Mesmo com as informações que se tem hoje quanto ao efeito nocivo da prolongada
exposição ao sol e aos recursos para driblar os raios UVA e UVB o número de
casos de câncer de pele se mantém alarmantes! De acordo com dados do Instituto
Nacional do Câncer, o tumor maligno mais incidente no Brasil é o de pele não
melanoma (31,3% do total de casos).
O
tipo não melanoma para câncer de pele é altamente curável quando diagnosticado
precocemente. Há a grande vantagem dele ser visível. A própria pessoa tem
facilidade de encontrá-lo, familiares o notam ou o médico de qualquer
especialidade numa consulta de rotina pode vê-lo durante o exame clínico.
Porém,
o câncer de pele tipo melanoma – também associado ao exagero dos raios solares
– pode surgir em regiões do corpo que não ficam expostas ao sol e ele carrega
consigo maior risco de desenvolver metástases em qualquer parte do organismo e
gerar a morte.
Boa notícia
Para
os casos do tipo melanoma em que a doença está avançada e existe metástase, há
uma boa notícia. Nos últimos dez anos em que o uso da oncologia de precisão foi
amplificado, dois tratamentos têm mostrado resultados bem mais positivos que a
quimioterapia, que são a imunoterapia e a terapia-alvo.
A
imunoterapia se baseia na utilização de medicações, técnicas e tratamentos que
revertem a capacidade que o câncer tem de escapar do sistema imunológico que
protege o organismo. Há medicamentos que incluem entre os mecanismos de ação a
remoção dessa “camuflagem” do câncer e assim o próprio corpo supera essa
dificuldade e combate as células cancerosas.
A
terapia-alvo consiste na descoberta, por meio de análise de parte do material
extraído do tumor por biópsia ou através de cirurgia, de elementos inerentes à
célula que estão facilitando o desenvolvimento da doença. Quando a pesquisa
aponta que o câncer é ativo devido a um gene, uma enzina em específico ou o
receptor da membrana da célula, por exemplo, pode-se preparar um remédio para
atuar diretamente sobre essa interferência.
É
preciso enfatizar que os dois tratamentos não são garantia de sucesso em todos
os tipos de câncer porque cada caso é diverso do outro. Mas as taxas de
eficácia são maiores, bem como são menores os efeitos colaterais graves em
comparação à quimioterapia.
Há
pacientes em que aplicamos a imunoterapia e a terapia-alvo em sequência e a
quimioterapia permanece como terceira opção de tratamento.
Uma
das vantagens da imunoterapia em relação à quimioterapia é que o efeito pode
perdurar no organismo. É como se o corpo gerasse uma memória que continuasse a
sua ação depois da aplicação. Diferente da quimioterapia, que cessa a ação
quando o remédio para de ser ministrado.
O
acesso reduzido a esses dois tratamentos devido ao alto valor das medicações
não permite ainda que a aplicação dos fármacos seja generalizada no Brasil.
Alguns pacientes precisam recorrer à via judicial para conquistar o acesso às
terapias.
Balança
Uma
vez que os tipos melanoma e não melanoma de câncer de pele são altamente
preveníveis, o bom senso ordena que tenhamos uma conduta vigilante ante ao
excesso de sol, especialmente em relação às crianças e jovens, período da vida
em que a exposição à radiação solar é mais frequente e a conscientização desse
público é reduzida.
É
certo que a produção de vitamina D no corpo está associada à exposição aos
raios solares, mas jamais é preciso ficar queimando no sol das 10h às 16h para
que a vitamina seja agregada ao organismo. O pouco tempo de exposição que se
tome diariamente na locomoção de um lugar para outro, na ida ao mercado ou para
regar o jardim já é suficiente. Ou então, a complementação feita por
suplementos medicamentosos é um recurso fácil, eficaz e relativamente barato.
Nunca é demais reforçar as recomendações:
- Use diariamente protetor solar de qualidade com fator 30 ou maior para o bloqueio dos raios UVA e UVB. Dê preferência aos produtos com a especificação “muito resistentes à água”. Não se esqueça de passar também nas orelhas e na nuca;
-
Reaplique o protetor solar depois de transpirar, de usar toalha e de entrar na
água do mar ou da piscina.
-
Quando souber que a exposição ao sol será demorada, use acessórios como chapéu,
boné e roupas de tecidos tecnológicos que inibem a penetração dos raios
solares.
E lembre-se: O dano da radiação na pele é cumulativo e o câncer pode não aparecer imediatamente, mas a habitual exposição exagerada ao sol eleva muito a chance de a doença surgir anos depois.
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