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sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Ser bilíngue desde a infância traz inúmeros benefícios ao longo da vida, afirmam especialistas

Aprender um idioma novo ainda na infância pode abrir portas durante a vida. Mas quais os outros benefícios de dominar uma segunda língua desde a infância?


 

Outubro, no Brasil, é o mês das crianças. Não há quem desconsidere o momento, seja para intensificar os carinhos com a meninada, seja para refletir sobre o presente de quem fará o futuro. A ocasião é importante, pois levanta questões sobre a infância e sobre os desafios que essa fase de vida contempla. Além das garantias básicas, asseguradas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – educação, lazer, dignidade, saúde, convivências familiar e comunitária, entre outros -, quais as outras necessidades que devem ser supridas?


 

Muito além da língua

Aprender outra língua é muito importante em diversos aspectos da vida. Isso não é novidade. Um segundo idioma pode abrir muitas portas. Além dos benefícios linguísticos, o bilinguismo tem impactos também no desenvolvimento socioemocional e intelectual. Especialistas de diferentes áreas apontam alguns pontos que são influenciados pelo aprendizado do segundo idioma: aumento da memória e da criatividade, melhores resultados na escola, ganho cultural, melhora na autoconfiança, entre outros.


 

Bilinguismo x Desenvolvimento socioemocional

O bilinguismo proporciona uma visão de mundo mais plural e inclusiva. Ao aprender o inglês, por exemplo, além de se deparar com culturas diferentes, o estudante adquire uma autoconsciência maior, identificando aspectos dele mesmo e ampliando sua visão de mundo e aumentando a sua autoconfiança.

 

“É importante notar que aprender inglês desde cedo torna as crianças muito mais preparadas para o mundo de hoje. Não se trata apenas de poder se comunicar com outras pessoas em nível global, mas também de algo mais profundo: os pequenos que aprendem outras línguas estão mais atentos à diversidade humana e isso tende a torná-los mais tolerantes”, afirma Ruymara Almeida, diretora pedagógica da Red Balloon.


 

Uma aprendizagem mais rápida e natural

As crianças aprendem com muito mais facilidade do que os adultos. Isso ocorre principalmente porque seu cérebro ainda está em desenvolvimento e é muito mais adaptável. As crianças mais novas absorvem conhecimento mesmo quando não têm essa intenção, elas só precisam ser expostas a ele. “Quando se trata de crianças muito pequenas, elas nem percebem que estão aprendendo uma língua estrangeira, porque a diferenciação entre a “sua” língua e a das outras ainda não é clara. São apenas palavras para elas”, comenta Ruymara.

 

Esse aprendizado precoce permite incorporar novas línguas enquanto assimilam a língua materna, o que leva a uma maior fluência na fala. Ao contrário dos adultos que aprendem um novo idioma, as crianças não traduzem, mas simplesmente aprendem as palavras diretamente na língua que está sendo aprendida.


 

Então, qual é a idade ideal para aprender outro idioma?

Levando em conta toda a análise de benefícios e a facilidade de aprendizado das crianças, para os especialistas, quando antes, melhor! Isso não significa que não se pode iniciar os estudos mais tarde, quer dizer apenas que quanto mais cedo, maior a possibilidade de aprender com mais leveza e garantir a fluência.

 

Um estudo realizado no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, sugere que as crianças permanecem hábeis a aprender a gramática de um novo idioma até os 18 anos. No entanto, o mesmo estudo descobriu que é quase impossível para as pessoas atingirem a proficiência semelhante ao de um falante nativo, a menos que comece a aprender um idioma até os 10 anos.

 

Voltando aos direitos da criança, vivendo em um mundo tão conectado, não seria também um direito conseguir se comunicar globalmente e ter uma formação que permita uma maior abertura a outras culturas e outras vivências? Uma criança precisa muito mais que o necessário para viver, mas assim como garante o ECA, ela tem direito à educação, à profissionalização e à cultura. E é isso que o bilinguismo proporciona.


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