Psicóloga comportamental explica sobre a autossabotagem, por que isso ocorre e como evitar
No início do ano,
todos planejam metas. Questionamentos como “por que existem pessoas que
conseguem atingir suas metas e por que há aqueles que simplesmente não
conseguem ser bem-sucedidos?” vem à tona. Esse fracasso traz uma sensação de
que a pessoa não tem sorte e que não sabe fazer as próprias escolhas, seja de
namorado, marido, trabalho, carreira ou diante de alguma situação
financeira.
Celebridades como Michelle Obama, Meryl Streep e Adele afirmam que já tiveram essa sensação de se sentirem “uma fraude”, tomadas por sentimentos de incapacidade e inferioridade. Isso caracteriza a Síndrome do Impostor, uma autopercepção ilusória e distorcida das próprias habilidades, que leva indivíduos a acreditarem que não são capazes de desempenhar tarefas as quais tem total competência, levando a um tipo de autossabotagem.
São muitas as variáveis que podem interferir nisto. Uma delas são as contingências a que a pessoa está habituada, ou seja, a forma de agir em relação aos conflitos, relações pessoais, entre outras escolhas que acabam levando-a ao mesmo resultado negativo e a pessoa não consegue perceber isto.
Priscilla Souza, psicóloga comportamental, explica que às vezes o ser humano usa sua própria atitude para se preservar a curto prazo, mesmo que seja uma situação que causa muito desconforto. São nossos mecanismos de defesa atuando, mas essas atitudes prejudicam nossas escolhas. Quando não há conscientização, a longo prazo, esses mecanismos fazem com que a pessoa se sinta pior.
A especialista acrescentou dizendo que é preciso entender que o ser humano é incentivado a ter medo e insegurança, sobretudo os brasileiros quando crianças. Quando ensinamos a criança a se comparar com o outro, e não compreender suas próprias atitudes, ela aprende a ver só o sucesso do outro e não se enxerga como alguém capaz de ser bem sucedido. Conforme o indivíduo chega na fase adulta, é preciso recuperar a autoestima para aprender a lidar com os obstáculos e conflitos que aparecem no dia a dia. Sendo assim, é preciso ter autoconhecimento para reagir em relação a tudo isso.
O medo mais frequente é de que as coisas não dêem certo: “Caso algo passe a ocorrer de maneira diferente, a pessoa se assusta. Assim, existe um mecanismo de autossabotagem ou autoboicote e o medo faz com que a pessoa tome atitudes para não chegar no objetivo, por mais que seja algo muito desejado” - completou Priscilla.
Para evitar o
autoboicote, é necessário ter claro o objetivo, qual o caminho para chegar e,
eventualmente, o preço a ser pago. As pessoas que têm baixa autoestima, que
deixam o medo e a insegurança tomarem conta não conseguem agir diferente. A
atitude passa a ser diferente quando há consciência na forma de agir. A partir
da percepção de que “você é responsável pelo seu autoboicote”, há uma grande
chance da mudança.
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