve ser prioridade para 66% dos
entrevistados, atrás da abertura aos produtos do agronegócio com a revisão de
cotas de exportação (17%).
O levantamento também captou as percepções sobre as
principais barreiras que prejudicam o crescimento dos negócios internacionais.
Nesse caso, 39% citaram as instabilidades políticas e econômicas. Para 22%, o
maior entrave é a insegurança jurídica, seguida da carga tributária, apontada
por 17% dos respondentes.
Sobre as expectativas em relação à economia
brasileira, 47% dos entrevistados vislumbram reações positivas nos próximos
meses, ante 37% que responderam estar pessimistas. Para 17%, não haverá
melhora, nem piora.
Presente ao evento, o economista e ex-presidente do
Insper, Marcos Lisboa, traçou um panorama da economia brasileira ao longo dos
anos, historicamente marcado por quedas e altas do PIB (Produto Interno Bruto).
“O setor privado não se atenta para a alta volatilidade da economia brasileira
e, com isso, olha o investimento com foco no retorno médio e não cuida do risco
de cauda”, disse.
Câmara de Comércio Brasil-Canadá - CCBC
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