Estima-se que o Brasil terá 7,7 milhões de crianças com obesidade até 2030
A alimentação na
infância desempenha um papel crucial no desenvolvimento físico, mental e
emocional da criança. Além dos fatores genéticos, responsáveis por 70% das
causas da obesidade, o estilo de vida na fase pediátrica influencia para o
desenvolvimento da obesidade. As telas dos smartphones, vídeo game, a baixa
qualidade nutricional dos alimentos consumidos e a falta de exercícios físicos
contribuem para que a obesidade infantil atinja patamares assustadores.
Segundo o Atlas da
Obesidade 2022, publicado pela World Obesity Federation (leia aqui), prevê-se que 23,12% das crianças de 5 a 9 anos e
18,60% dos adolescentes de 10 a 19 anos serão afetados pela obesidade até 2030,
totalizando 44 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 19 anos em todas as
Américas. No Brasil, a estimativa é de 7,7 milhões de crianças com obesidade
até 2030.
Diante desses
dados assustadores, a alimentação ganha ainda mais importância. Pensando que a
criança passa boa parte do tempo na escola, uma lancheira saudável
não apenas fornece a energia necessária para as atividades escolares, mas
também contribui para a formação de bons hábitos alimentares para o resto da
vida.
“A primeira
questão a ser considerada é a variedade de alimentos. Uma lancheira equilibrada
deve conter uma combinação de alimentos de diferentes grupos, como frutas,
vegetais, proteínas, carboidratos e laticínios. Isso assegura que a criança
receba nutrientes essenciais para o seu crescimento e desenvolvimento. Optar
por alimentos naturais e minimamente processados é sempre uma escolha mais
saudável”, explica a endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato.
Evitar excesso de
açúcar e gorduras saturadas é outro ponto muito importante. A especialista
orienta que doces, bolachas recheadas e refrigerantes devem ser excluídos da
lancheira, dando preferência a opções mais nutritivas. Substituir refrigerantes
e evitar sucos, dando preferência à hidratação com água. Os biscoitos
industrializados devem ser evitados, substituindo pelos por biscoitos integrais
e preferencialmente caseiros, que são alternativas mais saudáveis.
A lancheira também
é uma oportunidade para incentivar o consumo de frutas e vegetais. Cortar
frutas em pedaços pequenos ou criar opções criativas, como espetinhos de
frutas, pode tornar esses alimentos mais atrativos para as crianças.
Além disso, Dra. Lorena ressalta a importância de considerar restrições
alimentares e preferências individuais. Conhecer as necessidades específicas da
criança, como alergias ou intolerâncias alimentares, ajuda a criar uma
lancheira personalizada e segura.
“A participação da
criança na escolha dos alimentos pode ser uma estratégia eficaz para promover o
interesse por uma alimentação saudável. Envolvê-la na preparação da lancheira e
explicar a importância de cada alimento contribui para a formação de hábitos
alimentares conscientes”, comenta a endocrinologista Dra. Lorena Amato.
Dra. Lorena Lima Amato - A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM), endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria e doutora pela USP.
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