Embora a mamografia seja o principal método de
rastreamento para o câncer de mama, especialmente em mulheres assintomáticas, a
medicina nuclear é cada vez mais relevante para examinar essa patologia.
E
essa importância da medicina nuclear no enfrentamento ao câncer de mama se dá
desde a detecção até o monitoramento da enfermidade. Diversas técnicas são
usadas em casos específicos, como parte do estadiamento ou na identificação de
metástases, quando há suspeita de disseminação do câncer de mama.
A
seguir, apresento algumas delas:
1. Cintilografia óssea:
Em alguns casos, o câncer de mama pode se espalhar (metastatizar) para os
ossos. A cintilografia óssea é um exame que envolve a injeção de um traçador
radioativo na corrente sanguínea. Esse traçador é absorvido pelos ossos,
permitindo a detecção de áreas de aumento de atividade metabólica e a presença
de metástases ósseas;
2. Pesquisa de linfonodo sentinela (SN): Esta técnica da medicina nuclear ajuda a
determinar a presença do linfonodo sentinela em pacientes com câncer de mama –
este é o linfonodo para o qual as células cancerosas da mama têm mais
probabilidade de se espalhar primeiro. A pesquisa de linfonodo sentinela
envolve a injeção de um traçador radioativo no local do tumor, seguido da
identificação e remoção do linfonodo sentinela para análise patológica;
3. PET/CT: A tomografia por
emissão de pósitrons (PET) combinada com tomografia computadorizada (CT) é uma
técnica que utiliza traçadores radioativos para avaliar a atividade metabólica
das células no corpo. O PET/CT é uma ferramenta útil no diagnóstico,
estadiamento e monitoramento do câncer de mama em situações específicas.
Detalho esses usos a seguir:
Estadiamento
do câncer
O PET/CT é frequentemente utilizado para determinar o estágio do câncer de
mama, especialmente para avaliar a extensão da doença e a presença de
metástases em outros órgãos. Isso é particularmente relevante para determinar
se o câncer se espalhou para órgãos distantes, como pulmões, fígado, ossos ou
cérebro;
Avaliação
da resposta ao tratamento
O PET/CT monitora a resposta ao tratamento em pacientes com câncer de mama
metastático ou localmente avançado. O exame auxilia os médicos a avaliar o
quanto o tumor está respondendo à terapia, orientando decisões sobre tratamento
subsequentes;
Determinação
da extensão do envolvimento ganglionar
O PET/CT identifica gânglios linfáticos afetados em pacientes com câncer de
mama, o que é importante para determinar a extensão da disseminação do câncer.
Os gânglios linfáticos positivos podem afetar as opções de tratamento e
prognóstico;
Identificação
de recorrências
O PET/CT detecta recorrências do câncer de mama após o tratamento inicial. Isso
é importante para avaliar se o câncer voltou e, se sim, onde ele se encontra no
corpo;
Avaliação
de massas ou anormalidades suspeitas
Em alguns casos, o PET/CT avalia massas ou anormalidades suspeitas na mama ou
na área circundante. Isso pode ser especialmente útil em situações em que
outros exames de imagem, como a mamografia, são inconclusivos.
A
escolha do exame ou técnica a ser usada depende da situação clínica da paciente
e das recomendações do médico, que levarão em consideração fatores como a idade
da paciente, histórico médico e características da lesão mamária.
Cristina Matushita - vice-presidente
da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN).
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