Todos têm direito ao
diagnóstico e ao exame de creatinina, é a mensagem deste ano
Doenças
renais crônicas, caracterizadas por lesão irreversível nos rins, atingem 850
milhões de pessoas no mundo. Se diagnosticadas de forma precoce, sua progressão
pode ser controlada. Para tanto, a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN)
lançou os temas da campanha do Dia Mundial do Rim (14 de março) deste ano, que
contam com o apoio do Seconci-SP (Serviço Social da
Construção): “Saúde dos rins, exame de creatinina para todos” e “Porque todos
têm direito ao diagnóstico e acesso ao tratamento”.
Ao dar estas informações, o dr. Paulo Sérgio Rovai, nefrologista do Seconci-SP, explica que a campanha defende políticas públicas para que todos tenham acesso aos exames. “Em regiões no Brasil e no mundo há barreiras no acesso ao diagnóstico e tratamento, especialmente para diálise. Estima-se que, no Brasil, 50 mil pacientes com doença renal morrem antes de ter acesso à terapia dialítica. Este fluxo de atendimento precisa melhorar. No Seconci-SP, todos os clínicos já solicitam exames e, se houver alguma alteração, o paciente é encaminhado aos nefrologistas”, diz.
O dr. Rovai assinala que “o Seconci-SP se propõe
a alertar sobre os desafios enfrentados pelos sistemas de saúde ocorridos nos
últimos anos, como catástrofes ambientais, enchentes e desabamentos, que
atingem justamente os mais vulneráveis, os quais precisam ser protegidos e
cuidados. E os pacientes com doenças renais estão entre os que apresentam maior
vulnerabilidade”.
Controle é essencial
Segundo o nefrologista, as principais funções do rim são: regular a pressão arterial; filtrar o sangue; eliminar toxinas, excesso de água e sais, e produzir hormônios que evitam anemia e enfermidades ósseas. “A doença renal crônica é uma lesão nos rins que se mantém por três meses ou mais, gerando consequências como hipertensão, problemas vasculares, hemorragias, anemia, entre outras”, comenta o médico.
Em geral, nos estágios iniciais, a doença renal crônica é silenciosa, ou seja, não apresenta sintomas ou eles são poucos e inespecíficos. Por esse motivo, pode haver demora no diagnóstico e ele só acontecer quando o funcionamento dos rins já estiver bastante comprometido.
Os sintomas mais frequentes costumam ser inchaço,
perda de apetite, cansaço excessivo, anemia e pressão alta. Além disso,
diabetes e hipertensão são os principais agentes. “A partir da alta de casos de
doenças renais, a campanha pretende reforçar a conscientização sobre a
patologia como um todo, desde a prevenção, diagnóstico, até o tratamento”.
Prevenção e tratamento
A adoção de estilos de vida saudáveis como o consumo regular de água, controle do nível de açúcar no sangue, monitoramento da pressão arterial, prática de exercícios físicos, dieta saudável, controle de peso, evitar o tabagismo e a automedicação, contribui para sua prevenção, retardamento e controle. “Considera-se a redução do sal na alimentação uma das primeiras recomendações. Sua ingestão diária não deve ultrapassar 5 gramas”, indica.
O diagnóstico pode ser realizado com exames de urina e sangue, nos quais dosamos a concentração de creatinina. Já o tratamento acontece com medicamentos, alterações de hábitos e dietas, e nos casos mais avançados, opta-se pela diálise para filtrar o sangue, ou ainda o transplante renal após início da terapia dialítica.
“Tanto o diagnóstico como o tratamento precoces
se tornam eficazes para evitar o avanço da doença. O Seconci-SP ressalta a
importância da saúde renal, a partir de cuidados essenciais e de qualidade, e
permitindo acesso à informação e tratamento”, completa o nefrologista.
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