Professora evidencia o uso de novas metodologias para avaliar Soft Skills com uso da tecnologia e a Ciência de Dados
No mercado atual, as habilidades técnicas (hard
skills) não são mais suficientes. Empresas valorizam cada vez mais as soft
skills, habilidades comportamentais essenciais para o sucesso profissional,
indo além do conhecimento técnico. À medida que o mundo enfrenta desafios cada
vez mais complexos e interconectados, a importância das competências
socioemocionais nunca foi tão evidente.
As soft skills, como empatia, comunicação eficaz,
inteligência emocional e resolução de conflitos, desempenham um papel
fundamental em nossa vida pessoal e profissional. Elas são essenciais para o
sucesso em equipes de trabalho, liderança, negociações e até mesmo para manter
relacionamentos saudáveis.
Mas como avaliar as soft skills? Como os
responsáveis pela contratação nos escritórios, por exemplo, podem determinar se
um candidato possui ou não soft skills? A maneira tradicional de se avaliar
competências socioemocionais nos indivíduos é através do preenchimento de
questionários em que o próprio respondente se autoavalia. A especialista em
desenvolvimento de soft skills e aplicação de metodologias ativas e tecnologias
educacionais, Flavia Moraes explica que “são inúmeros os testes disponíveis no
mercado e, apesar de muitos deles terem um tratamento estatístico rigoroso,
enfrentam algumas limitações que podem ser superadas pelo uso da tecnologia e
da análise baseada em dados”.
Nesse sentido, Flavia Moraes, desenvolveu um método
inovador de avaliação de competências socioemocionais por meio de pares. Flavia
é professora especialista em Ciência de Dados e de Programação Estatística, tem
se destacado na aplicação de técnicas de Data Mining para produzir avaliações
socioemocionais baseadas em dados através do uso da tecnologia, em
contraposição às técnicas tradicionais baseadas no preenchimento de
questionários de autoavaliação.
Até recentemente, a avaliação dessas habilidades
era um desafio complexo e subjetivo. No entanto, com o avanço da tecnologia e
da psicologia aplicada, agora é possível que os indivíduos avaliem suas
próprias competências socioemocionais através de questionários especialmente
desenvolvidos para esse fim.
Aplicativo de avaliação em pares
Uma forma de tentar superar essas limitações é
permitir que múltiplos avaliadores pudessem participar do processo. Esse tipo
de abordagem foi criado por Flavia para a Voa Educação, uma edtech que recebeu
aporte da Microsoft para desenvolver um aplicativo para avaliar as competências
socioemocionais em crianças em idade escolar. “Fui sócia e diretora de data
Science dessa solução que facilitava o registro diários dos professores de
comportamentos observados em sala de aula pelos alunos. Os dados eram
consolidados pelo aplicativo e alimentava um dashboard que apresentava o
desempenho dos alunos em determinadas competências e poderia ser acompanhado em
tempo real, facilitando o acompanhamento dos alunos e das turmas ao longo do
ano inteiro”.
Em uma abordagem similar no IBMEC, Flavia
introduziu com mais de dois mil alunos das unidades do Rio de Janeiro, São
Paulo, Belo Horizonte e Brasília. “Nesse caso, os alunos tinham maturidade
suficiente para realizar avaliações em pares através do aplicativo desenvolvido
dentro instituição, chamado Iskills. As avalições são realizadas semestralmente
dentro de disciplinas baseadas em projetos, em que os alunos trabalham
colaborativamente na construção de um projeto ou na resolução de um problema”,
explica a especialista.
Ao final, segundo a especialista, eles têm
condições de responder perguntas bem simples e rápidas por meio do aplicativo
sobre os comportamentos dos colegas como, sua capacidade de receber feedbacks
ou de se relacionar bem com os demais. “Os resultados demonstraram também que
menos de 10% dos alunos que se encontravam no cluster com as
menores avaliações de suas competências socioemocionais se atribuíam notas de
mesmo nível em suas autoavaliações, ou seja, os alunos com piores desempenhos
não se viam da mesma maneira”, elucida.
Assim, fica evidente que o uso
de ferramentas digitais aumenta a interatividade em grupos de trabalho, para
consolidar visões de avaliadores sobre o comportamento de um indivíduo ao longo
do tempo. Segundo Flavia, essas ferramentas são fáceis de usar, dispensam
questionários longos e podem ser usadas repetidamente. As observações coletadas
alimentam um banco de dados que permite várias análises, incluindo indivíduos,
turmas ou unidades específicas.
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