De 2022 até agora, o DataSus já registrou 61.049 casos deste tipo de neoplasia em território brasileiro e os estados do sudeste são os que concentram mais registros. Exames preventivos ajudam no diagnóstico precoce e podem contribuir para redução da mortalidade pela doença
Entramos
em novembro, mês mundial de combate ao câncer de próstata. A campanha Novembro
Azul, já consolidada no calendário de saúde, objetiva alertar para a
importância do diagnóstico precoce da doença que, entre todos os tipos de
neoplasias, é a mais frequente entre os homens brasileiros, depois do câncer de
pele, além de ser a que mais mata.
Segundo
o Instituto Nacional de Câncer – INCA, que prevê cerca de 70 mil novos casos de
câncer de próstata por ano até 2025, a região sudeste do Brasil é a que mais
concentra os registros. E de 2022 até agora, o DataSus já registrou 61.049
casos deste tipo de neoplasia maligna em território brasileiro.
Dados
do site da Sociedade Brasileira de Urologia indicam que, quando diagnosticada
precocemente, a doença tem 90% de cura. Os exames preventivos ainda são a
principal forma de combate à doença, segundo consenso entre os médicos. De
acordo com a Agência Nacional de Saúde - ANS, em 2022, foram realizados quase
942 mil exames de PSA, que diagnosticam a doença no sangue, na rede de saúde
suplementar. Já na Hilab, biotech brasileira especialista em tecnologia
diagnóstica, o PSA figura entre os 10 mais procurados nos últimos 12 meses. Com
a nova regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a
RDC 786/2023, que autoriza a realização de exames de sangue em farmácias,
espera-se que a demanda de procura por esse exame aumente e colabore com o
diagnóstico precoce da doença.
Em
sua fase inicial, o câncer da próstata tem evolução silenciosa. Muitos
pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes
aos do crescimento benigno da próstata – que é dificuldade de urinar ou a
necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite, por exemplo. Na fase
avançada, pode provocar dor óssea, outros sintomas urinários ou, quando mais
grave, infecção generalizada e até insuficiência renal. Desta forma, a detecção
precoce do câncer é uma estratégia utilizada para encontrar um tumor numa fase
inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento bem sucedido. A
detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos,
laboratoriais, endoscópios ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas
sugestivos da doença, ou daqueles sem sinais, no caso de rastreamento dos
pertencentes a grupos risco.
No
caso do câncer de próstata, os principais exames para diagnóstico são o toque
retal e o exame de sangue, para avaliar a dosagem do antígeno prostático
específico, conhecido por PSA. Os médicos recomendam a investigação de sinais e
sintomas relacionados como a dificuldade de urinar ou a diminuição deste jato,
bem como o aumento dessa frequência ou ainda caso verifique a presença de
sangue na urina. No entanto, mesmo na ausência desses ou outros sintomas, é
recomendado que homens a partir dos 50 anos, ou dos 45, se houver histórico
familiar, procurem ir anualmente ao urologista para avaliar em conjunto se a
estratégia do rastreamento se aplica, além de ser uma oportunidade para outras
avaliações recomendadas para essa faixa etária, como condições associadas a
riscos cardiovasculares, e até como manutenção de hábitos e um estilo de vida
saudável.
“O
câncer de próstata é a principal causa de óbito por câncer em homens no Brasil.
O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura. É
preocupante que muitos homens só busquem ajuda médica quando os sintomas do
câncer de próstata já estão em estágios avançados. Por isso, a conscientização
sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce é crucial. O exame de
PSA, em conjunto com o toque retal, é uma estratégia que deve ser oferecida a
todos os homens entre 45-70 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia,
considerando a individualização do balanço de riscos e benefícios da estratégia
de acordo com fatores de risco, comorbidade e valores individuais. Busque seu
médico e pergunte mais sobre esse assunto. A informação e a prevenção são as
melhores estratégias para garantir uma vida saudável e de qualidade”, comenta
Dr. Bernardo Almeida, infectologista e diretor médico da Hilab.
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