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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Confira 7 principais dúvidas sobre a nova vacina contra a dengue

Infectologista do CEJAM esclarece alguns questionamentos sobre o imunizante conhecido como Qdenga

 

A nova vacina contra a dengue, conhecida como Qdenga, representa um avanço significativo na luta contra uma das doenças mais prevalentes no Brasil. Nas primeiras quatro semanas de janeiro de 2024, foram registrados cerca de 19 mil casos entre brasileiros, representando um aumento de 47% em comparação ao mesmo período do ano de 2023.

Diante desse cenário, a implementação do imunizante se apresenta como uma resposta crucial aos elevados índices em diferentes partes do país. Anunciada recentemente, a sua distribuição terá início neste mês de fevereiro, gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).  

Inicialmente, mais de 500 municípios com mais de 100 mil habitantes e histórico de alta taxa de transmissão de dengue tipo 2 foram selecionados pelo governo federal para receber a imunização.

Apesar de um marco na saúde, a novidade ainda gera dúvidas. Pensando nisso, a infectologista Dra. Rebecca Saad, coordenadora do SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar) do CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, respondeu algumas das principais perguntas sobre o tema.

Confira abaixo:


O Brasil tem poucas vacinas para disponibilizar à população?

R: Inicialmente, serão disponibilizadas cerca de 6 milhões de doses para vacinação neste ano de 2024, esse sendo o número limite da capacidade de produção do laboratório responsável pelo imunizante. É importante ressaltar que são necessárias duas doses por pessoa.

Qual o período entre as duas doses da vacina?

R: A nova vacina consiste em duas doses, que devem ser administradas com um intervalo de 90 dias.


Existem grupos prioritários até o momento?

R: O Ministério da Saúde dará prioridade à vacinação de pessoas entre 10 e 14 anos, considerado o grupo com o maior volume de internações por dengue no país.


Como ficam os bebês, grávidas e idosos?

R: O estudo em torno dessa vacina incluiu pacientes de 4 a 16 anos e se estendeu até pessoas de 60 anos, por uma questão de ponte imunológica. É importante ressaltar que pacientes abaixo de 4 anos e acima de 60 anos não podem tomar a vacina ainda, por falta de estudo nesse sentido.

Gestantes, lactantes e pessoas com o sistema imunológico comprometido também não poderão se vacinar inicialmente, devido ao fato de a vacina ser de vírus vivo atenuado, o que pode levar a manifestação da doença.


A pessoa que tomar a vacina corre o risco de ter dengue?

R: Não, a pessoa não terá dengue, mas poderá ter sintomas leves como reação à vacina. Geralmente, essa viremia, em que a pessoa pode sentir sintomas semelhantes aos da dengue, ocorre na segunda semana após a vacinação, podendo incluir dor no corpo, muscular, nas articulações e dor de cabeça. Há também a possibilidade de manchinhas na pele, totalmente benignas. Importante destacar que esses sintomas são raros na segunda dose, sendo mais comuns na primeira, devido à fabricação de anticorpos já presentes no organismo da pessoa entre a primeira e a segunda dose.


Qdenga é uma melhor opção, comparada à Dengvaxia?

R: Sim! A Qdenga chega com mais segurança para a população, pois aqueles que nunca tiveram dengue também podem tomá-la. A Dengvaxia mostrou benefício em quem já teve dengue, e aqueles que não tiveram corriam o risco de passar por situações até mais graves com o seu uso.


Existe um tempo de imunidade garantido pela vacina?

R: Estudos acompanharam, durante 51 meses, pacientes que receberam as duas doses da Qdenga, e esses ainda mostraram altos títulos de anticorpos no sangue. Até o momento, 4 anos depois, essas pessoas ainda mantêm a imunidade. No entanto, como é uma vacina nova, é necessário realizar estudos adicionais para compreender realmente o tempo de eficácia da imunização.


Atente-se aos sinais:

Febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, perda de apetite, cansaço e manchas vermelhas pelo corpo são alguns dos principais sintomas da dengue.

Em casos mais graves, a doença pode, ainda, causar dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. Por isso, ao apresentar algum desses sinais, é essencial buscar ajuda médica imediatamente na unidade de saúde pública mais próxima de sua região.




CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial
site da instituição


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