Nos últimos anos, o ecossistema de insurtechs no Brasil tem crescido rapidamente devido à digitalização da economia, ao aumento na demanda dos usuários, às flexibilizações regulatórias e aos investimentos no setor. Um estudo da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) destaca o Brasil, na América Latina, pelo surgimento de novas empresas no setor. Entre 2017 e 2020, o número de startups de seguros no país cresceu de 50 para 113. Além disso, soluções como o sandbox regulatório e o Open Insurance têm o potencial de impulsionar ainda mais esse setor em expansão. Em 2024, essa inovação está programada para atingir seu ápice, trazendo uma série de benefícios tanto para os consumidores quanto para as empresas do setor.
O Open Insurance é
uma iniciativa regulamentada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep),
baseada no Open Banking aplicado ao mercado de seguros, que visa permitir que
os consumidores compartilhem suas informações de seguros, previdência
complementar e capitalização de forma segura, ágil e precisa entre diferentes
seguradoras autorizadas. Mas como exatamente essa revolução está moldando o
mercado e como promete transformá-lo?
Uma das principais
promessas do Open Insurance é democratizar o acesso aos dados e serviços do
mercado de seguros. Isso significa que os consumidores terão mais controle
sobre suas informações pessoais e a capacidade de escolher entre uma variedade
maior de produtos e serviços. Através da plataforma "Encontre seu
Seguro", desenvolvida pela CNseg, os consumidores podem consultar e
comparar as coberturas de seguros, planos de previdência e títulos de
capitalização oferecidos por diferentes seguradoras. Isso cria um ambiente mais
competitivo, onde as empresas precisam oferecer produtos de qualidade e preços
atrativos para conquistar os clientes.
Além disso, o Open
Insurance oferece oportunidades significativas para os corretores de seguros.
Eles podem se credenciar como Iniciadoras de Transação de Pagamento (ITPs),
ampliando seus canais de distribuição para produtos financeiros e de
investimento, além dos seguros tradicionais. Essa diversificação não apenas
permite que os corretores alcancem novos públicos, como os millennials, mas
também cria uma experiência omnichannel para os clientes, combinando
atendimento pessoal com ferramentas digitais inovadoras.
A regulamentação
do Open Insurance está evoluindo rapidamente, com a Circular 693 de 2023
estabelecendo prazos para a implementação das fases 1, 2 e 3 do sistema. A fase
2, por exemplo, envolve o compartilhamento de dados pessoais dos participantes,
preenchendo com informações reais os clientes de cada opção de produto. A fase
3 inclui serviços de iniciação de movimentação, como contratação de novos
produtos e avisos de sinistro. O Open Insurance está transformando o mercado de
seguros, tornando-o mais transparente, competitivo e adaptado às necessidades
dos consumidores. Até 2024, veremos uma revolução completa no setor, oferecendo
benefícios tanto para as empresas quanto para os clientes. O futuro do mercado
de seguros é aberto, personalizado e repleto de oportunidades.
Bruno Loiola - cofundador da Pluggy e um dos precursores do Open Finance no Brasil. Com 20 anos de experiência global sobre finanças e tecnologia, liderou projetos de conexão entre bancos e fintechs. De 2018 para cá, esteve à frente de projetos na Moven (EUA), especializada em gestão financeira pessoal e na Salt Edge (UK), um dos maiores provedores de tecnologia para Open Banking na Europa. Sua atuação é voltada para desenvolvimento estratégico de negócios, projetos de TI e gestão operacional com foco em geração de resultados. Formado pela Universidade Federal de São Carlos, possui MBA na IE Business School.
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