A volta dos
pequenos às atividades cotidianas pode evidenciar a recusa alimentar. Carla
Deliberato, fonoaudióloga, explica como lidar com issoUnsplash
O período de volta às aulas representa também a
volta da rotina regrada das crianças, e a retomada do cronograma de horários,
atividades, lazer e alimentação pode causar estranhamento nos pequenos. É
importante que os responsáveis fiquem atentos a casos de seletividade alimentar
e o poder de se empenhar em ajudar os pequenos com a recusa de determinados
alimentos também no âmbito escolar.
"Recusa alimentar, pouco apetite e
desinteresse pelo alimento pode fazer parte de um quadro de seletividade
alimentar", explica a fonoaudióloga Carla Deliberato. "Em alguns casos,
a criança pode ter preferências ou aversões por certos alimentos, mas ainda é
capaz de manter uma dieta relativamente equilibrada e variada. Em outros,
apresenta preferências mais restritas", acrescenta a especialista em casos
de seletividade alimentar.
A quebra de rotina causada pelas férias acompanhada
pela desatenção dos responsáveis sobre as preferências alimentares dos pequenos
pode acentuar a seletividade alimentar no momento de tudo "voltar ao
normal". Se os pais deixaram de prestar atenção na alimentação dos filhos
durante as férias, podem enfrentar problemas.
"As crianças podem ter uma sensibilidade
sensorial mais pronunciada em relação à determinadas características dos
alimentos. Algumas crianças tendem ainda a se sentir mais seguras e confortáveis
com aquilo que é familiar e que elas comem com mais frequência. No entanto,
mesmo fora da rotina, é importante incentivar a criança a experimentar uma
variedade de alimentos", afirma Carla.
Portanto, durante a volta às aulas, se o seu filho
apresentar seletividade alimentar saiba como driblar o problema a partir do
motivo da recusa. Ele não gosta de texturas ou cores específicas? Sabor e odor?
Aparência de determinadas comidas? Quer comer uma coisa só? Todos esses fatores
devem ser contornados a fim de evitar problemas futuros.
"Se o seu filho apresentar recusa a certos
alimentos, tente apresentá-los de maneira criativa e divertida, como cortando em
formatos diferentes e até engraçados. Outra dica é fazer com que as crianças
interajam com o alimento e participem da montagem da lancheira, por
exemplo", explica a fonoaudióloga sobre boas tentativas de contornar a
recusa.
Se o seu filho gostar muito de alimentos de um tipo
de cozimento apenas, como as frituras, buscar adaptá-las de uma forma mais
saudável e até tentar outros alimentos ricos em nutrientes na mesma textura, é
um ótimo jeito de fazer a criança se interessar por outras coisas.
"Experimente trocar a batata frita por um inhame frito, por exemplo",
aconselha a profissional.
Não force a barra e procure um profissional
adequado se o caso de seletividade alimentar do seu filho não melhorar. É
importante lembrar que não se deve ultrapassar os limites da criança.
"Algumas crianças podem desenvolver ansiedade ou medo em torno dos
alimentos devido a fatores emocionais, como pressão para comer, expectativas
muito altas ou conflitos alimentares durante as refeições", finaliza
Carla.
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