Já em 2023, até setembro, foram 266 hospitalizações; festas de
fim de ano aumentam o uso de artefatos, assim como os riscos, alerta SBMC
Fogos de artifício são tradições das festas
de fim ano, como forma de celebrar o Natal e dar as boas-vindas a um novo
ciclo, no Réveillon. Mas os artefatos que embelezam o céu e encantam os olhos
oferecem potencial perigo, principalmente ao serem manuseados sem a devida
atenção. De acordo com dados do Ministério da Saúde, de 2019 a 2022 o Sistema
Único de Saúde (SUS) registrou 1.548 internações por ferimentos causados por
fogos de artifício, média de 1 caso por dia.
Em 2023, dados preliminares da Pasta
contabilizaram, de janeiro a setembro, 266 internações com o mesmo perfil.
As mãos costumam ser as partes mais
impactadas. Além de queimaduras, os artefatos podem causar lesões com
lacerações, cortes e até amputações de membros, como aconteceu, em julho deste
ano, com o humorista catarinense Elvio da Nhaia, conhecido nas redes sociais
como "Pilha".
“A anatomia das mãos é complexa, pois é
composta por nervos, vasos, tendões, ossos e ligamentos que podem, além da
pele, serem lesados por explosão e pelo calor.”, explica o presidente da
Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), Antonio Tufi Neder Filho.
Para evitar acidentes, recomenda-se que o
artefato seja acionado com o uso de um suporte, algum objeto prolongável entre
a mão e o rojão, mas nunca segurados diretamente nas mãos. “A atenção deve ser
redobrada com as crianças, mantendo-as sempre afastadas do local”, frisa o
especialista.
Outro ponto importante é evitar utilizar materiais
de fabricação caseira, adquirindo fogos de artifício exclusivamente em
estabelecimentos especializados, além de ler minuciosamente as orientações do
produtor. “O acionamento sempre deve ser feito em áreas abertas, mantendo uma
distância segura e assegurando-se, ainda, de que não haja materiais
combustíveis nas proximidades. Jamais reutilize o material, mesmo que não tenha
resultado na explosão desejada", ressalta.
Em caso de queimaduras, o presidente da
SBCM salienta que é importante lavar a região atingida com água corrente ou
soro fisiológico, enfaixar com algum tecido limpo e procurar um atendimento de
saúde o mais rápido possível. “Em nenhuma hipótese coloque algum tipo de
remédio caseiro, pois isso pode levar a uma contaminação e infecção secundária”,
pontua.
Em caso de traumas com sangramento, deve
ser feita a compressão do local com pano limpo e procurar serviço de saúde.
“Prudência e muita atenção são fundamentais para que o período do fim de ano,
ao lado de nossos entes queridos, seja realmente de festas”, conclui.
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