Neuroplasticidade
expande os limites humanos: Pessoas com sérias lesões cerebrais que, por meio
de estimulação dirigida e específica, conseguem superar obstáculos cognitivos e
físicos antes considerados insuperáveis. Kjpargeter/Freepik
O tema neuroplasticidade vem ganhando espaço de
destaque na mídia à medida que também se tornam mais visíveis os casos de pessoas
com sérias lesões cerebrais que, por meio de estimulação dirigida e específica,
conseguem superar obstáculos cognitivos e físicos antes considerados
insuperáveis.
O avanço científico nas áreas das neurociências,
psicologia e psiquiatria e até da inteligência artificial vem possibilitando um
salto quase quântico das terapias de recuperação dessas lesões.
No entanto, a neuroplasticidade não serve apenas
para a superação de limitações físico-mentais causadas por acidentes ou
doenças. Cada vez mais ela vem sendo estudada para ser aplicada na superação de
limites cognitivos e motores de pessoas já com alto rendimento.
Centros acadêmicos e científicos mundialmente
renomados vêm intensamente apresentando estudos e resultados surpreendentes, e
o Brasil não fica atrás. Um exemplo disso, é a Universidade Tiradentes (Unit),
de Sergipe, cujo curso de pós-graduação em neuropsicologia tem como foco o
estudo do papel da neuroplasticidade no comportamento, nas emoções e nos
processos cognitivos.
Atualmente, a Unit mantém parcerias com
diversas universidades federais brasileiras, e vem trabalhando e desenvolvendo
jogos adaptativos com inteligência artificial voltados ao tratamento de
pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) para aprimorar a
neuroplasticidade e a psicomotricidade desses pacientes sendo um projeto
sustentado por meio debolsa do CNPq.
“O diferencial da pós da Unit é o aprofundamento que os alunos têm
no estudo e compreensão da plasticidade e atividade sináptica e do crescimento
e desenvolvimento dos neurônios”, destaca o docente do curso de Neuropsicologia
da Pós-graduação Lato Sensu da Universidade Tiradentes (Unit), Paulo Autran,
que também é, pós-doutor em Psicologia e Educação pela Universidade de Aveiro,
bolsista de Desenvolvimento Tecnológico Industrial C (CNPq) e fisioterapeuta
emergencista do Hospital de Urgências de Sergipe (HUSE).
Atualmente, o tratamento gratuito de crianças
com TEA por meio do jogo adaptativo apresenta fila de espera.
Auniversidade vem coletando os dados obtidos com esse tratamento cujos
resultados têm sido bastante positivos, pois os pacientes vêm apresentando
melhora significativa no desenvolvimento neuropsicomotor mediante a criação de
situações que melhoram e otimizam seu ganho funcional e cognitivo, ou seja, o
jogo tem a capacidade de reconhecer a limitação funcional do paciente e, por
meio de inteligência artificial, vai se adaptando ao desenvolvimento obtido
pelo paciente até que este atinja o ganho funcional motor, cognitivo e
emocional que faltava.
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