O machismo estrutural permeia todas as esferas da sociedade, deixando marcas profundas e perpetuando desigualdades de gênero. Esse sistema de crenças e práticas sociais tem um impacto significativo na diversidade, limitando as oportunidades e experiencias de mulheres e pessoas de gêneros não binários.
Em
primeiro lugar, o machismo estrutural afeta a representação e participação das
mulheres em diversos setores, como política, ciência, tecnologia e negócios. As
barreiras invisíveis impostas pelo machismo dificultam o acesso das mulheres a
cargos de liderança e tomada de decisão, resultando em uma falta de diversidade
de perspectivas e abordagens nos espaços de poder.
Um
estudo do DataSenado mostra um aumento na percepção de desrespeito à mulher no
ambiente de trabalho do que em outros lugares, a porcentagem subiu de 17% para
25% em 2023. Já a pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) e o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), “Profissionais liberais
lésbicas no mercado de trabalho brasileiro”, 60% das mulheres já sofreram algum
tipo de discriminação no trabalho por conta da sua orientação sexual, e,
também, cerca de 40% presenciaram algum tipo de assédio sexual ou moral.
Além
disso, o machismo estrutural contribui para a disparidades salariais entre
gêneros, com mulheres ganhando menos do que os homens em trabalhos similares,
ou até mesmo iguais. Essa desigualdade econômica não apenas impacta o bem-estar
financeiro das mulheres, mas também perpetua o ciclo de pobreza e dependência
econômica.
No
campo da saúde, o machismo estrutural se reflete em políticas e práticas que
desvalorizam a saúde reprodutiva e mental das mulheres, além de dificultar o
acesso a serviços de saúde adequados. Isso resulta em lacunas na prestação de
cuidados e na marginalização de saúdes específicas das mulheres.
Na
cultura e na mídia, o machismo estrutural se manifesta através da objetificação
e esteriotipação das mulheres, reforçando padrões de beleza irreais e papeis de
gênero tradicional. Isso não apenas limita a expressão individual, mas também
perpetua normas prejudiciais de comportamento e relacionamento.
No
campo da violência, o machismo estrutural se reflete na cultura da violência
contra a mulher e na cultura do estupro. A violência contra a mulher não
causa somente danos físicos e psicológicos, mas também cria uma situação de
medo e insegurança que impacta toda a sociedade.
Segundo
o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 10.655 mulheres foram assassinadas entre
2015 e 2023, o levantamento só leva em conta os casos que foram registrados
oficialmente pela polícia, ou seja, os números podem ser muito maiores. Além
disso, o país registrou um recorde lamentável de 1.463 vítimas de feminicídio
em 2023, representando uma taxa de 1,4 mulheres mortas para cada grupo de 100
mil habitantes.
Esta
mesma cultura que normaliza e justifica a violência contra a mulher pode se
tornar pior, uma vez que surge a violência sexual. Isso se reflete em atitudes
de culpabilização da vítima, minimização do impacto do estupro e impunidade
para os agressores, criando um ambiente hostil e perigos para as mulheres em
todos os lugares.
Quando
combatemos o machismo estrutural estamos contribuindo para a construção de uma
sociedade mais justa e igualitária. Isso porque esses dois conceitos estão
intrinsicamente ligados: a igualdade de gênero somente pode ser alcançada
quando reconhecemos e confrontamos as estruturas de poder que perpetuam a
desigualdade, e a diversidade é essencial para garantir que todas as vozes
sejam ouvidas e consideradas.
Além
disso, a promoção da diversidade não beneficia apenas as mulheres, mas a
sociedade como um todo. Empresas e organizações mais diversas são mais
inovadoras, criativas e produtivas. Da mesma forma, comunidades diversificadas
tendem a ser mais resilientes e adaptáveis as mudanças. Portanto,
investir na promoção da diversidade não é apenas uma questão de justiça social,
mas também uma estratégia inteligente para o crescimento e desenvolvimento sustentável.
No
entanto, é importante ressaltar que o combate ao machismo estrutural e a
promoção da diversidade não são uma tarefa fácil. Exigem o esforço coletivo e
contínuo de todas as partes da sociedade, desde governos e instituições, até
indivíduos em suas interações. Isso requer a implementação de políticas e
práticas que promovam a igualdade de gênero e a inclusão. Isso inclui a adoção
de quotas de gênero, a implementação de programas de conscientização e
treinamento, a criação espaços seguros e inclusivos para mulheres e pessoas da
comunidade LGBTQIAPN+.
Concluindo,
a importância do combate ao machismo estrutural e a promoção da diversidade não
pode ser subestimada. São dois pilares fundamentais para a construção de uma
sociedade mais justa, igualitária e inclusiva. Somente através do
reconhecimento e confronto das estruturas de poder que perpetuam a desigualdade
de gênero e da valorização da diversidade em todas as formas, poderemos
alcançar uma sociedade onde todos possam viver com dignidade e respeito.
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